![Mini Countryman Cooper SE [divulgação] Mini Countryman Cooper SE [divulgação]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2021/04/Mini-Countryman-Cooper-SE-11_edited-990x556.jpg)
Eu sei, a eletrificação dá medo. Pensar que os carros a combustão que tanto amamos chegarão ao fim em breve é algo dolorido para quem gosta de carro. Ainda mais em modelos emblemáticos e esportivos como os da Mini. Mas calma que o Countryman Cooper SE mostra que essa eletrificação pode não ser tão ruim assim.
Até 2030 a Mini se tornará uma marca de carros 100% elétricos. Então esqueça dos modelos John Cooper Works com 306 cv emitindo um ruído grosso pelo sistema de escape. Daqui para frente será silêncio total. Porém isso vai tirar o espírito Mini? Já adianto: não. Pelo menos na eletrificação parcial do Countryman Cooper SE de R$ 289.990.
Grudado na tomada
A grande questão sobre os carros da Mini nunca foi a potência de números invejáveis. Eles são carros bons de dirigir. Que entregam muita diversão ao volante, até mais do que suas dimensões compactas deveriam permitir.
Com assistência elétrica, ela é excessivamente pesada nas manobras, fazendo parecer que o Countryman é um mamute de 3 toneladas. Enquanto, na realidade, ele tem 1.715 kg – próximos aos de um Renegade diesel. Já em velocidade, o peso se ajusta à condução mais esportiva do SUV compacto.
Combinados e divididos
Isso tudo é auxiliado também pelo sistema de tração integral ALL4. Diferentemente de outros Mini, no entanto, a força nas quatro rodas só é possível porque o motor elétrico é instalado na traseira. Já o motor a combustão impulsiona apenas as rodas dianteiras.
O torque do motor elétrico é entregue na hora como se uma luz fosse acesa. Não é uma patada violenta como o torque das versões JCW, mas ainda assim forte o suficiente para tirar um sorriso do rosto. Com o pé no porão, os dois motores entregam o máximo de potência e torque para chegar aos 100 km/h em 6,8 segundos.
Vale lembrar que o Countryman híbrido tem diversos modos de condução diferentes. Para o carro como todo, existem as opções Green (reações dos pedais mais mansas e ar-condicionado com eficiência reduzida), Mid (normal) e Sport (uso dos motores combinados a todo tempo).
Gerenciamento de forças
Vale ainda destacar a suavidade da transmissão automática de seis marchas do Countryman. Ela a todo tempo trabalha com suavidade e não se faz presente na condução do SUV compacto híbrido. Mesmo em ritmos mais fortes, a transmissão faz trocas rápida e praticamente não perceptíveis.
Retrô chique moderninho
Na linha 2021, o Mini Coutryman passou por mudanças visuais que deixaram o SUV mais moderno visualmente. Ele ganhou novos para-choques e a grade frontal perdeu a cara de bulldog triste. É ainda um estilo ame ou odeie, mas não há como negar ser icônico por relembrar o Cooper do Mr. Been.
Na traseira, as lanternas com desenho da bandeira britânica são um charme à parte. Mas há de notar os exageros da versão Cooper SE. O emblema elétrico na traseira é grande demais, assim como o bocal de abastecimento elétrico na lateral. Acaba por chamar atenção em excesso para algo que era para ser somente um detalhe.
Outro ponto é a central multimídia instalada em um gigantesco círculo no centro do painel. A ideia era remeter ao velocímetro central do Mini original. Mas a tela ficou relativamente pequena e há muitos elementos plásticos em torno sem função. Penalidade também para a central por ser confusa de mexer e ter GPS com mapas bagunçados.
Pena por ter uma tela de ótima definição e boa velocidade de atuação. Outra falta é não ter Android Auto. Essa era uma falha que os carros da BMW também compartilhavam, mas que foi sanada recentemente. Do lado tecnológico ainda há painel de instrumentos totalmente digital que acompanha o volante nos ajustes.
Em questão de acabamento, o Countryman entrega esmero e muito cuidado. Há várias superfícies macias ao toque e couro em diversas partes do painel. Ponto positivo para os bancos confortáveis e com costuras tipo diamante, que acrescentam requinte.
Lá atrás o espaço é apenas suficiente, mas melhor que outros carros da Mini. O lado familiar fica por conta da inclinação ajustável do assento traseiro em diversas posições. Porta-malas de 405 litros é grande e conta com abertura elétrica. O funcionamento da abertura por aproximação é fácil e funciona na grande maioria das vezes.
Topo do top
Avaliado na versão topo de linha Cooper SE Top, que fica abaixo apenas da esportiva John Cooper Works, esse Countryman vem lotado de itens de série. Estão lá os faróis full-LED, sensor de chuva e luminosidade, chave presencial, teto panorâmico, bancos dianteiros elétricos com aquecimento, retrovisor elétrico, câmera de ré e sensor de ré.
Por ser um carro tão caro e concorrer diretamente com o Volvo XC40, que também é híbrido, algumas coisas fizeram falta. O Countryman poderia ter piloto automático adaptativo ou algum outro recurso de segurança ativa além da frenagem de emergência. Já um sensor de estacionamento dianteiro, apesar de suas dimensões contidas, também poderia fazer parte do pacote.
![[Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2021/04/Mini-Countryman-Cooper-SE-12_edited-750x450.jpg)
Veredicto
Divertido de dirigir, com interior esmerado e com consumo de carro popular, o Mini Countryman Cooper SE Top mostra que o futuro não é tão ruim assim quanto se pensa. Ele ainda mantém o espírito da marca e entrega sorrisos no rosto do motorista tal qual um Cooper entrega.
O que esbarra na vida do Countryman é seu preço. Quase R$ 300 mil por um modelo menor e menos equipado que um Volvo XC40 híbrido é um tanto quanto complicado. O Mini é uma escolha melhor se a diversão ao volante é prioridade máxima. Agora se a escolha é por um SUV híbrido, melhor olhas na concessionária escandinava.
>>Mini Cooper SE elétrico já está em pré-venda por R$ 239.990
>>Comparativo: A35 AMG e Clubman JCW na disputa dos 306 cv
>>Avaliação: Mini Clubman JCW não é o tipo tradicional de perua, ainda bem