![Chevrolet Spin Activ 7 [Auto+ / João Brigato] Chevrolet Spin Activ 7 [Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2021/06/Chevrolet-Spin-Active-7_edited-990x556.jpg)
Estar sozinho em um segmento tem vantagens e desvantagens. Sem rivais, a marca pode cobrar o que quiser do modelo e deixar de oferecer alguns itens. Afinal, não há contraponto ou concorrência. Contudo, se um modelo reina sozinho no segmento, quer dizer que a demanda pela categoria é preenchida por ele. E é nessa dicotomia que vive a Chevrolet Spin.
Carro de sete lugares mais barato do Brasil, ela não é somente a única minivan produzida no nosso país, mas a ultima representante dessa categoria engolida pelos SUVs. Rainha das famílias, queridinha dos taxistas e Chevrolet de passeio mais antigo à venda hoje: será que a Spin ainda tem o charme? Avaliamos a versão Activ 7 de R$ 111.890 para descobrir.
Ditado popular
Sabe aquela famosa frase: coração de mãe sempre cabe mais um? Dizem que o coração das tias também se faz caber mais gente, mas não tanto quanto o de uma mãe. E é assim com a Chevrolet Spin. Sim, ela leva sete pessoas, mas é preciso fazer alguns sacrifícios para isso.
Entretanto, como o abraço apertado daquela sua tia favorita que mora longe, a Spin recebe os passageiros com bancos confortáveis. De certa forma, compensam a falta de espaço e tornam a viagem menos cansativa. Mesmo em passeios mais longos, os passageiros e o motorista não reclamarão de dores nas costas. A não ser os da última fileira por conta do piso alto.
Agrada a área envidraçada ampla e o para-brisa grande, que ajudam na sensação de amplitude da cabine. Ela não é alta como um SUV, mas posiciona o motorista mais alto que em carros comuns. Mas há outro pênalti na ergonomia: nada de ajuste de profundidade no volante, só altura.
![Chevrolet Spin Activ 7 [Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2021/06/Chevrolet-Spin-Active-7-16_edited-750x450.jpg)
Acadêmicos de São Caetano
A cabine é recheada de plásticos de boa qualidade na hora do tato, mas montagem deixam a desejar. O painel da versão aventureira Activ traz textura na parte central que contrasta com a cor preta usada no restante. É nesse miolo que fica a central multimídia, que é ladeada por uma borda cromada e por dois práticos porta-objetos.
Com vasto espaço interno, a Chevrolet Spin aproveita os nichos disponíveis para abrigar tranqueiras. As portas dianteiras trazem bolsões enormes capazes de levar uma garrafa d’água de 1,5 litros e mais algumas coisas. Já a ultima fileira tem a disposição porta-copos e um porta-objetos suficiente para um celular e uma carteira.
A Spin soube trabalhar bem as mudanças de texturas e materiais na cabine. Tanto que a Activ mescla couro e tecido em seus bancos. Mas, há rebarbas afiadas na parte traseira do volante e o porta-luvas tende a não fechar direito. Além disso, em ruas levemente irregulares, a escola de samba Acadêmicos de São Caetano começa a tocar.
Toda parte traseira da Spin range, sendo evidente a mistura de som de acabamento das portas e do porta-malas com os pontos de fixação do banco traseiro. Este que, aliás, fica pendurado por uma cordinha quando os assentos traseiros não são usados. Artifício necessário para liberar os 553 litros de capacidade do porta-malas (162 litros com os 7 lugares).
Respiro aliviado
Enquanto o restante da linha nacional de compactos da Chevrolet aposta em motores tricilíndricos turbinados, a Spin ainda é a moda antiga. Ela carrega debaixo do capô o mesmo motor Família I dos tempos do Monza. Trata-se de um 1.8 quatro cilindros aspirado que foi modernizado exaustivamente nos últimos anos. Ainda assim, tem tanquinho de partida a frio.
A última mudança o deixou mais econômico verdadeiramente, além de mais espertinho. Lembro de quando meu pai passou alguns anos com um Cobalt LTZ 1.8 automático que não somente se arrastava como o fez virar amigo dos frentistas do posto de gasolina. Na Spin não é tão sofrido assim, pelo contrário.
Em altas velocidades e rotação mais alta, ela perde um pouco do fôlego e sofre para fazer ultrapassagens. Carregada com sete pessoas, ela começa a sentir o peso do público e tende a manter o motor em giro mais alto, além de começar a se arrastar. Dá para dizer que esse 1.8 é suficiente para a Spin, mas o 1.0 três cilindros turbo seria mais que bem-vindo aqui.
Aventura urbana
Voltada ao conforto, a Chevrolet Spin tem direção macia e que filtra muito do que se passa no asfalto. Ela é leve em todas as situações, mas sem ser boba. Deixa evidente o comportamento nada esportivo da minivan. Assim com a suspensão. Ela tende para a neutralidade: ou seja, não é molenga, nem dura.
Mas a questão é que a Spin ficou um tanto quanto baixa para o ambiente urbano brasileiro em relação ao solo. Em especial se considerada que essa versão aventureira Activ raspa a dianteira mais do que deveria. Mais até que o Camaro. A saia aerodinâmica na dianteira raspa em valetas, saídas de garagem e guias um pouco mais altas.
Na pegada confortável também está a transmissão automática de seis marchas. Ela faz troca suaves a maior parte do tempo. Mas vez ou outra surpreende com um tranco forte. Ela sobe de marcha cedo para aproveitar o torque em baixa da Spin e é esperta suficiente para entender a hora de fazer reduções para acelerar.
![Chevrolet Spin Activ 7 [Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2021/06/Chevrolet-Spin-Active-7-20_edited-750x450.jpg)
Pacote enxuto
Por R$ 111.890, a Chevrolet Spin Activ só se diferencia da versão Premier automática de R$ 109.690 pelo visual aventureiro. Ela tem um pacote de itens de série que era interessante há alguns anos, mas que já se faz perceber que na faixa dos R$ 100 mil, alguns itens estão faltando.
Não há, por exemplo, ar-condicionado digital ou chave presencial – itens que o Onix tem em uma faixa de preço inferior. Contudo, ela traz retrovisores elétricos, vidros elétricos nas quatro portas, sensor e câmera de ré, faróis com acendimento automático, sensor de chuva, controle de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa e OnStar.
Veredicto
A Chevrolet Spin é a última minivan vendida no Brasil e carro de sete lugares mais barato do país. Ela cumpre sua proposta familiar com louvor ao entregar bom espaço interno, lugar para sete pessoas e bastante conforto. O conjunto mecânico não é um destaque, mas também passa longe de ser um demérito, atendendo às expectativas.
Em suma, a Chevrolet Spin é o melhor carro para a família que precisa de espaço e quer algo bem mais moderno que um Fiat Doblò. Existem pontos de melhora? Sim. Mas como ela não tem concorrentes, pode até ter seus pecados que não deixa de ser uma ótima opção para quem realmente necessita de uma minivan.
>>Chevrolet Onix RS mira esportividade, acerta no conforto – Avaliação
>>Equinox mostra como é o Onix nos EUA – Avaliação
>>Onix Plus Midnight: sem erro como uma camiseta preta – Avaliação