![Mitsubishi Pajero Sport HPE-S [Auto+ / João Brigato] Mitsubishi Pajero Sport HPE-S [Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2023/02/Mitsubishi-Pajero-Sport-HPE-S-12-990x556.jpg)
Quando avaliei o Toyota SW4 em junho de 2022 aqui no Auto+, havia ressaltado todo o fetiche que ronda o SUV de sete lugares. É um carro bom, mas caro demais e que já mostra sinais da idade. Só que segue como referência na categoria vendendo mais do que o dobro de rivais como Mitsubishi Pajero Sport e Chevrolet Traiblazer.
Mas sempre que ando no SW4, fica aquele sentimento de que o carro não vale o tanto que cobra, mesmo mal que sofre o Trailblazer. Seria um mal da categoria ou o Mitsubishi Pajero Sport seria diferente? Para responder a essa pergunta, levei o SUV japonês para uma viagem de carnaval com seis pessoas a bordo e 1.100 km rodados ao longo de dez dias.
Casa 4
Por R$ 411.990, o Mitsubishi Pajero Sport é R$ 26.650 mais caro que o Chevrolet Trailblazer, porém é R$ 8.100 mais barato que o SW4 Diamond – nem considerei o SW4 GR-S porque tem pegada mais esportiva. O agravante para o SUV da Mitsubishi é ser importado da Tailândia, enquanto o Trailblazer é brasileiro e o SW4 vem da Argentina.
A presença de freio de estacionamento eletrônico já é uma vantagem grande frente aos rivais SW4 e Trailblazer. O modelo ainda traz painel de instrumentos totalmente digital que é fácil de usar e conta com diversos layouts diferentes. A central multimídia não é um primor, especialmente por conta da tela opaca e sem vida, além de lenta.
Nesse quesito, o Chevrolet Trailblazer segue como referência. Mas a central do Pajero Sport é bem melhor que a do Toyota SW4. Chama atenção a qualidade do couro no volante, que conta com ajuste de altura e profundidade (algo raro na categoria), além dos bancos confortáveis que não cansam mesmo em viagens longas.
Em um clique
Espaço é algo farto no Pajero Sport: tanto que na viagem com seis pessoas e porta-malas lotado, ninguém reclamou de aperto. A fileira do meio tem assentos bem altos, fazendo com que quem tenha mais de 1,85 m de altura raspe a cabeça no teto. A vantagem, contudo, é que as pernas têm mais espaço.
Para quem senta na terceira fileira, o acesso é bem facilitado. Basta puxar a alavanca nas costas do banco do meio que o assento se dobra para a frente e, com a própria força do movimento, já levanta a parte posterior do assento para permitir a entrada com conforto. Há tempos não via um sistema tão fácil.
A única questão é que, para voltar ao lugar, é preciso colocar força extra para o banco travar. O mesmo vale para montar e desmontar a terceira fileira. Toda operação é fácil e leve, mas uma dose extra de arroz com feijão na hora do encaixe é recomendada. Com sete lugares em uso, são 120 litros de capacidade no porta-malas. Já com sete assentos, o Pajero leva 502 litros.
Peso da família
Há um ponto em que o Mitsubishi Pajero Sport é discrepante frente seus concorrentes: motor. O brasileiro parece que determinou que qualquer picape média ou SUV derivado desses modelos precisa ter, no mínimo, 200 cv e 50 kgfm de torque. A meta de força é cumprida pela maioria das marcas, mas não pelo Pajero.
Seu 2.4 quatro cilindros turbo diesel fornece 190 cv e 43,9 kgfm de torque. É menos que os 204 cv e 50,9 kgfm do SW4 e que os 200 cv e 51 kgfm do Trailblazer. E isso é nitidamente sentido com o carro carregado. O Pajero Sport começa a sofrer com bagagem extra e excesso de pessoas, mostrando certa letargia em ganhar velocidade.
As trocas são imperceptíveis, feitas no tempo certo e trabalhando sempre para deixar o motor em rotação ideal. Na estrada, em velocidade de cruzeiro, mantém o giro baixo em oitava marcha. Só que, basta pisar no acelerador para ele puxar a sexta e ganhar o necessário embalo.
Equilíbrio
Uma das questões que mais incomoda em SUVs construídos a partir de caminhonetes com estrutura chassi sob carroceria é o tanto que esses carros pulam. Foi uma recente reclamação na Nissan Frontier que testei, mas o Mitsubishi Pajero Sport é diferente. Claro que não é tão comportado quanto um SUV monobloco, mas surpreendeu.
Nessa situação, o Pajero Sport mostrou que seu conjunto é robusto e aguenta o tranco sem a menor dificuldade. Vale lembrar que seu antecessor, o Pajero Dakar, era comumente usado como viatura policial no Brasil. Passar em terrenos ruins com o SUV é tão fácil quanto rodar com um hatch compacto em uma rua de paralelepípedo.
Como resultado, o Pajero Sport tem rodar confortável, silencioso e refinado como o esperado de um carro que cobra o preço que ele tem. Chama atenção a solidez na estrada e a pouca tendência a inclinar nas curvas – em geral, modelos desse tamanho são um grande perigo em curvas fortes.
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Mimos para todos
A lista de itens de série do Mitsubishi Pajero Sport é bem recheada. O SUV conta com ar-condicionado digital de duas zonas com comandos individuais para a traseira, “alça pqp” até na terceira fileira, tração 4×4 com opção de uso em alta velocidade, teto solar, frenagem autônoma de emergência, seis airbags e sistema de câmeras 360° (com péssima qualidade).
Há ainda porta-malas com abertura automática, piloto automático adaptativo (que para de funcionar quando o carro para, mesmo que ele faça isso sozinho), alerta de ponto cego, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, faróis full-LED com acendimento automático, banco do motorista com ajuste elétrico, sensor de chuva e retrovisor eletrocrômico.
Veredicto
Além de ser o SUV mais bonito da categoria (apesar de suas lanternas escorridas), o Mitsubishi Pajero Sport também se consagra como o melhor para dirigir do trio. Sua construção e refinamento ao dirigir fazem ele parecer um carro 10 anos à frente do Toyota SW4 e do Chevrolet Trailblazer.
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