A Fiat no Brasil é conhecida por sua gama diversificada e pelos modelos que ficaram na memória do público e o Palio é um deles. O hatch compacto viveu mais de 10 anos no país tropical, se tornou um dos queridinhos dos brasileiros e até chegou a ostentar o título de carro mais vendido do país em determinadas ocasiões. Apertem os cintos e se preparem para conhecer sua história.
Tudo começou na década de 1990. Neste momento, o Uno já tinha lá uma certa bagagem de trajetória em seu porta-malas. Só que, a marca italiana precisava de um hatch um pouco mais refinado e até maior, para atender mais clientes. Foi aí que os executivos criaram o Projeto 178, segundo o portal UOL.
Aqui, o novo hatch da montadora utilizava a plataforma do Uno, mas trazia melhorias mecânicas, design arredondado e a robustez que a marca já tinha construído. Contudo, foi em abril de 1996 que o Fiat Palio chegou causando um rebuliço no Brasil. Aqui, ele vinha para aumentar o portfólio da fabricante e ser uma opção mais refinada que o Uno para enfrentar os grandiosos Volkswagen Gol e Chevrolet Corsa.
Pai de família
O Palio tinha como destaques iniciais diversas cores chamativas, airbag duplo e freios ABS como opcionais e mais itens de série. Desse modo, queria atrair os clientes mais jovens e também os donos dos seus rivais. Nessa época, ele podia ter os motores 1.5 ou 1.6 de 16V e pouco tempo depois, ganhava opção de propulsores 1.0 e 1.6 de 8 válvulas.
Foi somente em 2000 que o Fiat Palio ganhou o motor 1.3 Fire de 16V. Este propulsor foi seu companheiro por diversas gerações e rendia um desempenho notório, já que o modelo era compacto e leve. Ainda falando deste período, a marca via o sucesso que ele fazia por aqui e resolveu aumentar a família.
Dessa forma, nasceram o Palio Weekend, uma perua que trazia amplo espaço interno e de porta-malas como destaque. Para quem preferia, havia o sedã Siena, que era um Palio com uma bunda saliente e por fim, o modelo mais querido e mais lembrado de todos: a Fiat Strada.
Aliás, falando em Fiat Palio Weekend, ele ganhou a versão aventureira Adventure e ela estreou a ideia de ter uma variante off-road de qualquer modelo. Com as vendas consolidadas, foi no fim de 1990 e início dos anos 2000, que o Palio ganhou uma ida para a clínica de estética.
Ele perdia um pouco das linhas arredondadas para ganhar um ar mais adulto. Essa primeira mudança foi assinada pelo renomado Giorgetto Giugiaro. Em 2004, a linha do Palio voltava a mudar de cara novamente e adotava aqui um estilo que iria perdurar por bastante tempo.
Nesse momento, seus motores passavam a ser flex, ou seja, podiam ser abastecidos com gasolina ou álcool. Aqui, a marca criou a versão R, que vinha equipada com o motor 1.8 que a Chevrolet também utilizava em modelos como o Corsa, Astra e Meriva. Essa versão do Fiat Palio era a que mais tinha apelo jovial da linha.
Cara que gerou polêmica
Em 2007, o Palio já estava bem consolidado no mercado e passou por mais uma mudança no visual. Entretanto, essa foi a mudança de cara que mais causou polêmica em sua trajetória. O público não curtiu muito a dianteira com ar de fuinha e os amplos vidros. Mesmo assim, ele vendia como água.
Foi nessa época que seus motores passaram por uma avaliação. Como a Fiat tinha acabado de adquirir uma fábrica que era especializada em motores, nascia os propulsores da linha E.torQ. Aqui, o motor 1.8 da Chevrolet se despedia e o Palio R também.
Vida nova
Já em 2011, logo após o Fiat Uno ganhar a geração mais quadradinha e jovial, o Palio finalmente recebeu a merecida segunda geração. Aqui, ele voltava as origens e ganhava carroceria mais arredondada e bem mais refinada esteticamente falando do que as vidas anteriores.
Ele podia ter os motores 1.0, 1.4 ou 1.6 e contar com câmbio manual ou o muito lembrado automatizado Dualogic. Por falar nele, o Palio nunca foi apresentado a um câmbio automático de verdade. Suas únicas experiências foram as mal sucedidas Citymatic, de embreagem automatizada e a Dualogic que era automatizada de fato.
Independente disso, o hatch continuava com expressivos índices de vendas. Vale ressaltar que as vidas anteriores continuavam a serem oferecidas com as gerações novas. A Fiat tinha o esquema de deixar o visual antigo em uma versão bem mais em conta e as novas gerações em variantes mais equipadas.
Esta foi a geração que alcançou um feito inédito na vida do Fiat Palio. Em meados de 2014, ele roubou o lugar do Gol e foi o carro mais vendido do Brasil. Mas, a alegria durou pouco, já que em 2015, o Chevrolet Onix ficou com esta posição.
Substituto veio aí
Nessa época, o Palio já estava cansado e tinha 20 anos de bagagem e seus rivais eram bem mais novos e tecnológicos. Aí, em 2017, a Fiat lançou o Argo. Uma espécie de Palio, com tamanho amplo no interior, motorização parecida e a confiabilidade que a marca conquistou no mercado.
Foi assim que o Fiat Palio se despediu do mercado brasileiro. Depois de exatos 22 anos de vida, o hatch saiu de cena com cerca de 3 milhões de unidades vendidas e deixou um legado que perdura até hoje na montadora e segue sendo o ídolo de modelos como o pequenino Mobi e o compacto Argo.
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