Andar de moto é perigoso. Frase dita pelos nossos pais e avós desde que inventaram o carro, que tinha três rodas, e depois dividiram a invenção. Uns colocaram mais uma roda e outros eliminaram a roda extra. O primeiro automóvel, podem procurar, era um triciclo. Patenteado e construído na Alemanha pelo engenheiro Karl Benz. Era 1886, ontem.
Hoje somos milhões de apaixonados divididos entre ter duas e quatro rodas. Paixões dividem, a razão une. Mas a verdade é que a estatística nos separa de forma bem clara. É, sim, quinze vezes mais provável de você se acidentar numa moto do que num automóvel. Fim de papo? Não, de novo.
Usar moto como meio de transporte, principalmente no Brasil, um país pobre e de terceiro mundo, é uma necessidade. Pelo custo. De aquisição e de manutenção. Você pode até ter uma moto como lazer ou para viagens ou para ir tomar café com amigos nas estradas, mas o mercado nacional vive mesmo é das motos que são necessárias para trabalho e como meio de transporte no dia a dia. Mais de OITENTA por cento do cercado é de motos de baixa cilindrada. Até 300cc.
E para esse enorme contingente de usuários o que a legislação prevê é a necessidade de habilitação e capacete. Os capacetes têm de ser homologados e essa homologação passa pelos testes do Inmetro que até avaliam bem os capacetes, apesar de, até pouco tempo, as viseiras dos capacetes nem serem avaliadas ou homologadas. Mas isso é papo para outra coluna.
Já a habilitação, essa temos de falar de cara, no nosso país tem um teste anacrônico que avalia apenas a capacidade do usuário de se equilibrar na moto. Num teste feito em baixa velocidade, num circuito bem curto, o usuário não usa o freio traseiro, nem troca de primeira para segunda marcha. Apenas sai do ponto morto, percorre o circuito, para no final. Aí, tem de lembrar qual o pé (oficial), que deve apoiar no chão. Tem lugares onde, dizem, se der uma “caixinha” qualquer vacilo é perdoado.
Habilitação na mão e você está livre para circular com qualquer moto que puder comprar. Aliás, para comprar a moto não é necessário apresentar a tal habilitação.
Moto é perigoso. Quinze vezes mais que usar carro, dizem as estatísticas. Acidentes de trânsito no Brasil causam mais de quarenta mil vítimas fatais por ano. Todo ano. De acordo com o DataSUS, Departamento de informática do Sistema único de Saúde, 119.735 condutores de motos morreram entre os anos de 2012 e 2021, a primeira década de ações para a redução de mortos e feridos no trânsito, estipulada pela ONU, Organização das Nações Unidas.
Mesmo sendo uma necessidade, poucos se atentam para o fato de que esse veículo, que acende tantas paixões, não importa a cilindrada, PRECISA de um novo sistema de habilitação e reciclagem imediata dos condutores habilitados.
Aqui, vou falar disso e também do prazer de usar e ter uma motocicleta. Vou falar do produto e de tudo que empresas e empresários no Brasil fazem para cuidar dos motociclistas. Os que precisam usar, os que preferem usar e os que amam usar moto como transporte, lazer e esporte. Eu amo usar moto. Até que o médico recomendou, no mês passado, sequer eu tinha um carro para usar. Chuva, frio, madrugadas, calorão, tudo é melhor com moto.
Me acompanhe nesse lindo projeto do MOTO+ onde mais que avaliações apaixonadas, ou caras e bocas nas selfies, vamos FALAR TUDO SOBRE O MERCADO DE MOTOS NO BRASIL.
Você acha difícil andar de moto no Brasil? Conte nos comentários.