Nessa última parte do especial sobre Engenharia de Emblema, chegamos ao grande auge dessa arte automotiva. O carro que mais passou por Engenharia de Emblema na história automotiva: o Chevrolet Chevette. Aliás, esse é o nome para os brasileiros, mas ele já foi vendido com 22 batismos diferentes e por 10 marcas distintas.
Tudo começou em 1973 quando a Opel apresentou a terceira geração do Kadett. O projeto europeu despertou atenção de todas as divisões da General Motors na época. Afinal, era um modelo pequeno, de tração traseira e com estilo tão genérico que caberia em qualquer marca sem o menor esforço. Além da possibilidade de diversas variantes.
Ele se encaixou como uma luva no portfólio da Opel, mas também no da Chevrolet do Brasil e dos EUA (que eram absurdamente diferentes na época), da Holden, da Vauxhall, da Pontiac e até na Ásia com Daewoo e Isuzu.
Ele também foi comercializado por marcas mais obscuras como Bedford, Saehan e até pela Buick, mas chamado de Buick Opel – teve também o Opel by Isuzu. Até mesmo a marca de caminhonetes e SUVs GMC entrou na brincadeira e vendeu o Chevette. A lista de nomes é gigantesca, com 22 variações diferentes entre marca e modelo.
Vamos a ela: Chevrolet Chevette, Opel K-180, Pontiac Acadian, Anyseda Cóndor, Chevrolet San Remo, Opel Kadett C, Holden Gemini, Isuzu Ballet Gemini, Isuzu I-Mark, Buick Opel, Opel by Isuzu, Opel Gemini, Saehan Bird, Daewoo Maepsy, Vauxhall Chevette, Bedford Chevanne, Chevrolet Chevy 500, Chevrolet Marajó, Pontiac T1000, Pontiac Acadian, Pontiac 1000, GMC Chevette e GMC Chevy 500.
Cada um no seu quadrado
No começo de todos os modelos derivados do Chevette, o visual era idêntico. A mesma dianteira do modelo tubarão com faróis redondos (ou quadrados, dependendo do mercado) em um buraco quadrado ligado à grade frontal fininha. A carroceria sedã de quatro portas foi a mais popular no mundo, mas existiram outros derivados.
Aqui no Brasil, tivemos a versão caminhonete do Chevette, a Chevy 500, que foi vendida na Argentina como GMC Chevy 500. Só que a GMC também vendeu o Chevette sedã de duas portas quando o Opel K 180 saiu de linha por lá.
As coisas começaram a mudar aos poucos conforme as reestilizações ou quando especificações para cada país eram adotadas. Os Isuzu vendidos no Japão tinham retrovisor no para-lama e refletor na dianteira, além de grade interna diferente. No Brasil, o Chevette teve reestilizações nunca vistas em outros países e a versão sedã duas portas que dominou o mercado.
Já nos EUA, o hatch foi o mais popular. Ele passou por uma pesada reestilização em 1979 que deu a ele um visual bem americano e totalmente diferente do brasileiro. O mesmo aconteceu com o Holden Gemini, o qual trouxe o estilo genérico de carros russos misturado com Opel para o mercado australiano.
O Daewoo foi o único que nunca teve a frente original do Chevette, adotando estilo mais quadrado e moderno, já que foi lançado em 1977. Curiosamente ele ficou em produção por dois anos a mais que o originalmente planejado servindo apenas como taxi. Já os Pontiac eram praticamente idênticos aos modelos Chevrolet EUA, salvo pela grade diferente.
Derivados a mais
Versão perua existiu somente como Opel, Vauxhall e Chevrolet Brasil, mas só aqui ela ganhou nome próprio: Marajó. De todos os modelos que eram derivados do Chevette, o único que não era Engenharia de Emblema em seu mais puro estado era o Isuzu Piazza. Ele usava a base do sedã, mas nenhum painel de carroceria era igual. Ao contrário de todos os 23 modelos dessa matéria.
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