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Maior complexidade!

5 carros que exageraram na engenharia

A engenharia automotiva criou carros icônicos, mas em alguns casos, a complexidade trouxe desafios e problemas inesperados

Mazda RX-7 vermelho de dianteira andando na pista
Mazda RX-7 [Divulgação]

Ao longo das décadas, alguns carros se destacaram pela beleza ou pelo desempenho. No entanto, também houve aqueles que levaram a complexidade técnica e a engenharia ao extremo, adotando soluções inovadoras para a época — o que os tornou caros e, em alguns casos, até problemáticos.

Essa busca pela sofisticação levou engenheiros a desenvolverem sistemas avançados que, embora impressionantes, nem sempre eram práticos ou confiáveis a longo prazo. Suspensões hidráulicas, motores tecnológicos e eletrônica embarcada inovadora muitas vezes tornaram esses carros verdadeiras maravilhas da engenharia, mas também pesadelos de manutenção.

Toyota Century V12

Toyota Century V12 preto parado de lateral
Toyota Century V12 [Divulgação]

O Century foi o primeiro e único carro de produção da Toyota a ser equipado com um motor V12 5.0 (código 1GZ-FE), capaz de entregar 280 cv e 49 kgfm. Produzido entre 1997 e 2017, ele tinha como principal destaque o silêncio absoluto de rodagem.

Para alcançar esse nível de refinamento, a engenharia projetou o motor para operar como dois seis cilindros em linha independentes, contando com duas ECUs, dois sistemas de injeção de combustível e dois módulos de ignição. Além disso, sua construção envolvia tecnologias avançadas para reduzir ruídos e vibrações ao mínimo.

O V12 do Century nunca foi utilizado em nenhum outro modelo da Toyota ou da Lexus, tornando-o uma raridade. E grande parte do processo de manufatura era feito à mão. Em 2018, o Century foi revivido em uma nova geração, mas equipado com um V8 híbrido.

Mazda RX-7

Mazda RX-7 vermelho de traseira andando na estrada
Mazda RX-7 [Divulgação]

O RX-7 é um dos carros mais icônicos e complexos já produzidos pela Mazda. Sob o capô, ele trazia o lendário motor Wankel 13B-REW, um rotativo 1.3 biturbo que entregava 280 cv no Japão, com redline de 8.000 rpm.

Diferente dos motores convencionais, o 13B-REW não utilizava pistões, mas sim dois rotores girando dentro de uma câmara oval. Essa configuração reduzia vibrações e permitia uma rotação muito mais alta.

No entanto, a complexidade vinha com algumas desvantagens: o motor consumia grandes quantidades de óleo, já que parte do lubrificante era queimada junto com o combustível para resfriar e selar os rotores, exigindo revisões frequentes. Além disso, era sensível ao superaquecimento e as vedações dos rotores sofriam desgaste prematuro.

Outro desafio estava no sistema de turbos sequenciais, que operava de forma bastante sofisticada: o primeiro era acionado em baixas rotações, enquanto o segundo entrava em ação a partir de 4.500 rpm. Isso permitia um fluxo contínuo de potência, porém, exigia experiência técnica para manutenção e reparos.

Rolls-Royce Silver Seraph

Rolls-Royce Silver Seraph preto parado no asfalto com árvores ao fundo foium carro com engenharia complexa
Rolls-Royce Silver Seraph [Divulgação]

Equipado com um motor V12 5.4 derivado do BMW Série 7 (E38), o Rolls-Royce Silver Seraph foi projetado para ser o mais silencioso possível, entregando 326 cv e 50 kgfm de forma extremamente linear.

A complexidade da engenharia vinha, em grande parte, da sofisticada ECU da BMW. Qualquer falha no sistema eletrônico poderia comprometer completamente o funcionamento do veículo. O motor tinha tendência a superaquecimento, o que poderia resultar em custos elevados de reparo, especialmente devido à dificuldade de encontrar peças.

Outro ponto de manutenção cara era a suspensão autonivelante, que ajustava automaticamente a altura do carro para garantir máximo conforto, mas exigia cuidados constantes e peças caras para eventuais reparos.

Mercedes-Benz 300 SL

A engenharia da Mercedes-Benz 300 SL trouxe as portas com abertura no estilo Asa de Gaivota
Mercedes-Benz 300 SL [Divulgação]

O Mercedes-Benz 300 SL Asa de Gaivota foi um modelo revolucionário, sendo o primeiro carro de produção equipado com injeção direta de combustível. No entanto, essa não foi sua única complexidade de engenharia.

Produzido entre 1954 e 1963, o 300 SL apresentava um chassi tubular, que exigiu da Mercedes-Benz a criação das icônicas portas no estilo Asa de Gaivota — uma solução necessária devido à altura das laterais do chassi. Apesar de espetacular, o design também trazia desafios: o acesso ao interior era difícil, e a cabine tendia a esquentar bastante.

Citroën DS

Citroën DS preto parado de frente é um dos carros com engenharia complexa
Citroën DS [Divulgação]

Atualmente, suspensões ajustáveis não são exatamente uma novidade. Elas estão presentes em modelos de luxo, e até mesmo a Ram 1500 possui um sistema regulável em cinco níveis. No entanto, na década de 1950, a história era bem diferente.

O Citroën DS revolucionou ao introduzir a suspensão hidropneumática, que ajustava automaticamente a altura do carro, proporcionando níveis excepcionais de conforto. Diferente dos sistemas convencionais, ele não utilizava molas e amortecedores tradicionais, mas sim esferas preenchidas com gás e óleo pressurizado.

Altamente complexa, essa tecnologia exigia mecânicos especializados para reparos, e sua manutenção era frequente. Além disso, o DS dependia de um sistema hidráulico central que controlava não apenas a suspensão, mas também os freios, a direção e a embreagem. Se houvesse uma falha nesse sistema, o carro poderia ficar completamente inutilizado.

Conhece outro carro com uma engenharia tão complexa quanto esses? Comente!