A crise dos chips e semicondutores arrasou com a indústria automotiva a nível global. Diversas marcas pararam a fabricação de carros por todo o mundo e alguns carros deixaram de ser feitos por meses, como o Chevrolet Onix. Em casos mais graves, como ocorrido no EUA, diversos modelos foram fabricados sem componentes e aguardam montagem final nos pátios.
Aqui no Brasil praticamente todas as fabricantes fizeram paradas totais de suas fábricas ou suspenderam pelo menos um turno. Isso virou o mercado de ponta-cabeça. Mas também há outro fator que colocou a liderança do Chevrolet Onix em xeque: a Fiat Strada. Será que sem a crise dos semicondutores ele teria perdido a liderança?
Onix ainda líder
Vamos partir do começo: 2021 começou com o Chevrolet Onix como o único carro a vender mais de 10 mil unidades no mês. Ele partiu com 10.567 unidades comercializadas, sendo seguido pela Fiat Strada com 9.232 unidades vendidas no mesmo período. Os dados foram fornecidos pela Fenabrave e compilados pelo Auto+ no gráfico interativo abaixo.
Fevereiro foi o último mês tranquilo para o Onix, onde ele ainda mantinha média acima de 10 mil unidades. A Strada avançou, mas se manteve com 9.371 vendas, não passando o hatch compacto. Até mesmo modelos como Hyundai HB20 não o ameaçavam e o Fiat Argo só apareceu entre os dez carros mais vendidos do Brasil em fevereiro.
Começo da queda
A carreira do Onix começou a degringolar em março. A produção ainda não tinha sido interrompida, apenas reduzida, o que resultou no primeiro mês de baixa nas vendas. O Onix Plus despencou para a décima posição no ranking, ainda que se mantive como o sedã mais vendido do Brasil.
O hatch, em compensação, foi para a terceira colocação, sendo atropelado pelo Hyundai HB20, enquanto a Strada finalmente batia as 10 mil unidades comercializadas no mês. A partir de abril, quando a Chevrolet oficializa a interrupção da fabricação do Onix e Onix Plus no Brasil em virtude da falta de chips e semicondutores, os compactos passam a viver de estoque.
A ascensão do Argo
Em abril, a Fiat parece ter assumido a demanda de mercado represada pelo Onix. O hatch compacto da Chevrolet atingiu a sétima posição, a mais baixa de sua carreira depois que virou líder de mercado. Nisso, o Onix Plus sumiu do top 10 e o Fiat Argo começou sua escalada para a liderança.
A marca italiana conquistou a primeira posição com a Strada vendendo 12 mil unidades em abril, seguida pelo Mobi, tendo ainda a Toro em quarto lugar. O Argo, ainda apagado, voltava ao top 10 na última posição, mas o jogo viraria rapidamente.
Prova disso é que em maio, o Fiat Argo saiu da última para a primeira posição do top 10. Foi a primeira vez em sua história que ele conseguiu passar das dez mil unidades vendidas e colocou até sua irmã Strada para comer poeira. Em compensação, o Chevrolet Onix se despedia do ranking de maneira inédita para não voltar mais.
Alternância de cadeiras aconteceu em junho com Strada voltando à liderança e Argo logo em seguida. Coincidentemente, nenhum dos dois passou das dez mil unidades comercializadas. O semestre fechava com o Hyundai HB20 roubando do Onix o título de carro de passeio mais vendido do Brasil. Contudo, a crise afetou a marca sul-coreana e suas vendas caíram.
Julho pode ser visto como o mês da consolidação da Fiat. O Argo novamente rompeu a barreira das dez mil unidades comercializadas, sendo seguido pela Strada e pelo subcompacto Mobi. A Fiat soube trabalhar a demanda represada pelo Chevrolet Onix e distribuiu entre o Argo e o Mobi, enquanto a Strada nada de braçadas sozinha.
O mais interessante é notar que a queda de Onix, Onix Plus e Tracker abriu espaço para modelos como Toyota Corolla Cross e Hilux, além do Volkswagen Nivus, fazerem aparições esporádicas na lista dos mais vendidos. Agora que a produção retornou, será que a Chevrolet terá tempo de retomar a liderança do mercado nacional?
>>Chevrolet Onix voltará a ser produzido em Gravataí depois de 5 meses
>>Fiat Strada se aproxima dos R$ 100 mil em novo reajuste
>>Exclusivo: Citroën C3 terá 1.0 do Argo e chega em abril de 2022