![JAC E-JS4 [Auto+ / João Brigato] JAC E-JS4 [Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2021/12/JAC-E-JS4-3_edited-990x556.jpg)
Antes de qualquer ponto a ser levantado é preciso entender algo importantíssimo: não existe um SUV elétrico no Brasil tão barato quando o E-JS4. Por R$ 259.900, o modelo movido a eletricidade custa a mesma coisa que muito SUV a combustão, como Ford Bronco Sport ou Peugeot 3008. Mas a condução alternativa tem seus custos.
Desde que a JAC passou a fazer parte do grupo Volkswagen, a marca alemã tem feito trabalhos intensos de engenharia em seus carros. As mudanças são nítidas e as melhorias também. Mas, o E-JS4 deixa claro que ainda não está naquele ponto de virada como o CAOA Chery Tiggo 8. Mas será que a eletrificação compensa e o torna mais atrativo?
Pisou, disparou
Frente aos seus rivais diretos em preço, o JAC E-JS4 tem a grande vantagem na propulsão elétrica. São 150 cv e 34,7 kgfm de torque – ou seja, mesma potência de um Volkswagen Taos, com torque 1 kgfm menor que o do Compass diesel. A diferença, no entanto, é que toda força está disponível em um pisão mais forte no acelerador.
O mais interessante é que, por não ter barulho, ele não parece estar indo tão rápido quanto de fato está. A JAC fez um bom trabalho de isolamento de vento, garantindo uma viagem tranquila na estrada. O único ruído percebido é o de rolagem dos pneus. O compósito mais duro dos Michelin 225/45 R17 é culpado por isso, mas também pela boa estabilidade.
Ai que começa
Um dos pontos em que a Volkswagen mais trabalhou no E-JS4 foi na suspensão. Ela agora é mais firminha e tem respostas melhores. O JAC ficou mais estável nas curvas e mais gostoso de ser conduzido próximo ao limite. A moleza típica dos carros chineses foi atenuada, mas ainda está um pouco distante do padrão europeu.
Já a direção, com assistência elétrica, poderia ser mais pesada. Ela é excessivamente leve o tempo todo. Para manobras é ótimo, mas como o torque do E-JS4 é forte e instantâneo, isso faz com que o volante sambe um pouco nas arrancadas. Um pouco mais de firmeza no conjunto permitiria uma dirigibilidade mais apurada.
Na prática, ele deve rodar cerca de 330 km com carga completa. Não arrisquei chegar até o limite da bateria pois, ao contrário de um carro a combustão, não é fácil fazer um elétrico voltar a andar depois da carga finalizada. Outro problema está no carregamento, que exige um adaptador para o padrão mais comum usado nos eletropostos brasileiros.
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Padrão espaço
Na categoria dos SUVs médios, são poucos os modelos que batem o JAC E-JS4 (e seu irmão a combustão T60) no quesito espaço interno. Mesmo com o banco dianteiro em posição naturalmente alta, há muita área para a cabeça. O assento é grande, confortável e mesmo assim permite muito espaço para os que se sentam à frente.
Mas o destaque vai para a traseira. As pernas ficam tão folgadas quanto em um Nissan Versa, que é conhecido por seu espaço de limosine. Dá para cruzar as pernas mesmo se sentando atrás de um motorista alto. O encosto tem inclinação confortável e o teto panorâmico ajuda na sensação de amplitude.
Some isso ao grande porta-malas de 520 litros e entenderá porque esse JAC é imbatível no quesito espaço interno. O acabamento também é bem bom. Não está no nível do Jeep Compass, mas é superior ao do Volkswagen Taos e do Toyota Corolla Cross. Tem superfícies macias no painel e nas portas, que ajuda bastante na sensação de qualidade.
Ele conta também com banco com regulagem elétrica, porém apenas para o assento, inexplicavelmente ausente para o encosto. Já o aquecimento dos bancos é feito por um bando de menus e sub-menus dentro da central multimídia. Outra mancada do E-JS4 está na manopla de câmbio rotativa que, vez ou outra, não entende o movimento de mudança das marchas.
Quem é ele?
Uma das grandes diversões de testar os carros de imprensa é ver a curiosidade das pessoas para com os carros na rua. E o JAC E-JS4 está entre os mais chamativos que testei recentemente. Não por fazer os pescoços na rua virarem, algo que os Porsche 911 Turbo S e Taycan, além do Jaguar I-Pace fizeram com mais frequência.
A grade frontal nem parece fechada, por conta da textura que a JAC inseriu. A lateral ainda parece bagunçada, com linhas em excesso e sem harmonia. Sem contar a linha dos vidros baixa, que da um certo ar de minivan. Já a traseira tem elegantes lanternas interligadas e porta-malas com apenas o logo da JAC. O resultado visual é bastante agradável e diferente.
Veredicto
Se você não considerar o JAC iEV40, que está mais para um hatch aventureiro, o E-JS4 é o SUV elétrico mais barato do Brasil. Pelo preço dele só é possível levar modelos como Renault Zoe e elétricos mais charmosos, porém menores e com autonomia restrita como Fiat 500e e Mini Cooper SE.
Pequenas falhas não tiram as qualidades do projeto, mas ainda falta uma mão a mais da Volkswagen para a lapidação final. Aqui a grande questão é potencial. Ele tem, mas falta apenas mais uma correção de pequenas falhas. Algo que a JAC já fez em relação ao antigo T60.
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