Desde 2017, o Land Rover Discovery Sport assumiu um papel muito importante dentro do grupo JLR. Ele se tornou o carro mais vendido, mesmo quando ao colocar a Jaguar na conta. Seu versatilidade o fez assumir o papel que já foi do Evoque. Mas, ele honra esse posto de rei da Land Rover?
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Nascido para suceder o Freelander e tornar a linha Discovery a porta de entrada da Land Rover, mas com opção de sete lugares, o Disco Sport é produzido no Brasil, Índia, China e Reino Unido. Seu maior argumento de vendas é oferecer espaço para uma família grande, mas sem ocupar um espaço grande nas ruas.
Entretanto, o modelo já tem uma carreira relativamente longa. Ele foi lançado em 2014, tendo completado uma década neste ano. Só que, até hoje, o Discovery Sport só teve algumas reestilizações e mudanças nada pesadas por fora. O interior, contudo, já viveu uma revolução enorme.
Modo clean
Desde que a Land Rover instaurou a abolição dos botões, o Discovery Sport seguiu à risca. O interior é bem clean e moderno, com desenho horizontalizado ditando a regra visual. Um forte retângulo de material macio separa o painel em dois andares e destaca ainda mais a central multimídia, que tem tela curva.
A limpa de botões é tão nítida, que o console central parece um tanto quanto vazio. Como a manopla de câmbio é pequena e todos os comandos ficam concentrados na central multimídia, o espaço ali ficou vazio, sendo decorado por uma superfície de plástico cinza acetinado bem sem graça.
A quebra da monotonia se dá por conta de um porta-objetos aveludado e pelos porta-copos integrados. Há ainda duas barras verticais com acabamento de aço que ajudam a trazer sofisticação. O mesmo material é usado nos puxadores de portas. Destaque ainda para as saídas de ar, que são minúsculas, aumentando ainda mais a sensação de minimalismo.
As portas contam com texturas diferentes para agradar. Você tem material emborrachado áspero na parte superior, contornos dos apoios de braço com um material com textura 3D e que parece vinil, além de uma placa imitando aço escovado. É bem montado e bonito.
Tem seus brilhos
Como se espera de um Land Rover, tudo é bem montado e tem uma textura agradável, mas o excesso, ou melhor, a falta de elementos deixou o interior minimalista demais para um carro elegante. Não chega a ser algo como a Volvo faz, trabalhando bem elementos e texturas. Fica parecendo faltar algo.
É inegável, contudo, a qualidade que a marca colocou nas telas e revestimentos de couro dentro do Discovery Sport. O painel de instrumentos totalmente digital é sublime, tendo ótima resolução, funcionamento facilitado e possibilidade de personalização da parte central.
Já a central multimídia, apesar de me desagradar o fato de a tela ser curva, merece também elogios. A qualidade gráfica é excelente, além de ter um sistema que é intuitivo e fácil de mexer. Todos os controles são conjugados nela, o que poderia ser muito irritante, mas vários atalhos e gestos ajudam a sentir menos falta dos botões.
Depende de quem
O quesito espaço interno é um assunto delicado ao Land Rover Discovery Sport. Confesso que esperava algo mais generoso aos que não se sentam na primeira fileira, mas dá para o gasto. O motorista tem regulagens plenas de volante e banco, permitindo que o assento fique verdadeiramente baixo, se assim necessitar.
A regulagem é feita de maneira elétrica, trazendo ainda ajuste de lombar. Já quem fica na segunda fileira tem acesso a um espaço bom, mas já vi SUVs médios como Volkswagen Taos e GWM Haval H6 tratando melhor a segunda fileira. Quem senta ali, ainda tem acesso a carregar USB e saídas de ar na coluna.
Outra regalia é poder ajustar o encosto do banco em várias posições e correr o assento sobre trilhos, com o objetivo de aliviar a vida de quem vai na terceira fileira ou apertar o coleguinha lá atrás. Até porque, toda ajuda, nessa terceira fileira, é bem-vinda. Afinal, o espaço é apertado.
A terceira fileira é naturalmente apertada em vários carros, mas o Land Rover Discovery Sport não parece que nasceu para ter esse espaço extra. O piso é muito elevado, deixando quase nenhum espaço para as pernas. Sem contar que os pés não entram debaixo do banco da fileira seguinte.
Há outra questão, a Land Rover instalou um porta-copos bem onde ficaria o pé do passageiro, prejudicando ainda mais o espaço escasso. Há saídas de ar lá atrás, além de botões para automaticamente dobrar a segunda fileira. O porta-malas, de abertura elétrica, leva 454 litros com cinco lugares ou 157 litros com sete assentos apostos.
Flex da cachaça
Seguindo a receita básica de todo Jaguar Land Rover no Brasil, o Discovery Sport é equipado com motor 2.0 Ingenium quatro cilindros turbo. Contudo, a diferença é que ele é flex. No acerto para o nosso mercado, ele entrega 249 cv e 37,2 kgfm de torque, com um consumo assustador.
Oficialmente são 4,9 km/l na cidade com etanol e 6,2 km/l com o mesmo combustível, mas na estrada. Já com gasolina ele marca 7 km/l na cidade e 8,6 km/l na estrada. Durante nossos testes, ele não passou de 8 km/l, tanto na estrada, quanto na cidade. É, verdadeiramente, um beberrão.
Entretanto, ele entrega boa performance. O motor 2.0 flex é bem relacionado com a transmissão automática tradicional de nove marchas. São trocas rápidas e imperceptíveis, agraciadas por reações praticamente instantâneas ao acionar o pedal do acelerador com mais afinco.
Na estrada, ele consegue retomar com muita facilidade, mesmo carregado, dando a impressão de ter números de performance melhores do que de fato tem. Só que o detrimento claro disso é o consumo alto. Vale destacar ainda que ele traz tração nas quatro rodas com acionamento automático.
Beleza inglesa
A inerente elegância britânica do Land Rover Discovery Sport faz com que o SUV rode como um lorde. Ele é confortável na medida certa, absorvendo impactos fortes do asfalto e lidando com superfícies ruins sem o menor problema. Isso tudo sem ser molenga ou chato de andar.
A suspensão é robusta, enquanto a direção é firme na medida certa. Como o isolamento acústico interno também é outro destaque, você tem no Discovery Sport, um carro que é fácil de rodar por muitos quilômetros sem cansar. Destaque ainda para os sistemas de auxílio a condução que são bem calibrados.
Já que é de luxo…
Como o Land Rover Discovery Sport passou a ser vendido no Brasil em verão única, a SE Dynamic, a JLR tratou de equipar fortemente o SUV de sete lugares. Ele traz de série itens como sete airbags, chave presencial, faróis full-LED com assistente de luz alta e teto solar panoâmico.
Há ainda alerta de mudança de faixa, piloto automático adaptativo, sistema de manutenção em faixa, sistema de câmeras 360, chave presencial, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, controle de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa e de descida, tração 4×4 e ar digital de duas zonas.
Veredicto
O Land Rover Discovery Sport pode ser visto como uma espécie de Toyota Corolla da marca britânica, só que sem a mesma confiabilidade. Ele não é um carro de grandes destaques, mas não tem nenhum grade problema que afaste um comprador. O problema é que ser apenas ok custando R$ 448.450.
No final das contas, ele poderia ser mais luxuoso ou ter mais espaço, além de beber menos. Entretanto, não é uma compra desaconselhável a quem busca um carro de luxo de sete lugares e não está afim de dirigir uma jamanta. Aliás, nesse quesito, se encaixa perfeitamente.
Você teria um Land Rover Discovery Sport? Conte nos comentários.
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