O mercado brasileiro é cruel. Se os carros não fazem sucesso, dificilmente são mantidos em linha. Boa parte da culpa é dos custos altos de produção em solo nacional e também por conta de algumas estratégias da montadora equivocadas que fazem com que os carros encalhem nas lojas. Confira agora uma lista com 5 modelos que mal chegaram e já foram para a fila do INSS.
CAOA Chery Tiggo 3X
Apresentado em maio de 2021, o CAOA Chery Tiggo 3X morreu antes de completar um ano de mercado. A marca chinesa decidiu fechar sua fábrica de Jacareí, onde também era feito o Arrizo 6, para modernizar a planta com o objetivo de produzir carros híbridos e elétricos.
Contudo, como o Tiggo 3X vendia mal e era muito criticado, ele saiu completamente de linha. Ao contrário do que aconteceu com o Arrizo 6, que seguiu importado da China. Vale lembrar que a fábrica também fazia o Tiggo 2, que era o Tiggo 3X menos moderno e com um arcaico câmbio automático de quatro marchas.
Renault Sandero e Logan CVT
Um ano e meio: exatamente foi esse o período que os carros populares da Renault tiveram câmbio CVT no Brasil. Sandero e Logan ganharam a caixa automática na reestilização da linha 2020, uma evolução gigantesca frente ao câmbio automatizado Easy’R que pouca gente se lembra que um dia eles já usaram.
Só que, já no ano seguinte, a Renault matou os dois. O problema era o visual quase Stepway e suspensão mais alta no sedã e no hatch obrigatório porque a caixa CVT raspava na lombada. No fim das contas, somente o Stepway seguiu carreira com câmbio CVT dentro da família Logan / Sandero.
Kia Rio
A Kia demorou tanto para trazer o Rio para o Brasil que ele acabou se tornando um fiasco. O hatch compacto tinha tudo para dar certo, mas ficou quase três anos circulando em testes sem camuflagem e quando foi lançado, chegou caro e com motor 1.6 do HB20. Não que isso fosse ruim, mas o segmento demandava pelo motor 1.0 turbo.
Na época, a Kia dizia que a Hyundai boicotou o uso do motor 1.0 turbo no Rio para não criar concorrência com o HB20. Mais caro que o primo, o Kia vendeu mal e ninguém lembrava que ele estava nas concessionárias. Ironia do destino ou não, pouco depois do lançamento todos os rivais ficaram mais caros que ele e o Rio passou a ter um bom custo-benefício.
Ford EcoSport sem estepe
Muita gente reclamava do estepe pendurado na traseira do Ford EcoSport e a marca achou uma solução. Lançou em 2019 a versão Titanium com motor 1.5 aspirado e sem estepe. Os pneus regulares eram substituídos por run-flat e a tampa traseira ganhava um novo desenho. Era a mesma estratégia adotada na Europa, onde o público rejeitava estepes pendurados.
As vendas foram bem aquém do esperado e o rodar do EcoSport sem estepe era estranho pois ele tinha suspensão mole e pneus duros. No fim das contas, a Ford fechou suas fábricas no Brasil em 2021 e matou todos os carros nacionais de uma vez. Levando consigo não somente o EcoSport sem estepe, mas o modelo com estepe, além de Ka e Ka Sedan.
Fiat Brava
Lançado em 1995 na Europa, o Fiat Brava só chegou ao Brasil em 1999 depois de um verdadeiro fuzuê entre os hatches da marca italiana. A ideia era importar o Bravo da Europa e depois fazer o Brava no Brasil. Mas o dólar subiu demais e um navio cheio de carros vindos da Itália fez meia volta e fingiu que nada aconteceu.
O Brava atrasou, mas começou a ser feito em Betim, Minas Gerais, antes da virada do século. O problema é que o Stilo foi lançado em 2002 e já era o sucessor de Brava e Bravo. A Fiat ainda deu sobrevida ao hatch ousado como versão de entrada, mas em 2003 ele saiu de linha com apenas quatro anos de mercado.
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