Anunciada na última semana, a Chevrolet Montana RS foi apresentada para a imprensa ontem (17), onde consegui ter as primeiras impressões da versão esportivada da caminhonete. Com preço sugerido de R$ 151.890, a nova configuração assume o posto de topo de linha da gama, custando R$ 3 mil a mais que a Premier.
Sem nenhuma mudança mecânica, o que significa que o motor 1.2 três cilindrs turbo de 133 cv e 21,4 kgfm foi mantido, a RS tenta conquistar pelo visual mais incrementado, já que sua oferta de equipamentos é praticamente igual a da Premier.
Quebra de tradição
Segundo a Chevrolet, esse posicionamento da RS como topo de linha na Montana foi estratégico. De acordo com os dados de venda da montadora, as versões mais completas até então (LTZ e Premier) correspondem a dois terços das vendas. Por isso, faz mais sentido a RS ocupar o posto de mais caro da gama, em vez de ser uma intermediária como no Onix, Tracker e Equinox.
Apesar deste posicionamento, a RS acrescenta muito pouco em relação ao modelo Premier. O visual é diferente, apostando em elementos que trazem mais esportividade. É o caso da grade em colmeia pintada em black piano, das rodas de 17 polegadas exclusivas e dos logotipos escurecidos.
O interior também recebe detalhes únicos para a Montana RS. É o caso dos frisos em vermelho, da forração perfurada dos bancos e do logotipo alusivo à versão em um detalhe dos encostos dianteiros. A gravatinha da Chevrolet foi escurecida no volante, que tem costuras em vermelho, acabamento em couro e um aplique black piano na parte inferior.
Entretanto, o painel da picape continua sendo um de seus maiores defeitos. A central multimídia de oito polegadas tem Android Auto e Apple CarPlay sem fio, e tem uma bonita moldura em preto brilhante que a integra ao painel de instrumentos, como se tornou tendência em diversos carros atuais.
O problema é que os mostradores continuam sendo analógicos, o que causa uma integração incompleta. Em vez de parecer uma tela só, fica nítido que são dois elementos diferentes unidos por uma peça de plástico. Para piorar, os instrumentos são iguais aos do Onix, com a tela monocromática no meio. A GM poderia ao menos ter colocado o painel do Tracker, que tem tela colorida, mas optou pelo instrumento do carro mais em conta.
Há outros pontos simples que não combinam com uma versão topo de linha. É o caso das lanternas traseiras. Além de serem pequenas para o tamanho da picape, elas não têm nenhuma assinatura em LED. Ou seja, são iguais às da versão mais simples da picape. Ao menos os faróis dianteiros são em Full LED, mas isso evidencia ainda mais a ausência dessas lâmpadas na traseira.
Ao volante da Chevrolet Montana RS
Este foi meu primeiro contato com a Montana atual, já que ainda não tinha andado na picape. E por mais que tenham sido poucos quilômetros ao volante, e sempre em rodovias, a picape agradou bastante.
Primeiro que é fácil achar uma boa posição para dirigi-la. A regulagem de altura e profundidade, somada aos bons ajustes do banco, ainda que totalmente manuais, fazem com que qualquer pessoa se sinta à vontade no comando da Montana.
O banco do motorista também merece destaque, já que abraça bem o corpo e tem uma espuma bem grossa, causando menos cansaço no condutor. Outro ponto positivo é a estabilidade da picape e o seu conforto ao rodar. De fato, ela parece ser um SUV com caçamba, rolando pouco nas curvas e sem pular feito um cabrito bravo.
Já o motor é apenas suficiente. Há um certo atraso ao pisar fundo no acelerador, por culpa da injeção indireta de combustível. Depois que a Montana deslancha, tudo flui normalmente e o aumento de velocidade é bom, mas talvez falte motor com a caçamba lotada e cabine com cinco pessoas.
Veredicto
Já avaliada aqui no Auto+, a caminhonete intermediária da Chevrolet é um bom produto, com diversos pontos positivos, como a posição de dirigir, o comportamento dinâmico e o bom espaço da caçamba, que tem 874 litros e 600 kg de capacidade. Entretanto, é um pouco difícil justificar a compra da Montana RS.
O visual realmente é bonito, e o pacote RS deu mais personalidade à picape. Entretanto, não há nenhum equipamento essencial que justifique os R$ 3 mil a mais em relação ao modelo Premier. Basicamente, somente o visual esportivado.
Por isso, a sensação é de que a Chevrolet poderia ter tratado o modelo com mais carinho. Já que é a versão mais cara, ela precisa transmitir ao consumidor a imagem de sofisticação que a Montana pode ter. E, infelizmente, é justamente isso que falta na picape.
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