O Fiat Mobi Drive foi lançado em 2016 como a versão mais completa do compacto, e o diferencial desta versão estava sob o capô com o propulsor de três cilindros 1.0 Firefly, que já equipava o Uno.
Apesar da melhor condução e de um consumo de 9,6 km/l e 11,3 km/l quando abastecido com etanol, de acordo com as medições à época do Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, esse motor 1.0 6V, mais moderno em relação ao Fire, deixou de ser ofertado na linha 2020 quando o Mobi Drive saiu de linha.
Com o Proconve L8 e as regras do programa Mover, o propulsor Firefly voltou à cena, encerrando a vida do longevo motor Fire, tanto o 1.0 do Mobi quanto o 1.4 do Fiorino. Ele era o último propulsor 1.0 de quatro cilindros no Brasil, onde estreou há praticamente 25 anos.
O retorno do Firefly veio acompanhado de ajustes para equipar o Fiat Mobi 2025, oferecido nas versões Like (a partir de R$ 76.990) e Trekking (iniciais R$ 79.990). Originalmente, com 77 cv e 10,9 kgfm quando abastecido com etanol, ele passou a entregar 75 cv e 10,7 kgfm utilizando o combustível vegetal.
Isso garante uma aceleração de 0 a 100 km/h realizada em 14,7 segundos (antes, 14 segundos), enquanto a velocidade máxima subiu de 152 km/h para 164 km/h. Apesar disso, um motor não é apenas feito de dados de potência e de torque, como também de consumo.
O gasto com combustível melhorou. Agora o subcompacto faz 9,8 km/l e 10,6 km/l com etanol na cidade e 14 km/l e 15,1 km/l na estrada, respectivamente. O reservatório de partida a frio já havia sido abandonado, mas com a troca do motor o Mobi passou a ter direção assistida eletricamente no lugar da hidráulica.
O fim do motor Fire
Bom, meus amigos! Acabou. O retorno do motor Firefly coloca um ponto final em um dos motores mais conhecidos e longevos do nosso mercado. A história do projeto do motor Fire começa na década de 1980, sendo desenvolvido para atender às demandas por propulsores pequenos, eficientes, versáteis e robustos em modelos compactos.
Fire, cujo significado em inglês é fogo, nada mais é do que uma sigla para Fully Integrated Robotised Engine, ou apenas motor completamente montado por robôs. Ter um motor desenvolvido digitalmente era bastante inovador à época.
Não apenas robusto e confiável, desenvolvido pelo engenheiro Roberto Della Casa, o Fire também batizou versões do Palio e do Siena. Simples, com menos peças, menor custo de produção e fácil manutenção.
Qual motor ele substituiu?
O motor Fire substituiu o motor Fiat 903, sendo o Lancia Y10 (também vendido como Autobianchi Y10) o modelo escolhido para a estreia. Posteriormente, ele foi incorporado ao mercado europeu no Uno, no Panda, no Tipo e no Punto, e no Brasil estava prestes a completar 25 anos.
O primeiro motor da família Fire tinha quatro cilindros em linha e 1,0 litro, obtidos por processos de simulação de computador que possibilitaram desenhar um bloco com paredes de apenas 4 mm.
O bloco de ferro fundido resultava em 18 kg (funcional, tinha 69 kg). Com menor complexidade, ao todo possuía 273 componentes e inicialmente produzia 45 cv, quase a mesma potência do motor Fiat 903 que o Fire substituía. No entanto, o torque de 8,20 kgfm era superior aos 6,83 kgfm do antecessor.
Embora na Europa fossem oferecidas versões 1.1, 1.2 e até 0.8 (34 cv), no Brasil ele teve versões 1.0, 1.3, com cabeçotes de oito ou 16 válvulas, e 1.4. Aliás, em nosso mercado ele estreou em março de 2000 no Palio com injeção eletrônica e acelerador eletrônico. Do Palio, o motor Fire foi estendido ao Uno, Siena, Strada, Punto, Doblò e Idea, para citar alguns.
A última atualização do motor Fire ocorreu em 2010, sendo rebatizado para Fire EVO, com novos pistões, bielas, coletores e variador de fase nos 1.4 para diminuir as emissões. Aliás, os motores Fire 1.4 16V turbo inclusive equiparam o 500 Abarth (foto abaixo), assim como o Bravo T-Jet, Punto T-Jet e Linea T-Jet.
Não apenas o motor Fire ficou conhecido na Europa e no Brasil, como também esteve no Innocenti Mille, no Zastava Yugo (especialmente nas versões exportadas para a Europa Ocidental) e nos Tata Indica e Tata Indigo, devido a uma parceria tecnológica com a Fiat na década de 2000. Enfim, um dos gigantes dos motores nos deixou.
Você já teve um carro equipado com motor Fire? Caso sim, compartilhe nos comentários a sua experiência.