Com toda certeza você já ouviu aquela frase “nos menores frascos estão os melhores perfumes”. Às vezes esse clichê é verdadeiro, às vezes é só uma desculpa esfarrapada. Mas no caso do Audi TT RS, é a descrição sobre ele.
Menor modelo da linha RS da Audi não quer dizer que ele seja o menos esportivo ou menos capaz. Muito pelo contrário, aliás. Ele é um dos mais divertidos, ariscos e gostosos de dirigir. Testamos o bólido no Circuito Panamericano da Pirelli no interior de São Paulo para comprovar sua avidez pela velocidade.
Rouco ronco
A grande estrela do Audi TT RS é seu motor 2.5 TFSI cinco cilindros em linha. Com turbo, injeção direta e todos os aparatos tecnológicos para andar muito e (tentar) consumir pouco combustível, ele entrega 400 cv e 49 kgfm de torque.
Mas além da força bruta capaz de catapultar o cupê aos 100 km/h em 3,7 segundos, o motor cinco cilindros produz um ronco espetacular. Um dos mais bonitos da linha RS da Audi. Ele é encorpado, alto, rouco e mais sonoro até que o V6 usado na perua RS 4 e no cupê de quatro portas RS 5.
É como se aquele pequeno cupê gargarejasse com um enxame de marimbondos enquanto bebe uma cerveja alemã das mais caras. Acompanhado a esse som está a brutalidade com que o TT RS entrega sua força. É patada atrás de patada.
Se faz necessário uma delicadeza a mais no acelerador e no freio para que o cupê se mantenha comportado. A transmissão automatizada de dupla embreagem S-Tronic com sete marchas também segue nesse estilo mais forte. As trocas em altas rotações são acompanhadas de socos nas costas do motorista e estampidos no escapamento.
Controle preciso
Apesar desse comportamento mais arisco em um primeiro momento, o TT RS é um carro facilmente controlável. A tração integral quattro distribui uniformemente a força entre as quatro rodas. Sob demanda, pode enviar mais torque para a dianteira ou para a traseira, mantendo o Audi sob controle.
Mesmo em curvas mais fechadas com saídas rápidas ou curvas de alta, ele se mantém estável e não titubeia. A intervenção dos controles de tração e estabilidade é mínima, dando a impressão de que o motorista que controla a situação.
Foco na pista
Como um esportivo nato, o TT RS nasceu com foco na dirigibilidade. Por isso ele tem posição de dirigir bem baixa com pernas esticadas. O volante traz revestimento de alcantara e marco central em um pacote opcional de R$ 15.000.
Já os bancos estilo concha seguram bem o motorista mesmo nas curvas mais empolgadas. Destaque para o visual limpo da cabine que conta com pequenas telas nas saídas de ar para controle do ar-condicionado. Não há central multimídia, sendo ela conjugada ao painel de instrumentos digital.
Veredicto
Por R$ 442.990 (ou R$ 506.990 com todos os opcionais), o Audi TT RS é um brinquedo caro, mas muito divertido. Esportivo de verdade na forma e na função, ele traz a sensação das pistas mesmo para o dia-a-dia. Tem dinâmica apurada e um ronco digno de um grammy.
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