Em um mundo em que todos os hatches atualmente estão se convertendo em SUV, não seria estranho que a Fiat relançasse o Uno como um utilitário. Mas as imagens que compõem esse post podem até fazer parecer que a Fiat fez isso com a primeira geração do icônico hatch. Mas esse parrudo SUV não é um Uno, muito menos um Fiat.
Lançado em 1985 pela Rayton-Fissore, o Magnum 4×4 foi inicialmente desenvolvido para uso militar. Projetado por Tom Tjaarda, mesmo designer que fez o Fiat 124 Spider clássico e o interior do Lamborghini Diablo, o modelo foi convertido para uso civil por sugestão de seu projetista.
A ideia era suprir os espaços em aberto deixado pelo Land Rover Range Rover. Por isso, o Magnum tinha uma infinidade de motores, incluindo alguns da Fiat – só não os mesmos do Fiat Uno. As versões de entrada usavam o 2.0 quatro cilindros do Tempra, enquanto havia opção de um 2.5 V6 Alfa Romeo.
A gama era extensa, trazendo ainda um seis cilindros em linha 3.4 e três V8: um 5.0 da Ford, ouro 5.8 mais potente e o Vortec 6.0 aspirado. Com motor V8, o “Fiat Uno SUV” mudava de nome para Laforza, tanto que esses motores só passaram a ser vendidos a partir de 1989. Havia ainda opções diesel quatro cilindros, dois 2.4 e um 2.5.
Base de Iveco no “Uno SUV”
A plataforma do modelo era uma versão reduzida do caminhão militar Iveco 40 PM 10, enquanto a suspensão e diferenciais vinham da versão 4×4 do furgão Daily. A caixa de transferência BorgWarner mostrava sua vocação off-road, já que a proposta era manter a robustez de seus tempos militares.
Só que o mais interessante era o visual do modelo. A dianteira trazia faróis retangulares e grade frontal quase do mesmo tamanho. Em um olhar rápido, parecia prever os tempos de Stellantis, já que tinha jeito de Jeep Grand Cherokee dos anos 1990, mas com uma inegável dose de Fiat Uno.
O capô que levava consigo parte do para-lama era a imagem e semelhança do Fiat Uno brasileiro. Já olhando de lado, o perfil é idêntico ao do hatch compacto que foi ícone no Brasil. As maçanetas, contudo, acenavam para um lado Land Rover. O interessante é que o Magnum / Laforza usava peça de diversos carros europeus.
Unão gigante
Na traseira, é impossível não lembrar do Fiat Uno. Todos os elementos do compacto estão lá e posicionados no mesmo lugar, só com porta mais avantajado. Até mesmo a tampa do porta-malas que invade a lateral está lá. Mas não se engane pelas lanternas, elas não são as do Uno, mas sim de um Rover.
Por dentro, a cabine trazia inspiração nas embarcações, trazendo elementos arredondados, muitos botões e volante genérico. O acabamento em madeira e couro ajudava a dar sofisticação para o “Uno SUV”. Ao todo, foram produzidas 1.200 unidades do modelo para os EUA com motor V8 e 1.000 unidades diesel para a Europa.
Ele saiu de linha em 1998 nas versões quatro cilindros na Europa, enquanto a produção para os EUA durou até 2003 surpreendentemente. Por conta disso, a fabricação foi transferida de Cherasco, na Itália, para Brightno, Michigan, EUA, nos últimos anos de vida do Rayton-Fissore.
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