Toyota Corolla Cross vs Honda ZR-V: volta do clássico | Comparativo

É fato que os SUVs estão substituindo muitas categorias. Mas os sedãs médios são os que mais estão sofrendo no momento. O Toyota Corolla nem tentou segurar a categoria e se converteu em Corolla Cross. Já o Honda Civic subiu de patamar para abrir espaço para que o ZR-V tomasse seu espaço. Com isso, a briga Civic vs Corolla virou Corolla Cross vs ZR-V.

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Reeditando a briga clássica e que se repete há décadas, convocamos o Toyota Corolla Cross XRX 2.0 de R$ 191.790  para disputar a briga com o Honda ZR-V Touring de R$ 214.500. E por que não a versão híbrida do SUV do Corolla? Simplesmente porque o desempenho deixa muito a desejar e o modelo 2.0 é mais próximo mecanicamente do rival novato.

Almas aspiradas

Mantendo a tradição das marcas japonesas, os dois SUVs são equipados com motor 2.0 quatro cilindros aspirado e câmbio CVT. O Toyota entrega 167 cv e 20,8 kgfm de torque quando abastecido com etanol, subindo para 175 cv e 21,4 kgfm ao ser abastecido com etanol. O Honda tem 161 cv e 19,1 kgfm de torque com gasolina porque só bebe isso.

Outra diferença essencial entre os dois está no câmbio. O CVT do Corolla Cross tem dez marchas, sendo a primeira física de fato e as restantes simuladas. Já o ZR-V só simula sete marchas. No consumo, temos 11,6 km/l na cidade e 13,3 km/l na estrada com gasolina no Toyota contra 10,2 km/l na cidade e 12,1 km/l na estrada para o Honda.

Opostos complementares

Dinamicamente há uma diferença muito grande entre eles. Enquanto o Corolla Cross se aproxima muito de seu irmão sedã, o ZR-V nem parece ter nascido do Civic. O Toyota acelera bem, tem respostas rápidas do CVT, fazendo a simulação das marchas de maneira bem feita, diminuindo a sensação de enceradeira, típica desse tipo de câmbio. 

Já o ZR-V faz gritaria sempre que acelera. A entrega do motor é a contento, mas como o CVT gruda o giro lá em cima, parece que ele não anda tão bem quanto parece. Em compensação, o 2.0 é absurdamente suave e sem vibrações, tendo um tipo de refinamento raro até em marcas de luxo.

A dinâmica em curvas pende mais para o Honda, como sempre foi quando Civic e Corolla eram os astros da briga. Ele é mais dinâmico, aguenta fazer curvas melhor e é mais estável em alta velocidade, além de ter suspensão e direção mais forminhas. O Corolla Cross é sempre suave e neutro. É um carro voltado ao conforto.

Chega a ser irônico o contraste entre eles. O Toyota Corolla Cross tem melhor conjunto de motor e câmbio, sendo mais econômico, potente e com melhor entrega. Já o Honda ZR-V tem tocada mais esportiva, é melhor de curva e tem melhor conjunto de suspensão e direção. Uma junção dos dois, daria o samba perfeito.

Território do bege

A cabine do Honda ZR-V Touring e do Toyota Corolla Cross XRX tem algumas coincidências curiosas. Ambos trazem bancos revestidos em couro bege, além de detalhes da porta no mesmo tom. O SUV do Civic tem ainda console central e partes do painel com coloração clara, algo que o irmão alto do Corolla abandonou na reestilização, adotando preto.

Ambos trazem teto solar pequeno e central multimídia flutuante – que não é referência na categoria. A do Honda tem cores lavadas e película fosca que atrapalha a visão, enquanto a do Toyota é genérica e faz o Android Auto ou o Apple CarPlay perder a conexão com muita facilidade. Em ambos, o espelhamento é sem fio, vale lembrar.

Vale destacar que o painel de instrumentos totalmente digital da Toyota é a nova referência da categoria. Lotado de personalização e belos gráficos, ele da um banho no painel meio digital do ZR-V, que é um conjunto bem bom, por sinal, mas com menos recursos que o rival. Ambos são fáceis de usar e de ler, mesmo no sol intenso.

Mas a qualidade interna é bem diferente. O couro do volante e dos bancos do Honda é melhor. Já o material que reveste as portas e painel tem mais qualidade no Toyota. Mas a montagem é que faz diferença, pois o ZR-V tem console central mole, assim como central multimídia e parte central do painel – algo que no Corolla Cross é bem sólido.

No quesito espaço, o Toyota trata melhor quem senta atrás, já que a área para as pernas é mais ampla e permite esticar melhor o joelho. No ZR-V as pernas ficam excessivamente altas. Além disso, a saída de ar do Honda no banco traseiro fica nos pés, não no lugar certo, como acontece com o Corolla.

No porta-malas, o Toyota carrega 440 litros e tem abertura elétrica. Já o Honda conta com 389 litros e abertura manual. Uma mancada da marca japonesa visto que o HR-V tem tampa elétrica. Mas o pior é o tampão do porta-malas, feito de material bem frágil, dobrável e com uma redinha que mal esconde o que está por dentro do espaço de cargas.

Recheios parecidos

Considerando que as versões topo de linha XRX e Touring, os dois SUVs japoneses contam com seis airbags, controle de tração e estabilidade, teto solar, chave presencial, piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência, alerta de tráfego cruzado, farol full-LED com acendimento automático e assistente de luz alta.

Há ainda vidros elétricos nas quatro portas com função um toque, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, câmera de ré, alerta de mudança de faixa, ar-condicionado digital de duas zonas, banco do motorista com ajuste elétrico, auto-hold, freio de estacionamento elétrico e central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio.

Só o Toyota Corolla Cross XRX tem tampa do porta-malas com abertura elétrica, sensor de chuva, retrovisor com rebatimento elétrico, apoio de braço no banco traseiro, frenagem automática em manobra, alerta de ponto cego e luzes de neblina em LED.

O troco do Honda ZR-V Touring está na presença de câmera no retrovisor direito, controle de descida, indicador de fadiga, vetorização de torque, centralizador de faixa e partida remota. Vale ressaltar que itens como piloto automático adaptativo e sistema de manutenção em faixa funcionam bem melhor no Honda.

Veredicto

Se o Corolla Cross XRX e o ZR-V Touring custassem a mesma coisa, o Toyota levaria a disputa. Só que o Honda é R$ 22.710 mais caro que o rival e não tem nada que justifique isso. Inclusive, ele é menos equipado. A vantagem de ter o seu SUV feito no Brasil amplia a quantidade de versões e baixa o custo. Mas a Honda pegou pesado no seu preço.

O grande ponto é que o ZR-V é cheio de pequenos pênaltis que, acumulados, fazem dele um carro não tão recomendado assim na categoria. É o oposto do Corolla Cross, que não tem absolutamente nada que o destaque, mas como ele faz tudo tão bem, é uma compra extremamente racional e que agrada a muito mais gente. Por isso, ele vence o comparativo.

Você teria um Corolla Cross ou um ZR-V? Conte nos comentários.

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