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Só mais um pouquinho

Omoda E5 é um elétrico bem evoluído, mas precisa de um ajuste | Impressões

Com jeito de carro europeu, Omoda E5 entrega boa dinâmica, mas uma atualização leve o tornaria ainda melhor

Omoda E5 preto de frente
Omoda E5 [Auto+ / João Brigato]

Depois de muitos testes a planejamentos, a Omoda e Jaecoo começa a operar no Brasil com dois modelos. O Omoda E5 é o primeiro modelo do lado jovem da dupla, mas que chega precisando de alguns ajustes finais. O modelo é bom de andar, mas tem alguns detalhes que podem melhorar em uma atualização.

Enquanto a versão híbrida HEV não chega, o Omoda E5 é provido por um motor elétrico dianteiro de 204 cv e 34,7 kgfm de torque. E ele é rápido. Pisando forte no acelerador, os pneus dão uma leve lixada, mas o Omoda se mantém firme na trajetória graças aos controles de tração e estabilidade bem calibrados.

Diferentemente de muitos modelos chineses, esse auxílio eletrônico não intervém tanto cortando a brincadeira, deixando para o motorista controlar o excesso de força nas curvas, quando há. Com acerto voltado ao mercado europeu, ele tem suspensão mais firme e que segura muito bem em uma estrada sinuosa.

Omoda E5 preto de traseira
Omoda E5 [Auto+ / João Brigato]

O contato foi breve no Autódromo Fazenda Capuava, mas foi perceptível que a direção é excessivamente leve. Sabe o peso pena que os carros da Stellantis tem na hora da manobra? O Omoda E5 é assim o tempo todo. A direção é leve demais, não passando sensação de segurança para uma tocada mais ao gosto brasileiro.

Em um uso na cidade fica extremamente confortável, mas a falta de um pouco mais de peso no sistema é incômoda. O bom é que isso é algo facilmente atualizável, visto que o sistema é elétrico e necessita apenas de uma nova calibragem. Isso é possível de ser feito até mesmo por uma atualização over-the-air.

Omoda E5 preto de frente
Omoda E5 [Auto+ / João Brigato]

É de outro nível

Além da boa dinâmica – salvo a direção excessivamente molenga – o Omoda E5 chama atenção pelo interior bem refinado. O acabamento dos carros da Chery é, em geral, muito bom, mas a marca teve um carinho especial com os Omoda e Jaecoo. Afinal, são as marcas para exportação e que atuam até na Europa.

O painel é todo revestido em material macio, tanto na parte superior, quanto na intermediária onde há couro. O console central é bem alto e traz diversos porta-objetos, sendo um revestido em veludo. Há espaço para colocar objetos abaixo do console e também um fechado com saída de ventilação.

interior do Omoda E5
Omoda E5 [Auto+ / João Brigato]

O Omoda E5 ainda traz revestimento que imita madeira e elementos em metal. O problema é que os chineses ainda acham chique copiar elementos de marcas de luxo. Prova disso é que os comandos de vidros e espelhos são idênticos aos de modelos da Mercedes-Benz e isso tira toda personalidade do visual do carro.

A central multimídia é integrada visualmente ao painel de instrumentos totalmente digital com comandos touch do lado esquerdo. É o mesmo layout do CAOA Chery Tiggo 8 PHEV, tendo ótima definição nas telas e facilidade no uso do sistema. Pena que o ar-condicionado não tem comandos físicos para operação.

Espaço depende do ponto

Com piso alto por conta das baterias, o motorista sempre vai dirigir em posição mais elevada. A vantagem é que quem se senta à frente tem comandos elétricos para ajuste dos assentos. Na traseira, falta espaço. O perfil cupê rouba área da cabeça e as baterias colocam os joelhos em posição alta. Já o porta-malas leva bons 345 litros. 

A vantagem é que quem senta atrás tem o mesmo nível de acabamento da dianteira. Ou seja, muito material macio e qualidade de construção bem acima da média do segmento de SUVs compactos. Aliás, o Omoda E5 se equipara ao Jeep Renegade e ao CAOA Chery Tiggo 5X como referência nessa categoria.

Omoda E5 [Auto+ / João Brigato]

Lista completa

Oferecido em versão única no Brasil, o Omoda E5 traz de série uma lista bem recheada. Ele conta com ar-condicionado digital de duas zonas, bancos dianteiros com regulagem elétrica e memória, além de aquecimento e resfriamento, volante com ajuste de altura e profundidade, porta-malas com abertura elétrica e faróis full-LED com acendimento automático.

Há ainda central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay, retrovisores elétricos com memória, teto solar panorâmico, seis airbags, sistema de câmeras 360°, chave presencial, alerta de tráfego cruzado, alerta de colisão traseira, piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência, alerta de ponto cego e sistema de manutenção em faixa. 

Omoda E5 [Auto+ / João Brigato]

Veredicto

O Omoda E5 sai por R$ 209.990, o que o torna uma alternativa de compra a vários SUVs compactos, como o Honda HR-V Touring ou o Volkswagen T-Cross Highline lotado de opcionais. É um carro verdadeiramente sofisticado de andar e de interior. A questão é que falta um acerto final.

Com uma direção mais firme e mais responsiva, ele não deveria nada ao comportamento de um modelo europeu. O problema é que essa pegada molenga demais deixa ele com um sabor excessivamente chinês. Só falta um acerto, Omoda e Jaecoo. Mas a marca chegou agora, então é só dar um tempo.

Omoda E5 [Auto+ / João Brigato]

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