O Renault Duster é um SUV que oferece tanto robustez quanto um volumoso porta-malas, características mantidas desde seu lançamento em outubro de 2011. Há mais de dez anos no mercado já disputou com o descontinuado Ford EcoSport e conviveu ao lado do Captur.
O Renault Duster trocou de geração em 2020 e agora disputa atenção com o Kardian (entre R$ 112.790 e R$ 132.790), além de rivais como Jeep Renegade, Nissan Kicks, Volkswagen T-Cross, entre outros.
Embora já tenha oferecido um motor 2.0 naturalmente aspirado acoplado a um câmbio manual de seis marchas e tração 4×4, que não era um primor em consumo, atualmente o Renault Duster oferece motor 1.6 naturalmente aspirado ou 1.3 TCe turbo, com câmbio continuamente variável (CVT) nesta topo Iconic Plus.
Visual Diferente do Renault Duster Iconic Plus
As alterações foram pontuais, mas ajudaram a diferenciar o SUV na linha 2024. Os faróis foram atualizados e as lanternas de LED assumiram uma personalidade própria, sem a proximidade com o design da peça do Jeep Renegade.
A grade do radiador foi redesenhada, exibindo a inscrição Iconic em laranja, uma tonalidade repetida na faixa da capas dos retrovisores e no nome Duster na base do rack de teto.
Apesar dos faróis serem de LED, as lâmpadas das luzes de neblina e de longo alcance do pacote Outsider, assim como as luzes de direção traseiras, são halógenas. No entanto, as rodas de liga leve de 17” diamantadas escurecidas e calçadas por pneus de medidas 215/60 contribuíram para um ar de frescor do Renault Duster.
Ao abrir a porta, novos detalhes revelam a injeção de ânimo no SUV. A central multimídia de 8” com Android Auto e Apple CarPlay sem fio não é novidade, mas o quadro de instrumentos recebeu um novo grafismo, assim como o console central elevado, que agora oferece carregador de smartphone por indução e duas tomadas USB para os passageiros traseiros.
A cabine, bem-feita desde 2020, na versão Iconic Plus, apresenta as ilhas das portas dianteiras revestidas e acolchoadas (não visto nas traseiras), o uso de plásticos de boa qualidade e detalhes imitando alumínio. Nem parece a primeira versão de 2011, quando compartilhava muitos elementos com a dupla Logan/Sandero.
Em ergonomia, a coluna de direção ajustável e os comandos bem posicionados são destaques. No entanto, os bancos frontais poderiam ter abas laterais mais pronunciadas e os comandos elétricos dos retrovisores em melhor posição. Duas críticas que não comprometem a habitabilidade deste utilitário esportivo compacto, que, aliás, manteve o comando satélite na coluna de direção.
De compacto, o Renault Duster não tem nada, pois seu porte é comparável ao de SUVs médios. Com 4,37 m de comprimento, 1,83 m de largura, 1,69 m de altura e 2,67 m de entre-eixos, possui dimensões próximas às do Jeep Compass (4,40 m, 1,81 m, 1,63 m, 2,63 m, na ordem) e do Volkswagen Taos (4,46 m, 1,84 m, 1,62 m e 2,68 m, para comparar).
O porta-malas de 475 litros do SUV da Renault é um destaque, muito superior ao do Jeep Renegade (320), do Nissan Kicks (432) e até do Jeep Compass, que é um utilitário esportivo médio oferecendo uma capacidade volumétrica de 410 litros.
Quem viaja na segunda fileira do Renault Duster encontra bom espaço para as pernas, amplitude para os ombros e a cabeça. Ou seja, de SUV compacto, o Renault Duster não tem nada! Nascido da plataforma do Logan e do Sandero, ele se distanciou do projeto de um carro barato e agora oferece predicados melhores do que os do Captur de anos atrás.
Turbo Power
Para quem procura robustez, o Renault Duster é uma boa opção, principalmente pelas suspensões que ignoram os buracos e remendos do asfalto, mesmo sem ter um conjunto independente no eixo traseiro como o do Jeep Renegade.
Mesmo assim, encara sem problemas lombadas pronunciadas ou valetas profundas, sem raspar a dianteira. Com ângulo de entrada de 22º, de saída de 32º, além de uma altura mínima do solo de 19,2 cm permitindo enfrentar um off-road leve sem dificuldades.
Da geração passada, uma evolução foi a caixa de direção assistida eletricamente no lugar da hidráulica, proporcionando melhor dirigibilidade e leveza ao esterço em baixas velocidades. Contudo, ao trafegar acima de 100 km/h, a direção é leve demais e poderia transmitir mais firmeza e um peso mais correto.
O desempenho do Renault Duster não lembra o do antigo equipado com motor 2.0 16V naturalmente aspirado, 4×4 e caixa manual de seis marchas (com primeira super reduzida para melhorar a tração) ou do 1.6 16V SCe das atuais versões Intense Plus MT, de iniciais R$ 127.990, Intense Plus CVT com seis velocidades (R$ 136.890) e Intense Plus CVT 1.6 (R$ 145.990) à venda em nosso mercado.
O motor 1.3 TCe trouxe o tempero que faltava ao SUV, mas só está disponível na configuração de topo Iconic Plus, que custa a partir de R$ 160.090, com o capô sustentado por amortecedores e ainda possui manta acústica. O Jeep Renegade, por exemplo, oferece o motor 1.3 turbo em toda a gama.
Estão disponíveis 170 cv e 27,5 kgfm quando abastecido com etanol (no Renegade são 185 cv e os mesmos 27,5 kgfm, para citar). Com uma boa pegada a partir dos baixos giros, o desempenho do Renault Duster Iconic Plus é auxiliado pela caixa CVT de oito marchas simuladas (de seis nas versões 1.6).
Essa combinação mecânica permite andar sempre em baixas rotações e não decepciona quando o pedal do acelerador é exigido, com relação peso-potência de 7,96 kg/cv.
Aliás, o pedal do acelerador tem uma calibração voltada para o conforto e o turbolag (atraso antes de o turbocompressor encher) é mais perceptível no Duster do que no Renegade ou no T-Cross 250 TSI.
Esse motor 1.3 TCe foi desenvolvido em parceria com a Mercedes-Benz, mas nos carros da marca alemã ele possui algumas tecnologias adicionais, como a desativação de cilindros.
Pensando em eficiência, o Renault Duster oferece o modo de condução Eco, que ajusta os parâmetros do SUV para um comportamento mais brando. De acordo com o Programa de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro, faz 7,7 km/l (cidade) e 8,4 km/l (estrada) com etanol e 10,8 km/l e 11,5 km/l com gasolina, respectivamente.
O Renault Duster Iconic Plus 2024 tem preço a partir de R$ 160.090. De série, enfim, ganhou seis airbags, chave presencial, controlador de velocidade, alerta de pontos cegos, controles eletrônicos de tração/estabilidade, acendimento automático dos faróis e assistente de frenagem, para citar.
Esse valor coloca a versão Iconic no patamar do Jeep Renegade Longitude T270 (R$ 165.990), do Volkswagen T-Cross Comfortline 200 TSI (R$ 163.990), que usa um tricilíndrico 1.0 turbo de 128 cv e 20,5 kgfm (etanol), mas o Nissan Kicks Exclusive Pack Tech sai mais em conta por R$ 153.690.
Veredicto
O Renault Duster é um veterano no Brasil e evoluiu bastante desde o primeiro lançado em 2011. No entanto, poderia ter trazido o pacote de assistentes à condução, que são encontrados no Nissan Kicks Exclusive Pack Tech, incluindo alertas inteligente de mudanças de faixa, de colisão frontal e de tráfego cruzado traseiro, por exemplo. No T-Cross Comfortline 200 TSI está disponível o controlador de velocidade adaptativo (ACC).
Pode oferecer um bom desempenho, mas a potência de 170 cv é inferior aos 185 cv (etanol) do Jeep Renegade. Para muitos, números são fundamentais! No entanto, para quem valoriza boa habitabilidade e um volumoso porta-malas de 475 litros, o SUV da Renault é uma ba opção de compra, mesmo custando mais de R$ 160.000. Por isso, não leva a medalha de ouro por pouco!
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