Honda HR-V, o sonho do SUV usado? | Carro usado do dia

Quase todo mundo hoje em dia está pensando em colocar ou já colocou um SUV na garagem. Prova disso, é que o mercado brasileiro tem 45% das vendas feitas por SUVs. E se você lembra do Honda Fit que apareceu por aqui há algumas semanas, verá que todo carro que vende muito quando zero quilômetro tende a se tornar um bom usado.

Tudo bem que o HR-V não entrou para o top 5 dos SUVs mais vendidos em 2024 no Brasil, mas ele figurou entre os 30 carros usados mais vendidos no mesmo ano. Levando em conta que existem muitos carros mais antigos e populares no mercado de usados, essa posição já deveria mostrar que o HR-V é um alvo no seu radar de carros usados.

De onde ele veio e para onde ele vai?

O HR-V foi lançado em 1999 com um visual inusitado, mas nunca veio ao Brasil. Ele acabou dando as caras no tupiniquim somente em 2015 com modelo 2016. Nessa geração, já utilizando a plataforma Honda Global Small Car, a mesma dos irmãos de marca Fit e City. Modelos que, no fim, ficaram consagrados por conta da versatilidade e durabilidade.

Ele mudou de geração em 2022, perdendo alguns predicados que o público sempre valorizou. Mas não é só por isso vamos tratar da primeira geração: nosso principal alvo é o custo-benefício. Afinal , você pode levar um HR-V top de linha com 5 anos de uso pelo preço de um SUV de entrada. Ou até mesmo as primeiras unidades de 2015 e 2016 pelo preço de um Citroën C3.

A geração perfeita?

Não é de hoje que alguns carros mudam de geração e são criticados, como foi com o HR-V lançada em 2022. Na mudança, o modelo diminui o porta-malas, perdeu o teto solar e, na sua versão aspirada, deixou de lado o motor 1.8 para receber o motor 1.5 mais fraco. O mesmo que figura nos Hondas City Sedan e Hatchback.

Em 2015 o HR-V chegou com o motor R18 FlexOne. Ele contava com 139 cv no etanol e 140 cv na gasolina. Aquela sem o famigerado tanquinho e da mesma série de motores que tivemos no famosos New Civic. Com pouco mais de 17 kgfm de torque, ele leva o SUV compacto de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos. Não sobra motor, mas também não falta.

Nos primeiros anos tiveram versões LX, EX e EXL, com consideráveis variações no pacote de equipamentos. Todos, contudo, sempre com o mesmo motor e câmbio CVT. Existem raras unidades LX com câmbio manual, que trazem uma dirigibilidade bem interessante. Em 2017 uma nova versão foi acrescentada, a Touring. Ele trazia faróis em LED como diferencial e interior claro.

Em 2019 o HR-V passa por uma leve reestilização. Mudaram para-choques, grade e faróis e lanternas traseiras, além de perder a opção câmbio manual. Neste ano, encontramos as versões LX, EX e EXL. Mas e a Touring? Ela retorna 2020 com o motor 1.5 turbo somente a gasolina, gerando 173 cv e 22,4 kgfm de torque.

Esse motor leva o HR-V de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos, mudando drasticamente a dinâmica ao volante do SUV compacto. A primeira geração brasileira segue em produção até o ano de 2021, somando mais de 360 mil unidades vendidas.

O HR-V em questão

Encontramos duas vezes com o SUV em nossas aventuras pelos carros usados do Alma Automotiva. Primeiramente com um EXL 2021, segundo com um EX 2016. Mas seguimos em busca por uma versão Turbo da primeira geração para mais um vídeo no canal.

Basicamente os carros são muito parecidos, principalmente no acerto dinâmico. Afinal, trata-se do mesmo conjunto de motor e câmbio, as reais diferenças ficam pelo visual do facelift e no pacote de equipamentos. O modelo 2021 testado é recheado com faróis em LED, central multimídia original do veículo e ar condicionado digital de uma zona. O 2016 não conta com estes mimos.

Todos modelos da primeira geração possuem 437 litros de porta-malas, chegando a ser maior que de alguns SUVs médios. Outro destaque é o Magic Seat, o sistema de bancos traseiros que estreou no brasil em 2003 com o Honda Fit e mantém o mesmo funcionamento até então. A vantagem é a facilidade de rebate-los e criar um assoalho plano ou levantar os assentos para carregar cargas mais altas.

Espaço traseiro é outro ponto forte do HR-V de primeira geração. Uma pessoa de 1,79 m vai confortável no banco traseiro, sobrando um bom espaço para cabeça e também para as pernas. Lembre que nem todo SUV compacto vai te oferecer isso.. O peso da idade do projeto fica pela falta de saídas de ar traseiras, item importante para um carro familiar.

Ainda por dentro, o HR-V tem um acabamento exemplar e um design cheio de personalidade. Ele tem console central alto com espaço que conecta os dois lados do habitáculo, saídas de ar grandes para o passageiro, que lembram as novas linhas dos painéis Honda, e material soft touch em parte do painel dianteiro.

Destaque para o freio de mão eletrônico, outro item que não encontramos em muitos SUVs compactos atuais. Por fora o HR-V tem um Design com características de um Honda, grande barra dianteira ligando os farois, linhas bem vincadas nas laterais.

Outro ponto forte é a característica maçaneta das portas traseiras na coluna C, dando a impressão de ser um carro de duas portas. A linha de cintura do carro é alta e as molduras em plástico circundam as caixas de roda reafirmando a característica de um SUV.

O modelo tem pouco mais de 20 graus de ângulo de entrada, melhor do que os hatchs e sedans, mas não tão generoso quanto SUVs maiores. Por isso, raspadas na frente em entradas mais extremas, principalmente pelo acabamento embaixo do para-choque, são comuns.

A altura do solo também não faz feio, na casa dos 17 a 18 cm. Melhor que os 15,7 cm do Chevrolet Tracker, por exemplo.

Andando em um SUV da Honda

Eu sempre comento que não existe Honda ruim de dirigir. Todos os carros da marca sempre tem uma pitada de tempero. Nem que seja bem pequena de prazer ao volante. Com o HR-V não é diferente, apesar da sua posição de dirigir mais sentada, como manda a cartilha de um SUV.

O volante é bem direto, tem regulagem de profundidade de altura e profundidade e os ajudastes para banco e cinto de segurança são generosos, sem falar na boa área envidraçada. A suspensão também segue a cartilha de um Honda, com um equilíbrio interessante entre estar firme nas curvas e proporcionar conforto aos ocupantes.

Tanto a versão EX 2016, quanto a EXL 2021, vem com rodas de aro 17 e pneus 215 com perfil 55. Isso ajuda a não cair tão seco na buraqueira da cidade. Sua forma de condução é uma mistura entre hatch e SUV, formando o verdadeiro crossover.

Tecnicamente a suspensão é uma receita padrão da categoria: independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira. O destaque fica para o freio a disco nas quatro rodas, outro item que muitos SUVs compactos acabam economizando em receitas mais baratas.

O câmbio CVT tem o comportamento clássico de manter o giro alto, transferindo um pouco de ruído para dentro da cabine. Ainda mais com os motores da marca que tem a característica de ser mais áspero, coisas que algumas pessoas gostam e outras nem tanto. A versão EX testada não tem borboletas no volante. Já a EXL 2021 conta com este recurso.

A relação peso potência do HR-V e seus 1.270 kg fica na casa dos 9 kg/cv, número que se traduz em um carro gostoso de dirigir. Apesar do seu 0 a 100 km/h alto, ele mantém aquele sentimento de ser um carro solto na condução. Isso sem a sensação de algo pesado se arrastando.

O HR-V e o seu bolso!

Se está pensando em um HR-V usado dos primeiros anos, saiba que a Fipe do 2016 gira na casa dos R$ 80 mil. Porém, os anúncios de boas unidades podem chegar facilmente aos 90 mil reais. Característica muito comum no mercado com carros nipônicos em bom estado.

O ponto positivo fica por se tratar de um carro com baixa desvalorização. Cuidando direitinho, não vai perder tanto investimento. Agora, se gostou do EXL 2021 que testamos, saiba que sua Fipe vai para a casa dos R$ 118 mil.

A diferença entre a Fipe e o mercado, neste caso é mais branda, com boas unidades anunciadas na casa dos R$ 125 mil. Mas se a sua meta é um modelo com motor turbo, saiba que um HR-V Touring 2021 usado tem Fipe na casa dos R$ 137 mil. Contudo, seu preço de mercado pode chegar aos R$ 140 mil, até mesmo beliscar os R$ 150 mil.

Quando o assunto é manutenção, o HR-V usado não é um carro que deve assustar o comprador. Em uma busca rápida na internet existem kits para troca de óleo e filtros por volta dos R$ 600 sem mão de obra. Um Kit de amortecedores e seus periféricos na casa dos R$ 2 mil e um Kit com discos e pastilhas de freios dianteiras na casa dos R$ 700.

Como todo SUV, um ponto caro de sua manutenção são os pneus. Uma unidade dos pneus do HR-V 2016 e 2021 no aro 17 pode chegar aos R$ 700. Fora isso, os motores da marca são conhecidos por não terem problemas quando a manutenção preventiva é feita de forma correta.

Conclusão

O Honda HR-V é um carro usado confiável, com uma vasta oferta de unidades no mercado e com um preço interessante nas unidades dos primeiros anos. Custando o valor de um hatch subcompacto de entrada, ele entrega muito mais equipamentos, rendimento e qualidade construtiva. Mas lembre-se que é um carro usado de 2016 ou 2017.

São alguns anos de uso e a unidade escolhida deve ser muito bem avaliada na hora de fechar negócio. As versões mais novas, fabricadas após o facelift, tem valores mais altos, permeando o ticket médio mais disputado do Brasil, a casa dos R$ 150 mil. Neste preço, encontramos fartamente unidades com baixas quilometragens e estado de conservação interessante.

No final das contas, ele acaba se tornando uma opção muito interessante de carro usado para quem não quer cair no SUV compacto 0km. Especialmente para o caso de modelos que, nesta faixa de preço, vão oferecer bem menos mimos e motor quanto um Honda HR-V usado.

Além de tudo, o Honda HR-V tem baixa desvalorização e alguns usados são disputados a tapa no mercado. Tudo isso torna ele um dos SUV compactos mais interessantes para sua garagem.

Você teria um Honda HR-V usado? Conte nos comentários.

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