Nem tudo que de fato é legal, faz bem ou faz sentido. No mundo dos carros isso também vale. Por mais que achemos a Fiat Toro legal, ela não é o tipo de carro que faria sucesso nos EUA. Assim como não daria certo a presença o Renault Sandero RS na Europa.
Por isso, selecionamos cinco carros que são verdadeiramente legais, mas que não fariam o menor sentido serem vendidos no Brasil. Os motivos? Você confere abaixo.
Fiat Tipo
Com opção de carroceria hatch, sedã e perua, além de versões aventureiras para o hatch e para a perua, o Fiat Tipo seria mais um caso de carros médios da marca italiana que não daria certo. Na Europa ele vende relativamente ok porque é mais barato que a média da categoria. Só que, no nosso país, não teria mercado.
Primeiro por conta de seu visual de Argão, segundo porque hatches médios e peruas não vendem bem aqui. Sobraria para a Fiat ter apenas o sedã. Só que, o acabamento do Tipo não chega aos pés de rei Toyota Corolla. E que marca hoje tem coragem de entrar no mercado de sedãs médios no Brasil? Nos últimos tempos, só a Nissan.
Nissan Juke
Antes do lançamento do Kicks, a Nissan tinha o Juke como seu representante no segmento de SUVs compactos. E não poderiam ser carros mais opostos. Enquanto o Kicks tem como vantagem seu grande espaço interno e visual que agrada à maioria das pessoas, o Juke é apertado e exótico.
Como ele é mais sofisticado na construção e no acabamento do que o Kicks, seria posicionado acima dele. Contudo, o interior bem mais apertado não permitiria que a Nissan o colocasse acima do Kicks em preço, especialmente porque ele está longe de ser um SUV médio. Aliás, o Qashqai, o SUV médio da Nissan, é que deveria vir ao Brasil.
Volkswagen T-Roc
Aqui é tudo uma questão de lógica. Na Europa, o T-Cross tem entre-eixos de Polo, por isso fica posicionado abaixo do Nivus (comercializado lá fora como Taigo). Por isso, o porte que o nosso T-Cross tem aqui, é representado lá pelo T-Roc. O SUV compacto é derivado do Golf e tem acabamento bem mais refinado e pegada mais esportiva que os modelos derivados do Polo.
A grande questão do T-Roc são suas versões esportivas. Ele traz variante R com motor 2.0 TSI do Golf R e 300 cv. Há ainda a variante conversível, que é legal, mas no Brasil os carros conversíveis são vistos como perigosos. Além disso, ter um SUV conversível não parece algo que a lógica nacional de mercado iria receber bem.
Ford Puma
Considerando a atual lógica de mercado da Ford, a marca está focada em carros de maior valor agregado e de preço mais alto. O Puma até se encaixaria nessa lógica, especialmente porque tem bom acabamento e versões esportivas que fariam uma grande diferença. Só que, ser importado da Europa faria com que ele viesse mais caro que um Bronco.
Por mais que o Puma seja um carro legal e que se encaixaria perfeitamente no segmento mais acima dos SUVs compactos, onde está o Honda HR-V, por exemplo, ele seria caro demais. A solução para ter preço competitivo seria produção no México ou na Argentina, mas não parece ser algo que a Ford esteja interessada no momento.
Honda Fit
A quarta geração do Honda Fit é a mais legal de todas. Primeiro porque resgatou o visual simpático e quase cartunesco que o modelo sempre teve, ganhou interior mais refinado e tecnológico, além de contar agora com motorizações híbridas como sua grande prioridade de mercado. Só que tudo isso custa (e muito).
Por isso a Honda desistiu de produzir o Fit no Brasil, na Índia e para a América do Norte. Como o custo é alto demais, a solução foi fazer o City Hatch para mercados emergentes. Só pense: se o Civic híbrido importado custa R$ 244.900, um Fit híbrido importado dificilmente não beiraria (ou até ultrapassaria) R$ 200 mil. E quem vai pagar R$ 200 mil em um Fit?
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