As eleições para presidente no Brasil neste domingo (03 de outubro) terminaram com Segundo Turno declarado entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Messias Bolsonaro (PL). Agora, os dois candidatos (e também alguns candidatos a governador) terão outra chance de mostrar suas propostas e ideias no Segundo Turno. Uma nova chance que alguns carros também mereciam.
Se houvesse um Segundo Turno nas vendas, esses cinco carros poderiam mostrar seus verdadeiros atributos e, quem sabe, conquistar novos compradores. Por isso, selecionamos aqui cinco carros que vendem pouco, mas que mereciam uma segunda chance, se tivessem um novo turno.
Ford Maverick
Diferentemente de outros modelos aqui da lista, a Ford Maverick terá, de fato, um Segundo Turno. A montadora norte-americana prometeu para 2023 a chegada da versão híbrida. Essa sim promete recolocar a caminhonete intermediária no segmento com preços próximos aos da Fiat Toro e, finalmente, vender o que merece.
O grande problema hoje da Ford Maverick é que ela é cara demais para a categoria. Tem preço de Ranger, mas é menor. Além disso, por ter motor a gasolina, o público brasileiro tende a rejeitar, visto que prefere que suas caminhonetes sejam diesel – especialmente acima de R$ 200 mil. A solução para tudo isso já se aproxima.
Chevrolet Trailblazer
Enquanto as caminhonetes Chevrolet S10 e Toyota Hilux travam uma disputa relativamente justa, ainda que a japonesa tenha vantagem, entre os SUVs não é a mesma coisa. O Chevrolet Trailblazer vendeu até agosto deste ano 1.511 unidades contra 9.192 do Toyota SW4. Basicamente o Trailblazer vendeu em 2022 o que o SW4 fatura por mês.
Ambos tem qualidades semelhantes as quais não deveriam fazer o Chevrolet vender tão menos que o Toyota. Mas o interessante é notar que, segundo dados da Fenabrave, o Mitsubishi Pajero está logo em seguida no ranking dos SUVs mais vendidos com 1.342 unidades. Se acelerasse um pouco mais, ele que iria ao Segundo Turno com o SW4.
Nissan Versa
A situação do Nissan Versa tem mais haver com logística do que falta de vendas, de fato. A marca japonesa produz o sedã compacto no México, o qual engole toda a produção dele. Unidades também são exportadas para os EUA, deixando o Brasil para a segunda lista de prioridades. Só que o que chega de Versa, rapidamente desaparece das concessionárias.
No acumulado de vendas no ano até agosto, o Nissan Versa só não vendeu menos que o Volkswagen Virtus (que está com produção prejudicada por conta da crise dos semicondutores e prestes a ser reestilizado) e que o já aposentado Fiat Siena. Até mesmo o Renault Logan, que só motoristas de Uber e taxistas lembram dele, vendeu mais que o Versa em 2022.
Citroën C4 Cactus
Tecnicamente podemos dizer que o Citroën C4 Cactus está vivendo seu Segundo Turno agora. Desde que a Stellantis foi formada, ele renasceu nas vendas e começou a emplacar bem mais. Por um bom tempo, até achegada do C3, ele foi o único Citroën vendido no Brasil se excluídos os modelos comerciais.
A tarefa árdua do C4 Cactus de levar uma marca sozinha nas costas teve resultado, mas ele ainda está sofrendo para se consolidar entre os SUVs mais vendidos do Brasil. Hoje é o 13° mais vendido da categoria, mas flutua nas vendas: em julho, por exemplo, vendeu 798 unidades, enquanto em agosto ficou com 1.983 unidades. A inconstância o prejudica.
Volkswagen Taos
Se houvesse um bolão entre todos os jornalistas especializados no setor automotivo quando Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos foram lançados, todos perderiam. Isso porque o setor (e isso inclui esse que vos escreve) apostou que o Taos seria o segundo SUV médio mais vendido do Brasil, enquanto o Corolla Cross ficaria em terceiro e distante.
Mas não foi isso que aconteceu, definitivamente. Hoje o Volkswagen Taos é o quarto SUV médio mais vendido do Brasil e 14° no ranking geral. Vende menos até que o SUV grande Toyota SW4. O Corolla Cross está entre os 10 mais comercializados da categoria em geral, enquanto o Volkswagen patina desde que foi lançado.
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