Sob nova direção desde 1º de abril, a Honda do Brasil vai passar por um intenso processo de renovação nos próximos anos. A marca pretende enxugar sua linha de carros produzidor no Brasil e focar em categorias que dão mais lucro. Com isso, novamente o futuro de Civic e Fiat no Brasil é ameaçado.
Astushi Fujimoto, novo presidente da Honda no Brasil, conversou com economistas e com o Automotive Business onde revelou alguns planos do futuro da marca. “Não posso adiantar nosso programa de lançamentos, mas está nos planos a redução da linha de carros”, adiantou o executivo.
Há tempos a manutenção de Fit e City nas linhas de produção de Itirapina e Sumaré, ambas no interior de São Paulo, é colocada em xeque. Ambos receberam novas gerações lá fora e que demandarão investimentos pesados da Honda para serem feitas por aqui.
Civic importado?
O caso do Civic seria mais fácil de resolver com produção nacional, visto que estruturalmente ele não mudou tanto em relação ao modelo atual. Além disso, segue vendendo bem e sem nenhuma ameaça imediata ao seu posicionamento dentro da Honda ou no segmento de sedãs médios.
A única pedra possível em seu sapato é o novo HR-V. A terceira geração (segunda no Brasil) do SUV migrará de categoria. Ele subirá do segmento de compactos para o de médios. Assim, deixará de brigar com Jeep Renegade, Nissan Kicks e Volkswagen T-Cross para partir para cima de Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos.
Se hoje HR-V e Civic se entrelaçam em algumas versões, a nova geração ficará mais sofisticada e cara e superará o sedã em valores em alguns casos. Com isso, a Honda teria um produto para atrair os clientes de sedãs médios em um formato de SUV, que é mais rentável. O Civic pode vir como importado e em versões mais caras e esportivas, somente.
Sai Fit, entra quem?
Já o caso do Fit é ainda mais complicado. Há um certo tempo ele tem vendido menos que seu irmão aventureiro WR-V. Segundo dados fornecidos pela Fenabrave, até maio, a Honda vendeu 3.154 unidades do Fit contra 4.419 do WR-V. Ou seja, parte do público está suprido pelo pseudo-SUV.
Além disso, a nova geração do City terá uma versão hatch. Ele ficará posicionado justamente onde está o Fit hoje, tanto em preço, quanto até em porte. Isso fará com que o hatch com ares de minivan perca um pouco de sentido no lineup brasileiro.
Há de considerar também que a Honda prepara um novo SUV para o lugar do WR-V, em virtude da promoção de categoria que sofrera o HR-V. E que a nova geração do Fit ficou cara demais para ser feita no Brasil. Ou seja, as chances de ele se renovar são muito pequenas.
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