No começo dos anos 2000, a onda retrô atingiu com tudo as montadoras. Vimos o renascimento do Mini Cooper, o Fusca se tornou o Volkswagen New Beetle, enquanto o Fiat 500 ressurgiu e dura até hoje. A Ford, vendo esse movimento, trouxe o Thunderbird de volta ao mercado. Mas não deu certo.
Lançado em junho de 2001, o o Ford Thunderbird de 11ª geração foi lançado depois de um hiato de quatro anos do modelo original. Ao longo do tempo, o Thunderbird se modificou de um concorrente do Chevrolet Corvette, para o que os americanos chama de carro pessoal de luxo.
Mudanças de vida
Ele nasceu com tração traseira, mas foi adotando tração dianteira nos últimos anos. Só que quando retornou em 2002, a Ford quis trazer a fórmula clássica de volta. A plataforma era a DEW98, usada pelo Jaguar S-Type e Lincoln LS, justamente com tração traseira.
Como a Jaguar fazia parte do grupo Ford na época, o Thunderbird trouxe consigo o motor 3.9 V8 da Jaguar aliado a um cambio automático de cinco marchas. Eram 353 cv e 36,9 kgfm de torque, depôs elevados a 280 cv e 39,5 kgfm em 2003 com controle de válvula variável.
Visual dos anos 1950
Como a onda retrô estava alta, a Ford trouxe o visual do modelo de 1955. Ele trazia faróis redondos e uma enorme grade frontal cinza com desenho idêntico ao Thunderbird original. A carroceria redonda também evocava ao passado.
Ele trazia ainda arco do para-brisa totalmente cromado, lanternas redondas, porta-malas enorme e, como opcional, teto rígido com janela lateral redonda igual ao Ford clássico. Tinha tudo para ser um sucesso.
Mas o primeiro ponto que atrapalhou foi seu interior. Enquanto o New Beetle, o Mini Cooper e o Fiat 500 tinham pecas compartilhadas com outros modelos, mas um desenho bem retrô e característico por dentro, o Ford foi para outro lado.
Os pontos delicados
A cabine era o grande problema. Ao invés de dar um ar próprio ao Thunderbird, ele era um catadão de tudo que a Ford e a Lincoln tinham. O acabamento não era tão bom para um carro com pegada luxuosa e isso afastou muitos compradores.
Além disso, o mercado de carros pessoais de luxo já estava falido. Quando alguém comprava um carro como ele, queria esportividade, não conforto. Por isso os modelos alemães faziam muito mais sucesso.
Vendas fracas
Como resultado, o Ford Thunderbird vendeu 31.368 unidades no primeiro ano. Era acima da meta da Ford de 25 mil unidades anuais. Até ai tudo bem. Mas em 2004, despencou para 11.998 unidades, depois declinando para 9,548 unidades, ano em que a Ford cancelou o conversível. Trazendo o visual retrô para o Mustang (e com muito mais sucesso).
Críticos da época apontavam para o fato de que o T-Bird tinha ficado grande demais, molenga excessivamente e sem graça. Era uma jamanta conversível de 4,73 m de comprimento, tão grande quanto um Jeep Commander, mas que só levava duas pessoas.
Além disso, era tão divertido de dirigir quanto um Crown Victoria, mas custando muito mais. Sem apelo de mercado, nem mesmo o estilo retrô, extremamente elogiado, foi suficiente para salvar o modelo. Depois disso, a Ford nunca mais trouxe o Thunderbird de volta.
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