Omoda e Jaecoo já começaram seu movimento de vinda ao Brasil pelas mãos da Chery, que é parceira da CAOA na marca mãe. Desde então, foi criado um clima horrível entre as duas, mostrando que poderia haver uma animosidade entre elas. Mas, para a CAOA, a relação será muito mais pacífica do que o que dizem por aí.
Em entrevista exclusiva ao Auto+, Annuar Ali, vice-presidente da CAOA, deixou bem claro que as três marcas não terão problemas, ao menos pela parte da controladora da Chery. “Não há uma guerra, estamos conversando. Existem ajustes a serem feitos. Mas, continuamos com 50% da fábrica de Jacareí”, afirma o executivo.
Existe um desejo gigantesco por parte da Omoda e da Jaecoo em usar a fábrica de Jacareí para produção de seus carros no Brasil. Ela foi a primeira fábrica da Chery erguida fora da China e tem grande apego emocional por parte da montadora. Entretanto, problemas sindicais e parte do controle nas mãos da CAOA azedam os planos.
Existe até uma questão da própria CAOA de que a liberação da fábrica de Jacareí só será possível mediante compra da Omoda e Jaecoo, que o espaço não seria cedido. Por isso, o grupo de marcas controlada pela própria Chery já busca alternativas porque está determinada a produzir carros no Brasil.
Juntos, mas separados.
Apesar da questão da fábrica, a CAOA Chery não quer se tornar uma rival de Omoda e Jaecoo. “Estamos vendo como agregar valor, aumentar marketing share. Mas também como a gente só ataca a concorrência para que não exista canibalização. Temos que brigar com os outros concorrentes, não com CAOA Chery contra Omoda e Jaecoo”, explica Ali.
“Tem muita coisa que está sendo dita, mas sem acordo. A hora que estiver o plano fechado, o anúncio será em conjunto”. Ou seja, a CAOA ainda espera uma aproximação de Omoda e Jaecoo para que as três marcas trabalhem de maneira cooperativa. Cada um com seu negócio e linha de modelos, mas sem criar uma situação de briga praticamente interna.
Multiplicação de marcas
No último ano, vimos uma criação massiva de novas montadoras chinesas nascidas a partir de marcas consagradas. A Chery criou a Omoda e a Jaecoo, a BYD (que nunca teve submarcas) fez a YangWang e a Fang Cheng Bao, enquanto a GWM se prepara para lançar uma nova marcha de luxo acima da Wey.
“O chinês hoje tem um problema sério. Fui no começo de dezembro visitar a Chery. A produção tem desde a linha de soldagem até a linha de acabamento final tem no máximo dez pessoas, tudo é muito automatizado. É robô para tudo quanto é lado. O que acontece, desapareceu o emprego”, explica Annuar Ali.
E continua: “não tem emprego. Então é uma estratégia do governo chinês de criar duplicidade para gerar emprego. Não é para ter uma marca, mas sim para ter um número maior de marcas para ter mais construção de fábricas, de logística, aumentar o número de executivos dentro e fora do país. Eles fazem esse movimento para crescer o emprego”.
Ou seja, segundo o executivo, diversas marcas que surgem hoje na China são pura redundância de montadoras que já existem. Omoda e Jaecoo são exemplo disso, visto que seus modelos também são vendidos como Chery na China. Ou, no caso do Omoda S5, não passa de um Chery Arrizo 6 com outra grade.
A grande questão será como Omoda e Jaecoo se posicionarão no Brasil sem repetir modelos da Chery. Será que a CAOA importará antes da nova dupla para garantir seus espaço no mercado? O Chery Tiggo 9, também conhecido como Jaecoo 8, poderá ser um modelo disputado pelas duas em breve.
Você acha que essa estratégia de paz da CAOA será repetira por Omoda e Jaecoo? Conte nos comentários.
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