Se tem um grupo automotivo que teme todas as vezes que o Latin NCAP divulga resultados, é a Stellantis. Depois da polêmica envolvendo o teste do Jeep Renegade em que uma unidade velha foi usada, agora chegou a vez do Citroën C3 ser testado. E, para a decepção de muitos, o hatch subcompacto recebeu zero estrelas e foi duramente criticado pelo órgão.
De acordo com o Latin NCAP, o Citroën C3 recebeu 30,52% de pontuação de proteção para adultos na dianteira, 12,10% para crianças no banco traseiro, 49,74% em proteção de pedestres e 34,88% em assistência à segurança. O maior problema, de acordo com o órgão, está na estrutura ruim do C3.
O impacto frontal demonstrou fraca proteção para o peito do motorista e passageiro, além da estrutura para os pés terem sido classificadas como instáveis. Como não há proteção lateral por padrão, o Latin NCAP não realizou teste de impacto em poste. Além disso, foi notado que só há aviso de afivelamento de cinto para o motorista.
Outro ponto altamente criticado no Citroën C3 foi a má proteção para pedestres na área próxima ao para-brisa e ao pilar da coluna. Há também a crítica quanto a falta de possibilidade de desligar o airbag do passageiro.
“Vergonhoso”
Stephan Brodziak, Presidente do Conselho de Administração do Latin NCAP, foi bastante duro quanto ao que ocorreu com o Citroën C3: “é vergonhoso que a Stellantis, que sabe perfeitamente como desenvolver carros mais seguros a preços acessíveis, tenha projetado um carro de segurança tão ruim como o Citroën C3”.
“A Stellantis jamais se atreveria a comercializar um carro com segurança tão precária. Como consumidores latino-americanos, pedimos encarecidamente que a Stellantis pare de produzir carros que representam um risco tanto para seus ocupantes quanto para os outros usuários da via com os quais compartilham a estrada”, afirma o executivo.
Latin NCAP quer proibir venda do C3
Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP, reforçou os pontos dizendo que “é alarmante como a Stellantis repetidamente desconsidera a segurança básica para os latino-americanos e é inaceitável que seus veículos alcancem um nível tão baixo de segurança quando eles sabem muito bem como produzir carros acessíveis e muito mais seguros”.
Além disso, ele aproveitou para cutucar a Stellantis dizendo que “com esse resultado, somado ao baixo desempenho da Strada, 208, Cronos/Argo, entre outros, o Latin NCAP os incentiva fortemente a revisar esses requisitos [de segurança], que estão longe do que eles alegam e do que os consumidores da região merecem”.
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