
ABS é a sigla em inglês e alemão de sistema de freio antitravamento. Já pode ser considerado antigo, pois sua criação, pela Bosch, começou a ser a ser aplicada em 1978 no Mercedes-Benz Classe S. Sua aplicação foi crescente ao longo dos anos e hoje todo carro tem o sistema, seja por exigência do mercado ou obrigatório, caso do Brasil a partir de 2014.
O antitravamento, por se tratar de freio, é obviamente da roda. Sabe-se, da Física, que há dois tipos de atrito, o estático e o de deslizamento, o primeiro maior do que o segundo. Para exemplificar, é necessária mais força para começar a empurrar um objeto do que para continuar a fazê-lo;
Transpondo esse fato para um pneu em relação ao solo, quando ele está girando o atrito é estático; quando parado é de deslizamento. Isso quer dizer que quando a roda está travada a desaceleração do veículo é menor, ele percorre um espaço maior até parar do que se a roda estivesse girando. Esse é o objetivo primário do ABS, não permitir que as rodas travem e assim reduzir o espaço para o veículo parar.

Isso é de grande importância com piso molhado, quando o atrito dos pneus com o solo é intuitivamente menor. Sente-se isso até ao caminhar. Em ambientes como lojas, quando o chão está molhado, as empresas colocam avisos informando, todos conhecem isso.
O objetivo secundário, mas também importante, é que com a roda girando o pneu consegue gerar força lateral, isto é, o veículo pode ser dirigido no sentido de mudar de direção sob comando do motorista, ao passo que, parada, essa força não pode ser gerada. De nada adianta virar o volante quando as rodas estão paradas. Não há controle direcional.

Pulsação
O princípio do ABS é a modulação automática do freio. Esta pode ser feita pelo motorista nos carros sem ABS e consiste em pressionar o pedal e soltar várias vezes objetivando frear mas sem deixar as rodas travarem. Essa técnica, porém, requer bastante treino e também sangue frio, pois a urgência em parar leva o motorista frear com tudo em vez de modular a frenagem.
O pressiona e solta o pedal no ABS é feito em fração de segundo ao ponto de ocorrer de 8 a 20 vezes por segundo nos sistemas mais modernos. No começo essa modulação era sentida no pedal de freio como sua trepidação, mas atualmente esta deu lugar a uma espécie de ronco que, apesar de esquisito, indica que o ABS está funcionando como deve.

Mas o resultado tanto de uma quanto a outra é o motorista, assustado, aliviar a pressão no pedal e impedir que o ABS aja na sua plenitude. — mais espaço até o veículo parar. Portanto, ao frear diante de uma emergência o motorista só tem uma coisa fazer, pressionar o pedal de uma vez com toda força e não aliviá-la em hipótese alguma, entendendo que a vibração no pedal ou o “ronco” são próprios da atuação do ABS.
Faça um teste. Numa via com piso seco e sem outros veículos próximos, trafegando a 60 km/h, pressione o pedal de freio de uma vez para sentir o efeito do ABS e entender que é assim mesmo. Esqueça, faça de conta que não sentiu vibração ou escutou ruído.

Felizmente hoje em dia muitos carros têm o que se chama de auxílio de frenagens de emergência, em que parâmetros como velocidade do veículo e rapidez de acionamento dos freios são detectados pelo módulo do ABS e este determina pronta atuação dos freios com pressão máxima — com mais rapidez e precisão do que os humanos são capazes de realizar.