Tchau L200?

Mitsubishi Triton 2025 não abandona o que foi a L200 | Impressões

Nova geração da Mitsubishi Triton, agora sem o nome L200, muda radicalmente, mas mantém alguns pontos de sua essência

Mitsubishi Tritoan Katana branca com detalhes pretos com uma ambulância estacionada ao fundo
Mitsubishi Triton Katana [Auto+ / João Brigato]

Atualmente podemos dividir o segmento de caminhonetes em alguns grupos. Toyota Hilux e Mitsubishi L200 Triton são as caminhonetes da terra e do trabalho pesado. A Volkswagen Amarok é a rainha da estrada, enquanto a Ford Ranger é a referência a ser batida. Enquanto Nissan Frontier e Fiat Titano correm por fora.



Por isso, o peso da renovação de qualquer uma dessas caminhonetes é gigantesco. É preciso manter seu legado, ou tentar renovar totalmente para bater a Ford Ranger? No abandono do nome L200 e no compartilhamento de tecnologias com a Nissan Frontier, a nova Mitsubishi Triton manteve sua essência ou foi para algo totalmente diferente?

Casamento entre amigos

Algo que sempre foi bom na Mitsubishi L200 é o casamento entre motor e câmbio. Era um receio de que a comunicação entre os pares pudesse se perder na nova geração. Afinal, estamos falando de uma caminhonete que recebeu um novo motor e um câmbio totalmente diferentes de antes. 

motor 2.4 turbo diesel da Mitsubishi Triton
Mitsubishi Triton Katana [Auto+ / João Brigato]

Debaixo do capô, ela conta com um 2.4 quatro cilindros twin-turbo diesel. Esse motor traz uma turbina para baixas rotações e outra para altas, trabalhando em conjunto em alguns momentos. Ele é casado a uma transmissão automática de seis marchas cujo resultado é ainda melhor do que antes.

Os 205 cv e 47,9 kgfm de torque parecem mais do que de fato são. A Triton acelera com ímpeto e força, além de ter uma leveza de conjunto que surpreende. O câmbio acorda rápido, fazendo reduções sempre que solicitado e sem baixar o giro mais do que deveria quando andando em regime mais tranquilo.

Mitsubishi Triton Katana branca estacionada em um gramado de traseira com detalhes pretos
Mitsubishi Triton Katana [Auto+ / João Brigato]

Monstro

Um dos pontos que mais me surpreendeu nesse evento de lançamento com cerca de 1.000 km rodados foi a valentia da Mitsubishi Triton no off-road. Ela é um monstro. Enfrentamos uma pedreira com subidas bem íngrimes e caminhos tortuosos nos quais algo menos off-roader que um Jeep Wrangler não passaria.

E a Triton foi. Com valentia e sem medo. Além de usar os pneus de uso misto (mais voltado para asfalto) que ela sai de fábrica! Foi preciso só engatar a tração 4LLc que a multiplicação da força foi sentida, com ela se movendo mais lenta, mas com uma força de um trator, vendendo cada pedra que apareceu no caminho.

Mitsubishi Triton Katana branca com detalhes pretos com uma tenda vermelha da Mitsubishi ao fundo
Mitsubishi Triton Katana [Auto+ / João Brigato]

Quando a situação ficou tensa, o diferencial traseiro pôde ser bloqueado para transpor momentos em que ela se movia somente com duas rodas com contato no solo. Há muitos recursos eletrônicos e mecânicos que ajudam bastante. 

Raízes presentes

Um dos pontos que chamou atenção logo nos primeiros metros é que a Mitsubishi Triton ainda é uma caminhonete que pula. Ela ficou mais amigável com a convivência diária, sendo menos saltitante que Toyota Hilux e Fiat Titano e bem próxima da Volkswagen Amarok, mas ainda não no nível da Ford Ranger.

Mitsubishi Triton Katana branca estacionada em um gramado de traseira com detalhes pretos
Mitsubishi Triton Katana [Auto+ / João Brigato]

A suspensão foi pensada para trabalhar no conforto, o que resulta em boas absorções de impactos no solo e uma estabilidade boa. Mas, relevos de solo e buracos a farão pular. A Mitsubishi adotou direção elétrica, o que melhorou (muito) o comportamento da Triton. Ela está mais na mão e rápida.

Nova referência

Agora se há um ponto no qual a Mitsubishi Triton 2025 se torna a nova referência é em qualidade do interior. A Ranger impressiona pelas telas, mas a qualidade dos plásticos e, especialmente do couro, não chega aos pés da Mit. A japonesa usou revestimento de marcas premium nos bancos, volante e painel.

interior da Mitsubishi Triton Katana
Mitsubishi Triton Katana [Auto+ / João Brigato]

O visual horizontalizado também contribuiu muito para essa sensação de refinamento. Tal qual a Ford, a Triton tem revestimento macio no painel e nas portas. Ela traz porta-luvas duplo maior do que a da rival e console central com mais espaço para objetos, além de descanso de braço central mais confortável.

O que destoa da modernidade é o fato de que a Mitsubishi pegou emprestado itens da Nissan que já não são modernos. O painel de instrumentos é o mesmo da Frontier. É bem feito, cheio de recursos, mas já deu o que tinha que dar, além de não ser digital. Já a central multimídia, também usada por Kicks, Versa e Frontier, deixa a desejar.

central multimídia da Mitsubishi Triton Katana
Mitsubishi Triton Katana [Auto+ / João Brigato]

Com o Android Auto ou Apple CarPlay conectados (pode ser até sem fio), o funcionamento é redondo. Mas a interface da central é confusa, além de parecer travar o tempo todo. Merecia um sistema novo, já que é para usar algo compartilhado com a Nissan. A chave presencial também veio da fabricante do Kicks.

Veredicto

Bem equipada (confira a lista de itens de série aqui) e com preço tabelado entre R$ 249.990 e R$ 329.990, a Mitsubishi Triton chegou mais barata que sua antecessora e verdadeiramente melhor. É parruda, bruta e especialmente boa no off-road. Além disso, tem números que não entregam 100% o que ela oferece.

Mitsubishi Triton Katana [Auto+ / João Brigato]
Mitsubishi Triton Katana [Auto+ / João Brigato]

É nítido que a Mitsubishi Triton está uma geração à frente de suas rivais. Foi uma evolução nítida e forte que a marca japonesa fez. Para quem valoriza a robustez no off-road e a brutalidade que ela herda da L200, abrace sem medo. Ela se torna hoje uma nova referência no segmento. O que complica é que a Ranger parece estar duas gerações à frente das outras e uma além da Triton. 

Você teria uma Mitsubishi Triton? Conte nos comentários.


Leia mais: