![Volkswagen Nivus Highline vs Fiat Pulse Impetus [Auto+ / João Brigato] Volkswagen Nivus Highline vs Fiat Pulse Impetus [Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2022/02/Volkswagen-Nivus-Highline-vs-Fiat-Pulse-Impetus-4_edited-990x556.jpg)
Tão clássica quanto a briga entre Chevrolet Camaro e Ford Mustang, ou Honda Civic e Toyota Corolla era a disputa entre Fiat Palio e Volkswagen Gol. Quando um lançava uma versão, o outro ia logo atrás e havia nitidamente uma disputa pessoal entre eles. Mas o com o Palio aposentado e o Gol renegado a carro de locadora, como fica essa briga?
Como o mercado evoluiu e só quer saber dos SUVs, a disputa mudou de terreno, mas segue quente entre Fiat e Volkswagen. E a pergunta que as pessoas mais fazem hoje é: Nivus ou Pulse? Ele foram criados à imagem e semelhança de alguns hatches, mas com toques a mais de sofisticação para tentar fisgar quem antes comprava Fiat Bravo e Volkswagen Golf.
Filhos de Polo e Argo
A fórmula de transformar um hatch em SUV começou com a Honda e o WR-V. Nitidamente derivado do Fit, ele não convenceu muito como um modelo separado, tanto que morreu neste ano sem deixar sucessor. A CAOA Chery fez o mesmo ao transformar o Celer em Tiggo 2 e Tiggo 3X, disfarçando melhor a origem por ser um carro originalmente desconhecido.
O Pulse segue por um outro caminho. Tem mais de Argo nele do que de Polo no Nivus, mas ele é mais independente que o WR-V do Fit. A Fiat usou arcos de roda bem recheados de plásticos pretos, capô alto (que deixa ver a estrutura e os limpadores do lado de dentro) e um enxerto na traseira para dar o ar de SUV.
O que parece e o que é
Esse espírito de hatch dos dois se repete no interior. O Volkswagen parece mais sofisticado ao primeiro olhar, mas não é tão refinado na construção quanto o Fiat. Idêntica ao Polo, a cabine do Nivus tem plásticos ruins e pobres, apesar do uso de telas grandes e elementos em preto piano que tentam passar mais sofisticação.
Os plásticos do Pulse são melhores na qualidade do material, mas não na montagem. O porta-luvas sempre está desalinhado no SUV da Fiat, enquanto chicotes ficam aparentes na dianteira e na traseira. O Nivus tem montagem melhor, apesar de abusar das rebarbas, em especial na porta.
Já o porta-malas do Volkswagen é maior por conta do balanço traseiro espichado: são 415 litros contra 370 do Fiat.
Toques e dedos
Importante para o segmento, a conectividade é garantida em Nivus Highline e Pulse Impetus. Ambos têm central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, mas a tela do Fiat é maior, mais rápida e com melhor definição. A VW Play é sim uma boa central multimídia, mas trava mais do que deveria.
O troco do Nivus vem no painel de instrumentos digital com tela maior e mais completa que a do Pulse. As telas tem boa definição, são personalizáveis e cheias de recursos, mas a do Volkswagen é uma versão mais completa, enquanto a do Fiat se compararia ao painel mais simples usado na versão Comfortline do Nivus.
Em comum a eles está a presença de frenagem autônoma de emergência, mas só o Nivus tem piloto automático adaptativo, enquanto apenas o Pulse tem assistente de manutenção em faixa. Itens que, em tese, deveriam estar sempre juntos para uma condução semiautônoma mais precisa.
As coincidências continuam na presença de faróis de LED com acendimento automático, controle de tração e estabilidade, quatro airbags, monitoramento de pressão dos pneus, ar-condicionado digital de uma zona, volante com ajuste de altura e profundidade e chave presencial.
Igual, só que não
Além de serem ambos derivados de hatches compactos, Volkswagen Nivus e Fiat Pulse contam com motor 1.0 três cilindros turbo com o mesmo torque: 20,4 kgfm. O do Pulse chega um pouco antes aos 1.700 giros contra 2.000 do Nivus. A potência traz vantagem de 2 cv para o Fiat com seus 130 cv contra 128 cv do Volks.
Ambos são bem econômicos, mas o Fiat é mais. Ele faz 8,5 km/l com etanol na cidade contra 7,7 km/l do rival. Já na estrada com gasolina são 14,6 km/l para o estreante contra 13,2 km/l do SUV cupê. Mérito do consumo mais baixo está na transmissão automática CVT usada no Pulse contra a tradicional de seis marchas do Nivus.
O Pulse é mais ágil e acelera com mais leveza e vontade que o rival. Além disso, o câmbio tem uma melhor conversa com o motor turbo, aproveitando muito do torque em baixa rotação e permitindo uma elogiável elasticidade do conjunto. O Nivus anda muito bem, tem conjunto já consagrado, mas o câmbio automático o amarra um pouco e é lento em alguns momentos.
Na tocada
Se nas retas o Fiat Pulse leva vantagem, nas curvas o troco vem do Volkswagen Nivus. O SUV cupê tem volante mais durinho e direto, além de suspensão mais firme. Por ser mais baixo para dirigir e de suspensão, tem dinâmica de hatch e engole as curvas com uma facilidade que faz lembrar o Golf. Vantagem na hora de parar por ter freio a disco nas quatro rodas.
Por ter volante mais leve, o Fiat não é tão confiante nas curvas quanto o Volkswagen. O Nivus, no entanto, não encara tão bem a buraqueira quanto o rival. Além disso, por não ter um controle de tração voltado para o off-road, potencialmente atola mais fácil que o rival. Mas como o cenário para eles é a cidade, o VW é mais gostoso de dirigir e nitidamente mais sólido.
Veredicto
A desvantagem de R$ 10.500 para o Volkswagen Nivus Highline frente ao Fiat Pulse Impetus poderia pesar mais na compra se o SUV cupê não tivesse as primeiras revisões grátis. Ele é servido de um pouco mais de tecnologia e segurança que seu rival, além de ter uma construção mais sólida e mais prazer ao dirigir.
Em resumo, o Pulse acaba sendo a escolha de quem já saiu do segmento de hatches e quer um SUV em sua atual essência: posição alta de dirigir e conforto. O Nivus, por outro lado, é para quem ainda não desapegou dos hatches, em especial dos médios. Ele se encaixa com quem coloca o prazer de dirigir como prioridade e quer algo diferente do padrão do segmento.
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