Por muitos anos, a Chevrolet do Brasil basicamente vendia os mesmos carros da Opel. Para tanto, o logo da montadora norte-americana por aqui contava com um aro igual ao da Opel e que nunca existiu lá fora. Só que existiram alguns elos perdidos por aí. Modelos que tiveram várias gerações Chevrolet e Opel, mas com buracos na linha brasileira.
E justamente esses elos perdidos que vamos conhecer hoje. Gerações de carros Opel que não foram trazia para o Brasil ou que simplesmente foram puladas, pois nosso país sempre evoluiu muito mais lentamente no mercado automotivo quando comparado à Europa.
Caminhos do Opala
Um dos maiores exemplos disso é o Chevrolet Opala, produzido entre 1969 e 1992. Na Europa, a geração do Opel Rekord que deu origem ao Opala foi lançada em 1967, pouco tempo antes do Brasil. Contudo, o Rekord já estava em sua terceira encarnação, se considerar os anos como Olympia Rekord.
Coincidentemente ambos tiveram uma versão mais luxuosa. No Brasil se chamava Comodoro (depois Diplomata) e na Europa, Commodore. Foram também vendidos como carros separados. O problema é que o substituto do Rekord surgiu em 1971, enquanto no Brasil o Opala morreu só em 1992 à base de incontáveis reestilizações.
O Opel Rekord D era mais curto, estreito e baixo que o modelo anterior, mas tinha interior mais espaçoso e sofisticado. Serviu de base para o Chevrolet Nova, Buick Skylark e Cadillac Seville. O mais interessante, no entanto, fica por conta do Rekord E.
Lançado em 1977, o Record D tem visual que mescla perfeitamente os elementos do Kadett, Monza e depois do Omega, seu sucessor. Com cara de Mozão (especialmente pós-reestilização), ele é o perfeito elo perdido entre os últimos Opala/Diplomata/Comodoro e o Omega, que sucedeu tanto o modelo brasileiro quanto o Rekord.
Entre Astra e Kadett
Nosso querido e icônico Chevrolet Chevette era parte da linha de carros compactos T da General Motors. Usava o nome compartilhado com modelo da Vauxhall, mas tinha visual do Kadett europeu. Só que, por aqui, o modelo durou entre 1973 e 1994: sempre na mesma geração, mas pesadamente reestilizado.
Esse intervalo de tempo grande nos fez perder a quarta geração do Opel Kadett, que também era a primeira do Opel Astra. Esse modelo foi lançado em 1979 e foi o primeiro da unificação entre Opel e Vauxhall. A partir dele, nenhum outro modelo da dupla seria diferente, já que as marcas são a mesma coisa. Só o nome mudava e o lado do volante.
Apesar dos nomes diferentes, o Kadett D faria, na gama Chevrolet, a ligação entre o Chevette e o Kadett. Ele foi o primeiro modelo média da marca alemã com tração dianteira. A ideia era brigar diretamente com o Volkswagen Golf, por isso o replicava em forma e soluções de espaço – prova disso é que fez um sucesso estrondoso, especialmente no Reino Unido.
Tal qual o Chevette, teve versões duas portas, quatro portas e sedã (que na verdade era um hatch com abertura esquisita do porta-malas). Morreu em 1984 e deu lugar ao Kadett, na geração oferecida no Brasil. Nessa época a Vauxhall já o chamava de Astra, enquanto a Opel mantinha o nome antigo.
O Kadett vendido no Brasil nunca teve a versão quatro portas ou sedã que foi oferecida na Europa. Mas a perua Kadett Caravan foi oferecida no nosso mercado exclusivamente com duas portas (algo não oferecido na Europa) e com nome exclusivo: Ipanema. Todos eles foram substituídos ao mesmo tempo pela primeira geração do Astra (terceira como Vauxhall).
Australiano e europeu
Quando o Chevrolet Omega deixou de ser produzido no Brasil em 1998, a GM adotou uma solução bem inusitada: importar o Holden Commodore australiano para o Brasil. O tal Omega Australiano, como ficou conhecido, sempre se manteve atual em relação ao modelo vendido do outro lado do mundo. E, ironicamente, durou mais que o Omega europeu.
Lançado em 1994, o Opel Omega de segunda geração era derivado do Holden Commodore, o que deixa ainda mais confuso o fato e a Chevrolet não ter usado o modelo europeu por aqui. Esteticamente ele parecia uma mistura de elementos do Omega original com uma versão tamanho G do Vectra.
Talvez o estilo genérico, algo que o Holden Commodore não tinha, fez com que a GM preferisse o modelo australiano ao europeu. Ele durou até 2003, com uma reestilização leve em 1999. No Brasil, o Chevrolet Omega morreu em 2010 com a edição especial Fittipaldi.
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