Desde que o Punto morreu na Europa em 2018, a Fiat ficou sem um hatch compacto em seu portfólio no Velho Continente. Mas isso pode mudar, especialmente porque a marca está mais do que animada com a morte do Ford Fiesta e torce para que o Volkswagen Polo siga para a fila do INSS.
Quem afirma isso é Olivier François, CEO da Fiat, em entrevista à Autocar. “O fato de não ter mais o Fiesta no caminho ou o Polo é simplesmente fantástico, porque é realmente onde nós pertencemos”. Ou seja, o executivo vê com bons olhos e como uma grande oportunidade a morte do Ford Fiesta e a possível aposentadoria do Polo.
Ele ainda completa falando sobre o segmento de hatches compactos: “é onde as pessoas esperam que nós estejamos. E não fazemos um Punto novo desde 2013 ou algo do gênero. Mas se você perguntar a um europeu o nome de uma marca top no segmento B, a Fiat estará entre as três primeiras”.
A grande questão é no Brasil a Fiat tinha algo pronto que poderia oferecer na Europa: o Argo. O modelo foi desenvolvido com base no Punto e substituiu não somente o icônico hatch como o Palio e tentou tomar o posto de algumas versões do Bravo. Na Europa a italiana tem só o hatch médio Tipo que nunca animou nas vendas.
“Obrigado Stellantis”
O sucesso da marca sempre esteve atrelado a modelos pequenos como 500 e Panda. “Precisamos dominar o segmento B [Punto e Argo] de novo, como dominamos o segmento A [Uno, Panda, Mobi e 500]. Sabemos que outros estão indo embora e eu entendo, porque isso é mais desafiante”, comenta François.
A grande questão é que a Europa está se tornando elétrica e fazer um carro pequeno elétrico custa caro. “O único jeito de ter lucro”, comenta o CEO da Fiat, “é fazer um elétrico super-premium, porque aí você embute o horrível e altíssimo custo de baterias em algo já é caro de qualquer jeito”.
Ele até admite que a criação da Stellantis salvou a marca italiana: “sem a Stellantis não estaríamos bem. O modelo de negócio da Fiat e da Citroën é baseado em economia de escala. Quando você ativa essas sinergias, é como ser uma criança na noite de natal. Porque aí tudo fica bem menos assustador”. Se referindo à economia de custos ao compartilhar elementos com outras marcas.
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