![Renault Captur Iconic [Auto+ / João Brigato] Renault Captur Iconic [Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2021/08/Renault-Captur-Iconic-23_edited-990x556.jpg)
Dentro do portfólio de SUVs da Renault, os irmãos Captur e Duster sempre se entrelaçaram. O argumento de compra para o Captur era a maior lista de equipamentos e o visual mais sofisticado. Mas aí veio a segunda geração do Duster, com mais itens de série, construção melhor e até acabamento superior. Nisso, o Renault Captur caiu nas vendas.
Para dar novamente ao modelo mais caro um argumento nas vendas, a Renault trouxe o motor 1.3 TCe da Europa, combinou a um câmbio CVT, fez mudanças na cabine e no design externo. Melhorou, e muito, mas ainda é inferior ao Duster.
Para provar isso, testamos a versão topo de linha Iconic que começa em R$ 138.490. Mas avança para R$ 141.690 com a cor de lançamento Bronze Sable com teto preto (opcional de R$ 3.200).
Estrela de três pontas
O melhor do Renault Captur 2022, e nisso ele é claramente muito superior ao Duster, é o conjunto mecânico. O SUV francês conta com motor 1.3 TCe quatro cilindros turbo de 170 cv e 27,5 kgfm de torque. É um salto frente aos 120 cv e 16,2 kgfm do 1.6 SCe que ele usava antes da reestilização e que ainda está presente em seu irmão.
Casamento entre esse motor desenvolvido conjuntamente com a Mercedes-Benz e a transmissão CVT é um dos melhores do mercado. A transmissão continuamente variável costuma incomodar no uso diário, especialmente quando faz o motor gritar excessivamente em arrancadas. E isso não acontece no Captur.
O Captur turbo é ágil, responde rápido ao pedal do acelerador e rapidamente eleva a rotação suficientemente para retomar. Segundo a Renault, ele precisa de 9,2 segundos para atingir os 100 km/h – número dentro da média da categoria com modelos turbinados. Já o consumo é ok: nossos testes com etanol ele não foi além de 7,2 km/l (50% cidade, 50% estrada).
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Por que não?
Construído sobre a mesma plataforma B0 do Duster, o Captur não passou pelas mesmas mudanças estruturais. Compartilhamento único ficou por conta da direção elétrica com ajuste de profundidade (finalmente!). Ela tem peso adequado, não leve demais e nem pesada em excesso. Além disso, é surpreendentemente rápida, pedindo uma tocada esportiva.
Contudo, a sensação de robustez e a suspensão bem acertada do Duster não chegaram ao Captur. O novo SUV compacto francês tem acerto mais mole, fazendo com que a carroceria balance de um lado para o outro em curvas mais fortes. Dá para sentir o deslocamento de massa dele nessas situações.
Vale um elogio à Renault pelo uso de pneus Michelin 215/60 R17 no Captur. Eles são pouco ruidosos e bons de curva, fazendo com que o SUV fique mais estável. O problema foi ter usado as mesmas rodas do Duster Iconic na versão topo de linha do estreante: elas não casam com o visual arredondado do modelo.
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Bela viola
E é justamente o visual o grande ponto chave do Renault Captur. Ele é inegavelmente bonito e a reestilização fez muito bem a ele. Ganhou nova grade frontal mais quadrada e robusta – exclusiva para o Brasil. Além de para-choque com estilo modificado e novo LED diurno em C.
A traseira tem somente a régua da placa na cor da carroceria e o escrito TCe como novidades. Por dentro também foram feitas mudanças importantes, mas com vários poréns. Acabamento do Captur sempre foi ruim, com plásticos de qualidade questionável e montagem aquém do esperado.
Entretanto, onde o acabamento do antigo Captur restou, continua ruim. As portas tem qualidade comparável ao Kwid e peças desalinhadas com o painel. É um plástico pobre, bem inferior ao usado no Duster – isso porque o Captur é R$ 28.600 mais caro que o SUV de entrada da Renault.
Atrás, o espaço é acanhado. Algo surpreendente, visto que o Captur flerta com os SUVs médios em questão de porte. Ele tem 4,37 m de comprimento, 2,67 m de entre-eixos, 1,81 m de largura e 1,61 m de altura. Era de se esperar que devido ao seu porte, o espaço traseiro fosse mais farto. Com passageiros altos na dianteira, quem senta atrás sofre aperto.
Em compensação, o porta-malas é bastante generoso: são 437 litros e só não é maior que o do seu irmão Duster. Superfície plana e tampa do porta-malas bem baixa fazem com que seja fácil colocar cargas mais pesadas ali dentro.
Quatro lados
Se antes o Duster Iconic tinha vantagem sobre o Captur Bose na lista de itens de série, agora o modelo 2022 traz alguns truques a mais. Herdou do irmão mais barato seu sistema de quatro câmeras, uma na dianteira, uma na traseira e uma em cada lateral. Não formam uma visão 360° como no Nissan Kicks, mas já é algo que ajuda muito nas manobras.
O Captur Iconic também tem chave presencial com abertura e travamento por aproximação, mas com a possibilidade de ligar o motor remotamente – recurso ausente no Duster. Ademais eles seguem com lista semelhante: ar-condicionado automático (mesma peça do Sandero RS), sensor de ponto cego, quatro airbags, câmera de ré e bancos revestidos em couro.
Ela tem tela de definição relativamente boa, é fácil de mexer e bem ágil. Tem menus claros e elegantes, além de usabilidade amigável. Ela contrasta com o painel de instrumentos com velocímetro digital grande e computador de bordo simples até demais e com definição baixa que parece ter vindo de 2003.
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Veredicto
O Renault Captur evoluiu muito em pontos cruciais e necessários. Acerto entre motor e câmbio é um dos melhores da categoria, enquanto o consumo é ok, mas melhor que o do 1.6 aspirado. O acabamento melhorou, porém continua com alguns pontos ainda ruins e bem abaixo da categoria.
Em suma, se está de olho em um SUV da Renault, fique com o Duster Iconic de R$ 109.890, que é R$ 28.600 mais barato que o Captur. O motor turbo e o câmbio CVT novo são verdadeiramente superiores ao conjunto do Duster, mas que não justificam os quase R$ 30 mil a mais. E há outra questão: em breve o Duster também terá motor 1.3 turbo.
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