![Peugeot 208 vs Honda WR-V [Auto+ / João Brigato] Peugeot 208 vs Honda WR-V [Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2020/11/P_20201020_163110_edited-990x556.jpg)
Definitivamente Peugeot 208 e Honda WR-V não disputam diretamente o mesmo comprador. Mas aqueles que têm R$ 96 mil na mão possuem um vastíssimo leque de opções que vai desde hatches compactos, passando por SUVs, picapes, sedãs e outras coisas a mais.
Mas por que então o 208 Griffe de R$ 94.990 e o WR-V EXL de R$ 94.700 estão nesse comparativo? Ambos foram lançados sob as mesmas duas críticas quando comparados aos rivais diretos: são caros demais e não têm motor turbo.
Com pecados semelhantes, preços iguais e propostas de mercado diferentes, qual dos dois compactos entrega mais no último degrau antes dos R$ 100 mil?
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Aspiração natural
Rivais diretos de Peugeot 208 e Honda WR-V são equipados com motor turbo. Em sua grande maioria são propulsores 1.0 três cilindros turbo, como é o caso de VW Polo e Nivus, Chevrolet Onix e Tracker, por exemplo.
Aqui a disputa é naturalmente aspirada. O 208 entrega 118 cv e 15,2 kgfm de torque em um motor 1.6 quatro cilindros. Já o WR-V empata no torque, mas oferece 115 cv. Na prática, o Peugeot parece mais esperto que o Honda.
Já no Honda a conversa entre motor e câmbio é bem atrapalhada. O CVT faz com que o motor grite excessivamente e não aproveite o torque em baixas rotações. Mesmo sendo um câmbio sem marchas, ele apresenta alguns trancos em reduções, algo que o 208 com o automático de seis marchas não revela.
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Comportamentos típicos
Sendo um hatch compacto, o Peugeot 208 naturalmente é um carro mais divertido de dirigir. Com suspensão mais baixa e posição de pilotagem mais próxima ao solo, ele tem comportamento mais envolvente e instigante.
A direção do Peugeot é mais apurada, comunicativa e rápida. Some isso ao fato de o volante ser pequenino e com ótima empunhadura. Além disso, ele faz curvas com mais compostura, sem ser suscetível a deslocamentos por vento lateral como é o WR-V.
Essencialmente a maior diferença do WR-V em relação do Fit do qual deriva está na suspensão. Ela fica em um meio termo entre o macio e o mais firme, lidando com buracos e imperfeições um pouco melhor que o 208. O revés é que o conjunto é mais barulhento.
Metro quadrado planejado
Tão contrastante quanto o fato de um ser um hatch global e outro ser um desenvolvimento brasileiro que transformou o Fit em quase SUV, são as cabines de Peugeot 208 e Honda WR-V. Aqui um é extremamente superior ao outro em alguns quesitos específicos.
Porém, o sistema Magic Seat é o que brilha. Ele permite levantar os assentos traseiros para levar objetos altos ou deitar o encosto totalmente formando uma superfície reta do porta-malas de 363 litros: praticamente virando um furgão.
Além disso, o WR-V recebe bem dois passageiros atrás, contando com boa distância para as pernas, altura do teto generosa e espaço lateral suficiente. Terceiro passageiro, como em todo carro compacto, pode disputar espaço com os ombros alheios.
Em contraste, o Peugeot 208 continua com o típico problema dos modelos 206, 207 e antigo 208. O espaço traseiro é apertado. Um motorista alto não permite um passageiro de mesmo porte atrás. A cabeça raspa no forro por conta do teto panorâmico e lá pode ser uma área bem claustrofóbica.
Em criatividade, ponto para a Peugeot pelo prático porta-celular com suporte para carregamento por indução. O porta-malas de 265 litros é pequeno para a categoria e não traz nada de especial além do que outros modelos oferecem. Nesse quesito o Honda WR-V tem vantagem mais do que larga.
Quase quase
O troco do Peugeot vem imediatamente no acabamento e tecnologia embarcada. O 208 exibe superfícies macias ao toque, bancos revestidos em couro, Alcântara e tecido, além de plásticos de qualidade. Já o WR-V aparenta ser um carro mais barato.
Além disso, o visual que já é datado quando comparado à média da categoria, envelhece 20 anos ao ser comparado com o 208. O WR-V tem painel de instrumentos analógico com computador de bordo com pouquíssimas funções, enquanto o Peugeot 208 entrega tela digital 3D cheia de recursos.
Já o ar-condicionado digital requer vários toques na central multimídia do 208 para ser operado, enquanto no WR-V ele fica em uma superfície sensível ao toque logo abaixo da central. Bem mais prático de usar no Honda.
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Falta de cá, sobra de lá
A lista de equipamentos de série traz também outro grande contraste entre os rivais. O Honda WR-V EXL não traz muito além do básico para a categoria, contendo controle de tração e estabilidade, faróis e lanternas de LED, bancos em couro, retrovisores elétricos e sensor de estacionamento dianteiro.
Já o Peugeot 208 Griffe vem recheado com teto panorâmico, chave presencial por aproximação (o WR-V tem chave canivete de carro popular), painel digital 3D, leitor de placa de trânsito, frenagem autônoma de emergência, alerta de colisão, sistema de manutenção em faixa com correção de volante, faróis full-LED com assistente de luz alta e carregador de celular por indução.
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Veredicto
O Peugeot 208 Griffe sai como vencedor desse comparativo ao entregar um projeto mais refinado em todos os sentidos. É melhor de dirigir, motor e câmbio se entendem muito bem, tem cabine mais sofisticada e lista de equipamentos mais farta.
Esse resultado só se inverte totalmente para o Honda WR-V caso sua prioridade seja o espaço interno, algo que o 208 peca. Para um casal com até um filho pequeno, o Peugeot da conta, mais do que isso é preciso levar o Honda.
Agradecimento especial à concessionária Peugeot / Citroën LeMans em Campinas, SP, que cedeu o espaço e o 208 Griffe para as fotos.
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