Song Pro: uma nova BYD, mas com velhos hábitos | Impressões

Já se tornou padrão em todo lançamento da BYD: a marca chinesa lança o carro com preço extremamente agressivo e força os rivais a mudar a tabela. Mas também é comum a todos eles um ótimo acabamento, visual chamativo, além de suspensão e direção não adequadas ao gosto nacional. E foi exatamente isso que aconteceu com o BYD Song Pro.

Ainda que o contato tenha sido curto (porém maior que a volta no estacionamento do shopping como foi com o King), foi suficiente para sentir qual é a do Song Pro. O modelo é a geração anterior do Song Plus, mas modernizado e com visual diferenciado para ter o ar moderno que faz jus a ele.

Se o King mira no Toyota Corolla, o Song Pro quer briga com o Corolla Cross. Por isso até se posiciona logo abaixo dele no quesito preço. No Brasil, serão oferecidas as versões GL de R$ 189.800 e GS de R$ 199.800. Pudemos testar somente o modelo topo de linha, que traz baterias maiores.

Conheço você

Debaixo do capô, o BYD Song Pro conta com motor 1.5 quatro cilindros aspirado de 98 cv e 12,4 kgfm de torque, o mesmo já visto em outros modelos da marca. Ele é atrelado a um motor elétrico dianteiro de 197 cv e 30,6 kgfm, totalizando 235 cv e 43 kgfm de torque. O motor aspirado funciona mais como um gerador de energia para o sistema elétrico.

Com isso, segundo a marca, é possível rodar até 1.100 km com um tanque. Somente na eletricidade a autonomia divulgada é de 110 km, mas o INMETRO diz ser menos: 68 km para ser mais preciso. Em números oficiais marcam 15,2 km/l na cidade e 13,2 km/l na estrada. Mas há potencial para consumos ainda melhores por conta do uso da eletricidade.

Rodando com o Song Pro você sente o motor elétrico trabalhando quase que o tempo todo. São raras as aparições do 1.5 aspirado, sendo solicitado somente quando o acelerador é pressionado com força ou quando a bateria já está se esgotando. Segundo a BYD, os 100 km/h são atingidos em 7,9 segundos, mas o trânsito de São Paulo não deixou testar.

Padrão BYD

Assim como outros carros da BYD, o Song Pro é muito voltado ao conforto. Você tem um isolamento acústico exemplar que garante silêncio de rodagem. A suspensão é nitidamente voltada ao conforto, o que a faz ser molenga. Não é tanto quanto o Dolphin Mini, mas faz o SUV balançar mais que seu irmão Song Plus.

O mesmo vale para a direção. Mesmo em modo Sport, ela é leve demais e anestesiada. Faz parecer não estar conectada ao carro e dá certa artificialidade que tira o prazer de dirigir. Para quem preza pelo conforto em detrimento de uma melhor dirigibilidade, então pode abraçar sem medo.

Uma mancada que a marca cometeu com o Song Pro e fez também com o King foi a ausência total de sistemas de auxílio a condução. Ele não tem piloto automático adaptativo, sistema de manutenção em faixa, alerta de ponto cego, nada. Apenas frenagem autônoma de emergência e seis airbags. 

Combinando materiais

Por dentro, o BYD Song Pro chama atenção pelo ótimo acabamento. A porta é revestida de material macio com várias texturas diferentes, assim como o painel. A parte preta é emborrachada, enquanto couro macio é usado na tonalidade bege e café com leite. Uma faixa texturizada no painel também é macia e todos os encaixes são bem feitos.

Para se diferenciar do Song Plus, o Pro tem tela rotativa menor e o painel de instrumentos totalmente digital é mais simples. Atrás, os passageiros contam com banco reclinável, entradas USB para carregamento de celular e também saídas de ventilação. O espaço é bom, mas não tanto quanto do Song Plus. Porta-malas leva 520 litros.

Veredicto

Assim como todo BYD, o Song Pro tem bom acabamento, é confortável, tem bom sistema híbrido, preço como forte atrativo, mas peca na suspensão e direção. Sim, repeti basicamente o que falei na abertura desse texto porque é algo que se tornou padrão na marca, tanto o lado positivo, quanto o negativo.

A falta de teto solar na lista de itens de série, assim como sistema ADAS é compreensível porque é uma maneira de fazer o comprador subir para o Song Plus. Comparando ao Toyota Corolla Cross, o sistema híbrido é muito mais eficiente, além de ser um carro mais sofisticado. Vai dar trabalho para a Toyota, assim como o King. 

Você acha que o BYD Song Pro vai fazer sucesso no Brasil? Conte nos comentários.

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