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Passados cinco anos desde seu lançamento no Brasil, o Jeep Renegade ajudou a pavimentar o segmento de SUVs compactos que se tornou uma verdadeira febre. Entretanto, enquanto alguns de seus rivais preferem o ambiente urbano e têm apenas tração dianteira, o Renegade conta com versões diesel com tração 4×4 e aptidão verdadeira para o off-road.
Com isso em mente, colocamos o Jeep Renegade Traihawk, versão mais cara e com maior quantidade de recursos off-road, em uma trilha no interior de São Paulo para provar de uma vez por todas: o Renegade é um Jeep de verdade ou mais um SUV de shopping?
A princípio, a trilha em Salesópolis, interior de São Paulo, próximo a Mogi das Cruzes, poderia receber modelos com tração 4×2 apenas, porém a chuva do dia anterior e a garoa fina que caia durante todo o dia criou um verdadeiro lamaçal pronto para testar as habilidades off-roads do Renegade Trailhawk.
Equipado com motor 2.0 MultiJet II quatro cilindros turbo de 170 cv e 35,7 kgfm de torque, as versões diesel são uma alternativa bastante interessantes a quem quer fugir da letargia e da sede das versões flex do Renegade. Como bônus, os modelos diesel contam com tração nas quatro rodas e uma valente transmissão automática de nove marchas.
Na prática, esses atributos fazem uma boa diferença para deixar o Renegade mais parrudo e apto ao off-road. O início da trilha contava com terra batida e poucas dificuldades, por ali, um SUV 4×2 passaria tranquilamente. Mas no Renegade havia uma surpreendente dose de conforto: a suspensão macia sabe muito bem absorver imperfeições do solo sem levar solavancos à carroceria ou ao corpo do motorista.
Tobogã de lama
Ao adentrar cada vez mais na natureza, o terreno foi apresentando diversas alterações de superfícies que permitiram testar melhor o controle eletrônico de modo de condução. Em uma subida íngreme e lamacenta, a tração 4×4 entrou em ação mesmo com o seletor em modo automático. O Renegade não perdeu a compostura e nem precisou de velocidade para superar o desafio.
Em estradas vicinais, havia uma mistura tensa de pedras, cascalho e terra batida, vez ou outra misturada com lama e poças barrentas, as quais o Renegade fez questão de enfrentar. Com pneus de uso misto 215/60 R17, ele passava com velocidade por esses caminhos sem que a carroceria vibrasse ou a suspensão trabalhasse com barulho.
Isso tem como objetivo enviar rapidamente força para as rodas com maior tração e evitar que o SUV compacto atole. Na descida, o HDC (Hill Descendent Control ou controle automático de descida) foi ativado, mas funcionou em vão. Com ele, a traseira do Renegade começava a escorregar, fazendo com que o pequeno Jeep começasse a querer girar em seu próprio eixo.
Pé forte no acelerador, tentando provocar um atoleiro, mas o Renegade soube ser gentil, mesmo com o motor querendo girar forte, mantendo a aceleração constante para vencer a subida lamacenta tal qual alguns de seus rivais fazem nas rampas de estacionamento asfaltadas dos shoppings. Não atolou, mas a foi preciso braço para segurar a traseira que quis derrapar de um lado para o outro.
Ao todo foram mais de três horas de trilha com terra seca, lama, cascalhos, pedras e trechos debaixo de chuva. Poderia ser uma viagem mais cansativa em carros com foco total no off-road como Troller T4 ou Suzuki Jimny, mas o Jeep Renegade Trailhawk também foi pensado para um uso mais familiar.
Os bancos revestidos em couro acomodaram bem as costas e a suspensão macia evitou que solavancos mais fortes tornassem a viagem extremamente cansativa. Além de todo esse trecho off-road, o Renegade ainda encarou 300 km de estradas pavimentadas de alta velocidade com o mesmo conforto, mostrando sua versatilidade.
A ideia de um SUV era, a princípio, reunir capacidade off-road a um rodar mais civilizado e possível na cidade. São poucos os modelos que são capazes de viver nessas duas realidades simultaneamente, mas o Renegade Trailhawk é um deles.
Por R$ 158.290 ele é o SUV compacto mais caro de sua categoria, mas também é o único que irá onde todos os seus rivais vão e também a locais onde, a exceção do Jimny e do T4, nenhum outro modelo desse porte terá coragem de sujar seus pneus.
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