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Meus últimos contatos com carros da Audi foram positivos, especialmente porque e-tron S Sportback e Q8 são o que há de melhor dentro da marca da argola no segmento de SUVs. Mas confesso que não estava esperando muito do Q3 Sportback. Fora a Volvo com o XC40 e com o C40, a maioria das marcas de luxo não liga muito para seus SUVs de entrada.
Eles estão ali para preencher um segmento extremamente necessário, mas não são os carros que as marcas colocam grande esforço para serem projetados. O próprio Q3 era assim antes, com motor 1.4 turbo que era suficiente para ele, mas não brilhava. Só que nada como a maturidade do tempo e um belo 2.0 turbo debaixo do capô para mudar as coisas.
Faixa da esquerda
Quando a Audi nacionalizou o Q3 e seu irmão Q3 Sportback, trocou o motor 1.4 TFSI quatro cilindros turbo pelo mesmo 2.0 TFSI quatro cilindros turbo usado em outros modelos. Com isso, ele deixou de apresentar os mesmos 150 cv e 25,5 kgfm de torque de um Taos ou de um T-Cross Highline para chegar ao nível esperado de um Audi.
O consumo, mesmo nessas situações, acaba por ficar apenas ok. Oficialmente ele faz média de 8 km/l na cidade e 10,1/l na estrada. Contudo, durante nossos testes marcou 10,4 km/l na estrada com o pé bem pesado e 8,8 km/l na cidade, em ritmo mais comedido. O problema é que dentro do grupo Volkswagen, há resultados melhores.
Quase um A3
Na tocada, esse peso extra não é sentido, especialmente porque o Q3 Sportback lida bem com a altura extra. Como a versão Sportback tem teto mais baixo e bancos também mais baixos, ele se aproxima bastante do A3 em dinâmica. O SUV é firme, com suspensão levemente durinha e que é bastante responsiva nas curvas.
Há de elogiar também o belíssimo trabalho da transmissão automática de oito marchas. A caixa é tão rápida e instantânea que me fez pensar tratar-se de uma transmissão de dupla embreagem. É o melhor casamento com o motor 2.0 turbo. A única questão é que, na estrada, ela fica indecisa entre 7ª e 8ª marcha sem necessidade.
Audi de entrada
Por dentro, o Audi Q3 Sportback deixa claro se tratar de um modelo de entrada da marca alemã. Isso significa que o que se espera de um carro das quatro argolas está lá. O painel é todo macio na parte superior, enquanto nas portas também é emborrachado, mas com menos fofura.
Há também nas portas capas para botões que nunca foram instalados, onde no motorista fica o botão de trava. Volante com base reta tem couro perfurado de qualidade. Já os bancos trazem couro com um suede que parece simples demais para o carro. As coisas dos bancos dianteiros em plástico também incomoda.
Em suma, o acabamento é bom, mas o Peugeot e-2008 tem uma cabine um tanto quanto mais refinada do que a do Audi Q3 Sportback. Isso é um problema, visto que o e-2008 é um Peugeot, ou seja, marca generalista, enquanto o Q3 pertence a uma marca de luxo alemã, conhecida pela qualidade de seus interiores.
Espaço na traseira é ok, mas quem é alto raspará a cabeça no teto por conta do formato acupezado do Q3 Sportback. Já o porta-malas conta com bons 530 litros de capacidade e abertura elétrica. Há uma prateleira que divide a carga em dois espaços diferentes, além de uma rede para segurar os objetos na parte superior. Bem prático.
De topo, sem tudo
A versão Performance Black é a topo de linha do Q3 Sportback antes de chegar ao RS Q3. Por isso, vem até que bem equipada. O “até que” é porque não traz frenagem autônoma de emergência, alerta de mudança de faixa ou sistema de manutenção em faixa, piloto automático adaptativo ou qualquer outro tipo de sistema de auxilio de condução.
São mimos que hoje se fazem mais do que necessários nessa faixa de preço, especialmente porque modelos menores ou de marcas generalistas, que custam a metade, já trazem. Especialmente ao ver que o Q3 Sportback Performance Black custa R$ 358.990. Ao menos, nessa faixa de preço, ele é o único com motor a combustão e tração integral.
Traz ainda ar-condicionado digital de duas zonas, banco elétrico para motorista e passageiro, controle de tração e estabilidade, retrovisores elétricos com aquecimento, chave presencial, faróis e lanternas full-LED, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, câmera de ré, banco traseiro tripartido e movimentado sobre trilhos, além de freio de estacionamento eletrônico.
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Veredicto
Um dos grandes pontos do Audi Q3 Sportback é o prazer ao dirigir. De todos os SUVs compactos de luxo hoje, incluindo os elétricos da Volvo e da BYD, o Audi é o mais equilibrado. Anda muito bem, tem dinâmica de hatch e te faz querer ficar atrás do volante por horas com um sorriso no rosto.
É um carro bonito, especialmente nessa versão Sportback, mas sem nada que o faça dizer uau nas ruas. Especialmente porque o Q3 é um carro comum. A falta de itens de tecnologia é um tanto quanto preocupante para essa faixa de preço, enquanto o acabamento é bom para uma marca de luxo, mas inferior a um Peugeot elétrico quase R$ 100 mil mais barato.
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