
Fazia muito tempo que um carro vendido no Brasil não era unânime, como é a Ford Ranger. Dentro do segmento de caminhonetes médias, ela é a melhor da categoria sem a menor dúvida. É algo que chega a humilhar a concorrência, especialmente frente a uma novata que chegou aí. Mas a Ranger Raptor, é outra história.
Nascida na F-150, a versão Raptor tem como objetivo fazer o Ford que recebe essa grife rodar em altíssima velocidade na terra ou no asfalto. Era receio de muitos que a fórmula fosse diluída na Ranger, sendo que a geração passada não havia empolgado tanto. Mas essa, mesmo custando R$ 466.500, vale cada centavo porque é capaz de fazer coisas quem só dois carros com valor próximo fariam.
Demônio da terra
Equipada com motor 3.0 V6 biturbo a gasolina, a Ford Ranger Raptor é a caminhonete mais rápida do Brasil. São 397 cv e 59,4 kgfm de torque que a colocam a 100 km/h em 5,8 segundos. E não é só no asfalto, ok? É em qualquer superfície. É um número de aceleração igual ao Honda Civic Type-R, mas ela faz isso na terra.
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Chega a ser insano ver uma caminhonete de 2.400 kg e 5,36 m de comprimento acelerando tão rápido quanto carros verdadeiramente esportivos e com metade do peso. Para gerenciar essa força toda, ela conta com transmissão automática de dez marchas, que é a mesma das outras Ranger, mas com acerto especifico para a Raptor.
As trocas são muito rápidas, sendo as relações de marcha bem curtas, fazendo com que a Ranger Raptor engula as marchas rapidamente mesmo em uma condução mais pacata. Parece, em muitas vezes, um câmbio CVT tamanha suavidade. Mas basta pisar forte que ela se transforma.
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Com acelerações brutas e fortes, o câmbio passa a trabalhar com marchas mais baixas e trocas com maior feedback. É uma patada seguida da outra, em completo contraste ao comportamento manso que a Ranger Raptor consegue ter ao ser conduzida de maneira mais contida.
Sinto muito
O comportamento de suspensão da Ford Ranger Raptor é o que mais merece elogios. A caminhonete conta com nova suspensão dianteira Double-Wishbone e traseira Watts link. As molas foram colocadas para fora do chassi, mantendo o layout da Ranger diesel. Além disso, tem amortecedores Fox com 500 leituras por segundo.
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Como resultado, você tem uma picape extremamente estável nas curvas, que chega perto do comportamento de um SUV esportivo, afinal, ainda é um carro grande. Ao mesmo tempo que ela ignora toda e qualquer superfície ruim. Lombada? Ela nem vê. Buraco na via? Não existe para a Raptor.
Com ela na terra, a suspensão absorve tão bem as irregularidades que te engana pensando estar andando no asfalto. É de grande auxílio para esses momentos a câmera frontal e os modos de condução que se adaptam a cada tipo diferente de superfície, indo de terra e lama, até subida de pedras e pisos escorregadios.
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Cada dia, uma Ranger
No volante, o motorista da Ranger Raptor, consegue configurar a atuação da suspensão em três modos diferentes (normal, sport e off-road), da direção em três opções (comfort, sport e normal), enquanto o escapamento tem quatro variantes (silencioso, normal, sport e baja), mas é óbvio que ficou em baja todos os dias.
Nesse último modo, o painel da Ranger mostra a mensagem para usar apenas em off-road, pois, de fato, é bem barulhento. Mas a graça de andar em um carro desses é chamar atenção ao máximo. E pode ficar tranquilo que você será sempre visto no posto de gasolina.
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Tanto porque é divertido ficar acelerando a Raptor para ouvir o ronco do V6, quanto pelo fato de o consumo ser ruim. Na vida real, ela fez 5,3 km/l na cidade e 8,2 km/l na estrada. Oficialmente a Ford declara 8,3 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada, mas ela não faz isso nem dirigindo de boa.
Acima de quem está acima
Se no comportamento dinâmico a Ford Ranger Raptor se mostra muito à frente das rivais e até que a própria Ranger, no acabamento interno é a mesma coisa. O buraco inútil nas versões diesel deu lugar a um porta-copos e a falta de forro no porta-objetos abaixo do banco traseiro foi solucionado.
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Além disso, a caminhonete média recebeu acabamento melhorado, com partes mais macias nas portas e painel. Pena que o couro dos bancos seja absurdamente artificial com aspecto de bolsa de procedência duvidosa da 25 de março. Um contraste frente ao couro do volante, que é de qualidade.
A montagem da cabine é boa e os plásticos usados são de qualidade. Ela conta com bancos com regulagem elétrica, incluindo ajuste de altura para o passageiro. Há ainda volante com regulagem de altura e profundidade. Outro diferencial é a presença de seis botões extras no teto para ativar acessórios colocados depois.
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Há muitos porta objetos grandes e espaço de sobra para celular, com direito a carregamento por indução e entradas USB do tipo normal e tipo C. Atrás, os passageiros contam com mais espaço que a média da categoria, além de entradas USB e saída de ar.
Exemplo tecnológico
A estratégia para a Ford Ranger no Brasil é bem interessante. Todas as versões contam com painel de instrumentos totalmente digital e central multimídia vertical. A da Raptor é a combinação das telas grandes, que vinha, até então, só na Limited com pacote.
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O painel de instrumentos de 12,3 polegadas tem um belo visual com gráficos de carro elétrico, animações interessantes e muitas funções. Ele acompanha a central multimídia de mesmo tamanho, que tem tela com ótima definição e bons gráficos, mas um tanto quanto trabalhosa de encontrar funções especificas.
Pelo menos a Ford deixou comandos físicos para o ar-condicionado e algumas funções do som, ao invés de conjugar todas com a tela. Há também botões no console central que ajudam bastante a acessar funções rápidas, como desligar o irritante start-stop, os controles de tração e até ativar os medidores off-road.
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Por falar em tecnologia
Situada como versão mais cara da Ford Ranger e alternativa para carros de luxo, ela é bem completa. Conta com sete airbags, controle de tração e estabilidade, sistema de câmeras 360º, alerta de ponto cego, frenagem autônoma de emergência, farois full-LED com acendimento automático e luz alta automática.
Além disso, conta com chave presencial, ar-condicionado digital de duas zonas, piloto automático adaptativo, sistema de manutenção em faixa, controle de largada, bancos dianteiros com aquecimento, retrovisor elétrico com rebatimento, start-stop e central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio.
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Veredicto
Insanamente rápida em qualquer superfície, a Ford Ranger Raptor é o tipo de carro que satisfaz quem quer um esportivo e quem quer um veículo off-road muito capaz. Bebe demais e custa mais caro do que devia, mas é o tipo de carro mais versátil que você encontrará com uma verdadeira pegada esportiva. E ainda é melhor que a melhor caminhonete média á venda no Brasil.
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