![Volkswagen ID Buzz - Kombi elétrica [Auto+ / João Brigato] Volkswagen ID Buzz - Kombi elétrica [Auto+ / João Brigato]](https://uploads.automaistv.com.br/2024/05/Volkswagen-ID-Buzz-Kombi-eletrica-17-1320x743.jpeg)
Se você é um brasileiro de verdade, tem a Volkswagen Kombi no coração. A Velha Senhora levou nosso país nas costas, foi responsável por transportar pessoas e cargas por todo território nacional e também por dar um tempero extra ao óleo que frita os pasteis da feira. Todo mundo tem uma história com a Kombi e todo mundo a ama.
Só que essa enorme simpatia e carinho que temos por esse pão de forma sobre rodas jamais significou que ela era um carro bom para dirigir. A Kombi é fraca, tem posição de dirigir bizarra, câmbio mais impreciso que um estudante de humanas fazendo conta e bom…segurança nunca foi uma preocupação para ela.
Só que aí a Volkswagen veio com a ideia de resgatar toda essa aura e espírito da Kombosa em uma van elétrica de nome ID.Buzz. Com isso, fizeram a melhor Kombi da história. Pena que, como acontece com o ID.4, mesmo ela sendo incrível, a marca insiste em somente alugá-la. E ainda por valores altíssimos.
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É tudo herança
Assim como aconteceu com a Kombi original, que derivava do Fusca, a ID.Buzz nasce a partir da base MEB do ID.3, espécie de sucessor espiritual elétrico do besouro. Ela usa os mesmos motores e diversos componentes de modelos da linha elétrica da Volkswagen e por isso cria um lugar comum e atributos compartilhados.
Tal qual sua avó, a ID.Buzz tem motor traseiro, só que com potências que a Velha Senhora não aguentaria. São 204 cv e 31,6 kgfm de torque, que empurram essa minivan de 2.200 kg aos 100 km/h em 10,5 segundos. Ela ficaria para trás de um up! TSI na aceleração, mas ainda assim é divertida.
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Isso porque o torque do motor elétrico é instantâneo e forte. Além disso, é um Volkswagen, se comportando como tal. As baterias no piso da plataforma fazem com que o centro de gravidade seja baixo, mesmo ela tendo 1,92 m de altura. Como resultado, faz curvas quase como um SUV.
Ela gruda no chão e não balança, mesmo em alta velocidade. Só que isso fez com que a marca precisasse instalar uma suspensão mais firminha e dura, que não é muito apreciadora de buracos e superfícies ruins. Só que no asfalto bem feito, ela roda lisa, serena e confortável.
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A direção é mais pesada do que se espera de um modelo familiar, mas correta para um VW. A vantagem de ter motor na traseira é que a manobrabilidade da Kombi elétrica é ótima, visto que as rodas viram bastante. Mesmo com 4,71 m de comprimento e 1,98 m de largura, é tão fácil de estacioná-la quanto achar uma vaga para um Tiguan.
É para ir longe
Com baterias de 77 kWh, a Volkswagen ID.Buzz não tomará mais de uma hora para carregar em um eletroposto de 150 Kw. Além disso, ela tem autonomia declarada de 337 km, segundo o INMETRO. Mas, como as medições nacionais são sempre pessimistas, no mundo real ela chega a 400 km. Nos nossos testes, ela fez essa quilometragem com uma carga.
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É interessante notar que, tal qual o ID.4, a ID.Buzz tem sistema regenerativo adaptativo – algo simplesmente genial. Através dos sensores na dianteira e radares, ela percebe haver um carro na sua frente e, ao tirar o pé do acelerador, ativa a regeneração. Já quando não há carros, ela anda solta para aproveitar da inércia e não gastar baterias.
É um sistema tão inteligente e bem calibrado, que se torna natural a condução, fazendo não parecer que o motorista está sem o controle total do carro. O mesmo vale para o piloto automático adaptativo e para o sistema de manutenção em faixa. No quesito tecnologia, a Kombi elétrica é referência.
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Salão de festas
Ao entrar na Kombi elétrica, ela te recepciona afastando e baixando levemente o banco (tanto do motorista, quanto do passageiro). Quem senta à frente conta com ajustes elétricos para os assentos com três posições de memória e massagem. Já a turma de trás tem portas com abertura elétrica e bancos com ajuste de distância e inclinação do encosto.
O revestimento dos bancos é feito de material vegano que imita couro e tem cheiro estranho, mas é de qualidade. Só que, diferentemente do Tiguan ou do ID.4 que têm acabamentos exemplares, a Kombi é mais parecida com a linha nacional da Volkswagen. Todo o interior é feito em plástico duro, nada de material macio, salvo um pedaço da porta.
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Ela tem revestimento imitando madeira e outro imitando aço, contrastando com plásticos bege que deixam a cabine clara. Dependendo da cor da carroceria (que são só duas), o painel e as portas assumem tonalidade diferente. O visual é bem elegante e os encaixes são bem feitos.
Destaque para a quantidade enorme de porta-objetos. As portas tem dois andares de locais para colocar coisas, enquanto o console central é móvel e tem uma gaveta, raspador de gelo e até abridor de garrafa. Atrás, mesinhas do tipo avião permitem trabalhar com a Kombi rodando, enquanto cada porta conta com entrada USB-C para carregar o celular.
Então…
Só que algumas coisas ficaram difíceis de entender. Primeiro a porta traseira cujo vidro é fixo. Minivans de antigamente eram assim, mas modelos como a Kia Carnival já mostraram que elas podem ter portas corrediças e vidros que descem. A situação piora porque não há saída de ar para o banco traseiro.
Outro ponto é que o porta-malas enorme de 1.121 litros tem toda estrutura para sete lugares, mas não oferece essa opção nem na Europa. Você vê lá atrás o descanso de braço, porta-copos e até uma parte macia para apoiar o cotovelo, mas não há bancos ou cinto. A Kombi tem somente um patamar para dividir o espaço em duas alturas e separar cargas.


Outro vacilo está no insistente uso de comandos touch no volante e para controlar o ar-condicionado. Na direção, é comum apertar alguma função sem querer ao fazer curva. Já o ar-condicionado não tem iluminação à noite e seu uso é sempre atrapalhado, além de distrativo para uso em alta velocidade.

É como o ID.4
Na parte de conectividade, a Kombi elétrica conta com central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio. A tela tem ótima definição, é rápida e muito fácil de mexer. Não é a VW Play brasileira, mas é tão boa quanto. Inclusive, a facilidade de uso é um dos maiores destaques, por ter menus claros com ícones grandes.
Já o painel de instrumentos é bem pequeno, com poucas informações e que mais faz parecer modelos chineses de entrada como BYD Dolphin e Dolphin Mini. Um carro maior e mais sofisticado como a ID.Buzz merecia algo mais bem cuidado. Pelo menos ele é fixo na coluna de direção e se movimenta junto do volante. Manopla de câmbio fica no lugar da haste do limpador.

Os custos
Assim com acontece com o ID.4, é impossível comprar uma Kombi elétrica no Brasil. A Volkswagen disponibiliza a Kombosa somente por aluguel e com preços bem altos. O plano mais barato é o de contrato de 48 meses com possibilidade de rodar somente até 1.500 km. Por ele, você paga R$ 12.990 por mês.
Já o jeito mais caro de ter uma Kombi elétrica é rodar até 3.100 km por mês no contrato de 24 meses. Com isso, é preciso desembolsar R$ 17.890 a cada 30 dias. A Volkswagen oferece contratos de 24, 36 ou 38 meses com franquia de quilometragem máxima de 1.500 km, 2.000 km, 2.500 km ou 3.100 km por mês.
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Vale ressaltar que ainda há pagamento de R$ 2,50 por quilômetro excedente do plano contratado. Além disso, em caso de sinistro, roubo, furto ou perda total, a coparticipação do motorista que alugar a Kombi elétrica é de R$ 20 mil. A VW oferece também wallbox por R$ 6.490 para compra ou locação por 24 meses por R$ 599 ao mês.
Veredicto
Do ponto de vista racional, os valores cobrados pela Volkswagen para alugar a Kombi elétrica beiram o surreal. É dispendioso demais ter de pagar mais de R$ 15 mil para ter na garagem um carro que não é seu. Além disso, é um enorme potencial desperdiçado. Se a marca cobrasse R$ 700 mil por uma ID.Buzz, o primeiro lote venderia em um piscar de olhos.
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Mas, é a Kombi. É um carro que toda pessoa na rua reconhece, admira e ama. Há tempos não andava com um modelo que gerasse tantos sorrisos, fotos e perguntas. Nem mesmo um Mercedes Classe G verde limão chamou atenção tanto quanto ela. É o charme da amada Velha Senhora. Só que agora, um tesão de andar. Pena que ninguém pode comprar.
Se a Volkswagen vendesse a Kombi elétrica no Brasil, você compraria? Conte nos comentários.
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