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Do banco do motorista - Bob Sharp

Enganando o inimigo radar

Entenda como o radar de velocidade funciona e a relação com as velocidades máximas permitidas nas estradas.

Radar de velocidade (divulgação)
Radar de velocidade (divulgação)

Na verdade, nem uma coisa, nem outra: não há como enganar o radar de velocidade (ou os detectores que medem o tempo de passagem sob o asfalto e o cálculo de velocidade é feito instantaneamente), e nem esses equipamentos são inimigos. Estes existem e são as pessoas que determinam as velocidades máximas permitidas nas vias tanto urbanas quanto rodoviárias.

De maneira geral, a velocidades máximas permitidas são baixas demais, inferiores ao que se chama de velocidade natural da via, quando os motoristas percebem estar trafegando devagar demais e sem quererem aumentam a velocidade. É nessa situação que o radar desempenha o papel de inimigo sem o ser.

Quando o limite é a velocidade natural dirige-se com segurança e sem o estresse de precisar consultar o velocímetro com frequência. Já ocorreu bastante comigo estar dirigindo nos EUA, avistar uma placa de limite 45 milhas por hora, olhar para o velocímetro e ler 45 mph.

Radar de velocidade (divulgação)

O “enganar” o radar oficial existe e é determinado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) pela Resolução nº 798 de 2 de setembro de 2020, sucessora da Resolução nº 396 de 13 de dezembro de 2011 do órgão.

Portanto, há 14 anos há a prática de haver velocidade medida (VM) e velocidade considerada (VC). A diferença é de 7 km/h, de acordo com a nossa legislação metrológica.

Numa via de 90 km/h, como as pistas expressas das marginais Pinheiros e Tietê, aqui em São Paulo, pode-se ser medido a 97 km/h (VM) que a velocidade considerada (VC) será 90 km/h, portanto não haverá infração.

Radar de velocidade (divulgação)

Nas vias urbanas, temos diversas ruas em zonas residenciais de 30 km/h. Pela resolução do Contran não será infração passar pelo equipamento a 37 km/h, mas a 38 km/h a VC será 31 km/h, limite ultrapassado, infração.

É nos limites de velocidade baixos que está o “perigo” para o motorista, uma vez que exceder o limite tem três severidade de punição, tudo no artigo 218 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB): Art. 218 I – VC igual ou menor que 36 km/h, infração média, 4 pontos na CNH e multa de R$ 130,16 Art. 218 II – VC igual ou menor que 48 km/h, infração grave, 5 pontos na CNH e multa de R$ 195,23 Art. 218 III – VC igual ou maior que 46 km/h, infração gravíssima, 7 pontos na CNH e multa de R$ 297,47, além da suspensão do direito de dirigir por um ano.

Entendeu o porquê do perigo?

Nas rodovias a tolerância metrológica do radar é 7% em vez de 7 km/h. Quando o limite é 100 km/h pode-se ir 108 km/h (e não 107 km/h devido ao arrendamento matemático). Se 110 km/h, até 118 km/h não é infração. E se o limite é 120 km/h, 129 km/h é certeza não ser multado.

(reprodução/Juarez Machado)

Os graus de severidade são os mesmos das vias urbanas. Infração média, VC igual ou menor que 120 km/h. Infração grave, VC igual ou menor que 165 km/h. E VC igual ou maior que 181 km/h, Infração gravíssima, mas trafegar acima de 50% da velocidade máxima (181 km/h) é mais do que infração, é crime de trânsito.

Entenda também que a velocidade medida (VM) é real e que a velocidade indicada no velocímetro costuma ser, em média, 5% maior que a verdadeira. A 120 km/h pelo velocímetro, por exemplo, o carro está, na verdade, a 114 km/h. Uma maneira prática de conhecer o erro do velocímetro é observar a velocidade informada pelo Waze.