A maioria dos SUVs de hoje são de shopping e está tudo bem

Criticas na internet ou em rodas de conversa geralmente são dadas como mais importantes do que a realidade. Afinal, qualquer site, rede social ou canal que fale de carros, sempre haverá críticos ferrenhos aos SUVs de shopping. Pessoas as quais dizem as maiores barbaridades sobre esses tipos de modelos, mas que, no final, estão erradas.

Afinal, o brasileiro compra muito SUV de shopping e não liga para isso. Durante muitos anos, o segmento de SUVs mirava em pessoas que, de fato, precisavam de um veículo off-road. Hoje em dia, com a grande maioria dos modelos sendo vendidos com apenas tração na dianteira, a realidade é outra.

Por que as pessoas compram SUVs de shopping?

Com a morte das minivans e das peruas no Brasil, quem verdadeiramente precisa de espaço interno maior ou porta-malas mais generoso, tem nos SUVs a melhor opção. Além disso, esse tipo de modelo passa uma sensação de maior robustez por conta da altura elevada em relação ao solo, pneus mais borrachudos e suspensão (teoricamente) mais parruda.

Como o asfalto brasileiro não é dos melhores, ter uma sensação maior de segurança também contribui para que os SUVs sejam tão queridinhos, mesmo que para uma aventura no shopping. Além disso, a posição de dirigir mais alta é outro fator preferido pelos motoristas desse tipo de carro.

Ela traz como vantagem a facilidade de entrar e sair, especialmente para idosos com problemas de mobilidade. Há uma sensação de melhor visão do trânsito e de que você fica acima da média da rua – mesmo que a rua esteja lotada de outros SUVs hoje em dia. 

Quase um milhão de SUVs

Categoria que mais cresce no Brasil, os SUVs já são o tipo de carro que mais é comercializado no nosso país. Segundo dados da Fenabrave, foram 842.402 SUVs vendidos de janeiro a novembro de 2024, sendo que em novembro foram quase 100 mil emplacamentos (96.159 unidades). 

No ritmo que andamos, é bem provável que 2025 feche com mais de 1 milhão de SUVs vendidos no Brasil. Na porcentagem de mercado, eles representam 45,65% do mercado contra 35,76% dos hatches e 16,67% dos sedans – considerando somente os modelos de passeio.

Quando somamos com o mercado de caminhonetes e comerciais leves, o Brasil vendeu 1.942.731 carros entre janeiro e novembro de 2024. Como só de SUVs temos 842.402 unidades, fica nítido que a participação dessa categoria é gigantesca.

Quase ninguém faz off-road

Há outro fator que comprova o fato de que o verdadeiro comprador da categoria prefere um SUV de shopping. Dos 40 SUVs mais vendidos do Brasil (de acordo com dados da Fenabrave), metade tem pelo menos uma versão com opção de tração nas quatro rodas. Entretanto, existe uma diferença crucial entre o tipo de tração usado.

A maioria tem tração integral, em que a força é enviada para as quatro rodas sem pretenção off-road. Dos 40 modelos, apenas sete contam com tração 4×4 de verdade com reduzida. Ou seja, 36 dos 40 SUVs mais vendidos do Brasil, são SUVs de shopping. A situação fica ainda mais nítida ao analisar o topo do segmento.

Dos dez SUVs mais vendidos do Brasil, somente os Jeep Compass e Renegade contam com versão 4×4, enquanto todo o restante da categoria tem tração somente na dianteira. O mais vendido de todos, o Volkswagen T-Cross, que detém 8,78% do mercado, nunca teve variante com outra tração além da dianteira.

Além disso, o T-Cross e os outros quatro colocados seguintes são Hyundai Creta, Chevrolet Tracker, Nissan Kicks e Volkswagen Nivus. Os cinco são carros nitidamente pensados somente para uso urbano e tem zero aptidão off-road. Ou seja, SUVs de shopping cujas rodas grandes com pneus finos os fazem ter rejeição à terra. 

Só que os números não mentem. Afinal, estamos falando de carros que figuram na lista dos mais vendidos do Brasil e não enfrentam off-road. Pode reclamar, questionar a necessidade de carros assim, mas números não mentem. O brasileiro gosta de um bom SUV de shopping e não tem medo de esconder isso. 

Você tem um SUV de shopping ou é contra esse tipo de carro? Conte nos comentários.

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