A invasão chinesa na Europa já é uma realidade. Com BYD e GWM já atuando no Velho Continente com relativa força, a próxima a entrar neste disputado e exigente mercado é a Chery. Só que, a estratégia da marca controlada pela CAOA Chery no Brasil será bastante semelhante à da GWM por aqui. Tanto que já comprou a antiga fábrica da Nissan.
No Brasil, a GWM iniciou suas atividades comprando a antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis antes mesmo de vender seus carros. Hoje a marca conta com os importados Haval H6 (em três variantes) e promete produzir as caminhonetes da linha Poer e SUVs da Tank localmente.
A Chery se espalhou nessa estratégia para a Europa. A marca já começou a comercializar o SUV cupê Omoda C5 por lá e, para solidificar sua presença local, comprou a antiga fábrica da Nissan. A montadora japonesa havia fechado sua planta na zona franca de Barcelona em 2020, demitindo 2.500 funcionários.
Investimento pesado
Em um acordo de 300 milhões de Euros (R$ 1,65 bilhão), a Chery comprou a fábrica e prometeu recontratar ao menos 600 funcionários dos 2.500 demitidos pela Nissan com o fechamento da fábrica. A planta de 500 mil metros quadrados voltará a funcionar a partir de 2025 e promete produzir 100 mil carros elétricos por ano.
A Chery ainda não anunciou quais carros serão produzidos na Europa, mas já adiantou que todos eles serão totalmente elétricos. Aqui no Brasil, a GWM produzirá somente modelos eletrificados (ou seja, híbridos ou elétricos). Isso revela o quanto as marcas chinesas já pensam no futuro, mesmo em países que estão apenas engatinhando.
A atuação da Chery na Europa, por enquanto, é feita somente com o SUV cupê Omoda C5 e deverá se expandir com outros modelos em breve, como o Arrizo 6 que virou Omoda S5. Até o momento não ficou claro se haverá a venda de carros da Chery ou se todos os comercializados por lá serão ofertados através da recém emancipada linha Omoda.
Doutor Chery
Vale lembrar que hoje alguns carros da Chery são vendidos na Itália pela DR, que também comercializa carros da JAC. Não é certo se o acordo entre DR e Chery será rompido a partir do momento em que a marca chinesa chegar oficialmente ao mercado italiano. A produção na Espanha visa, justamente, invadir toda Europa com carros elétricos.
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