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007 da Nissan: CEO da marca é acusado de espionagem por funcionários

Funcionários da Nissan acusam o chefão da empresa de ter monitorado a casa do vice-presidente da montadora japonesa

Vice-presidente e CEO da Nissan [divulgação]
Vice-presidente e CEO da Nissan [divulgação]

A Nissan está investigando acusações de funcionários de que o atual CEO da marca, Makoto Uchida, realizou uma espionagem do vice-presidente e COO da empresa, Ashwani Gupta. Segundo a agência Reuters, uma câmera foi instalada na casa de Gupta para espioná-lo. 

Uma carta enviada pelo consultor sênior da Nissan, Hari Nada, aos diretores independentes do conselho da fabricante de automóveis afirma que Uchida monitorou o outro executivo como parte de um esforço para remover Gupta, alguém que ele considerou uma pedra no caminho para alcançar um novo acordo com a Renault. Gupta serviu como COO da Nissan desde 2019 e chegou a questionar os termos do acordo que Uchida pretende finalizar com a Renault.

Embora a Nissan não diga muito sobre as reivindicações, a empresa confirmou para a Reuters que empresas independentes e terceirizadas foram contratadas para verificar os fatos e tomar as medidas apropriadas. 

Makoto Uchida [divulgação]
Makoto Uchida [divulgação]

Gupta foi pensado como candidato para um futuro CEO da Nissan, mas foi confirmado em 12 de maio que ele não seria reconduzido ao conselho quando seu mandato atual expirasse. Foi anunciado ainda neste mês que Gupta renunciaria ao cargo em 27 de junho, no mesmo dia da reunião anual dos acionistas da empresa.

A Reuters observa que a lei japonesa permite que uma empresa monitore as comunicações em dispositivos corporativos para proteger seus interesses comerciais. 

Ashwani Gupta [divulgação]
Ashwani Gupta [divulgação]

A carta de Nada não se limitou às supostas vigilâncias de Uchida sobre Gupta. Ele afirma que Uchida excedeu sua autoridade e fez concessões e compromissos com o CEO da Renault, Luca de Meo, em supostos acordos nos bastidores durante as recentes negociações que levarão à redução da participação da Renault na Nissan. Uma fonte não identificada acrescentou que de Meo, assim como o presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, consideravam que Gupta estava atrasando a conclusão do acordo.

Hari Nada também criticou Uchida por liderar a decisão da Nissan de comprar uma participação na unidade de veículos elétricos da Renault, a Ampere, alegando que não há uma estratégia racional para o investimento.

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