Se você deseja um funcionário que não reclama nem pede aumento de salário a cada mês, a Fiat Toro Endurance T270 é a versão de entrada, pau para toda obra, que transmite a disposição de quem acabou de conquistar um novo emprego.
A Fiat pode se vangloriar da tradição no segmento de caminhonetes, embora a Titano, derivada da Changan Kaicene, lançada em 2019, e da Peugeot Landtrek, em 2020, ainda não tenha conquistado o seu lugar ao sol em meio à Ford Ranger, Chevrolet S10 & cia.
Nascida a partir da arquitetura Small Wide, compartilhada com os Jeep Compass, Commander e Renegade, além da Ram Rampage, a Fiat Toro transmite um comportamento de SUV associado à versatilidade da caçamba.
Cara nova e cabine
A estética da Fiat Toro foi atualizada na linha 2024, sendo a principal mudança na parte externa a padronização da grade do radiador, agora exibindo o visual das versões Ranch e Ultra em toda a gama. Anteriormente, essa peça exibia filetes horizontais com o logo do fabricante menor.
Com um estilo exterior mais simples em relação às configurações Freedom, Volcano, Ranch e Ultra, a Endurance exibe acabamentos em plástico sem pintura nos para-choques, nas capas dos retrovisores e nas maçanetas das portas.
As rodas de aço de 16” são encobertas por belas calotas e calçam pneus Bridgestone Dueller H/T 684 II de medidas 215/65.
Nos desafios das dimensões, os 4,94 m de comprimento, 1,84 m de largura, 1,67 m de altura e 2,98 m de entre-eixos colocam a caminhonete da Fiat um degrau acima da Chevrolet Montana Premier (4,71 m, 1,79 m, 1,65 m e 2,80 m, na ordem) e da Renault Oroch Outsider (4,71 m, 1,83 m, 1,63 m e 2,82 m, respectivamente).
Essas proporções beneficiam a habitabilidade e, por ser uma versão de entrada, é sem firulas. O acabamento interno é espartano, mas utiliza plásticos texturizados de boa qualidade, com peças bem encaixadas e sem rebarbas aparentes, além de exibir no painel um acabamento imitando aço escovado.
Os bancos são revestidos em tecido (o do motorista com ajuste de altura) e a ergonomia é beneficiada pela coluna de direção regulável em altura e profundidade – a da Oroch Outsider apenas em altura e a Chevrolet Montana Premier, assim como a Fiat Toro Endurance, oferece os dois ajustes da coluna de direção.
Quem viaja atrás na Fiat Toro dispõe de bom espaço para as pernas e os joelhos devido aos quase três metros de entre-eixos, e a inclinação do banco traseiro não cansa após longas viagens. Para ninguém ficar sem carga, há uma entrada USB-A, que se complementa às frontais do tipo USB-A e USB-C.
O que mais a Fiat Toro Endurance oferece?
Por iniciais R$ 146.990, o pacote de série da Fiat Toro Endurance T270 é bem recheado e inclui ar-condicionado manual, multimídia de sete polegadas com Apple CarPlay e Android Auto sem fio, quadro de instrumentos totalmente digital de sete polegadas, sensor de marcha à ré, controlador de velocidade e vidros elétricos com função um toque nas quatro portas, para citar.
Quem procura por uma picape está interessado na capacidade volumétrica da caçamba, e a da Fiat Toro Endurance, com capota marítima de série, possui 1,31 m de comprimento, 1,37 m de largura e 562 mm de altura.
O compartimento oferece uma capacidade volumétrica de 937 litros e de carga de 750 kg, sendo o acesso facilitado pelas duas portas traseiras, porém, exigindo um espaço extra para realizar a abertura.
Para comparar, na irmã menor Fiat Strada Endurance Cabine Plus estão disponíveis 1.354 litros e 720 kg, enquanto na Titano Endurance são 1.314 litros e 1.020 kg. Ainda falando da caçamba, o compartimento de carga da Chevrolet Montana Premier acomoda 874 litros e 600 kg, bem como a Renault Oroch, 638 litros e 650 kg (680 kg na versão Pro voltada ao trabalho).
Motor 1.3 turbinado
A Fiat Toro Endurance esconde sob o capô o propulsor de quatro cilindros 1.3 16V turbo e injeção direta (T270) conectado ao câmbio automático de seis marchas para render até 185 cv e 27,5 kgfm quando abastecido com etanol. Um conjunto conhecido e também aplicado nos utilitários esportivos da Jeep, por exemplo.
Com pouco turbolag (atraso antes de o turbocompressor pegar para valer), a entrega do desempenho aparece acima das 1.700 rpm, fazendo essa caminhonete monobloco andar com desenvoltura, e o desempenho é auxiliado pelo trabalho eficiente da transmissão automática.
Em comparação aos antigos motores 1.8 e 2.4 Tigershark, ambos naturalmente aspirados, o ganho em desempenho é um capítulo à parte na Fiat Toro T270.
A sensação ao volante é de estar a bordo de um SUV, seja pela capacidade de acelerar (relação peso x potência de 8,9 kg/cv) quanto pela dinâmica, sem o pula-pula característico da construção de carroceria sobre chassi ao andar descarregada. Menos robusto, sim, porém, transmitindo um conforto maior ao trafegar na cidade ou ao transpassar buracos e remendos no asfalto.
Essa impressão de utilitário esportivo também fica evidente pelo conforto acústico do tratamento da cabine e do baixo ruído produzido pelo motor turbinado de quatro cilindros, que prioriza os baixos giros permitindo rodar com a Fiat Toro Endurance T270 na maior parte do tempo com o motor cheio e em torno das 1.750 rpm.
Ao pressionar meio curso do pedal do acelerador, o câmbio reduz três marchas, pulando da sexta para a terceira, enviando fôlego para realizar ultrapassagens seguras na estrada.
Quem preferir uma pitada a mais pode acionar a tecla Sport, responsável por deixar mais breves as respostas ao pedal do acelerador ou fazer trocas sequenciais pela alavanca seletora de marchas.
A dinâmica é garantida pelas suspensões McPherson à frente e Multilink atrás, oferecendo uma equação entre maciez e firmeza, que não deixa a carroceria rolar além da conta nas curvas.
Na cidade, a tarefa de proporcionar conforto aos ocupantes também é mérito dos pneus majoritariamente on-road da Bridgestone Dueller H/T 684 II com perfil 65.
A direção eletricamente assistida é leve ao esterço, com o peso correto ao andar acima dos 80 km/h, mas o raio de giro de 12,2 m poderia ser melhor para facilitar na tarefa de manobrar em locais apertados.
Em contrapartida, o bom ângulo de entrada de 24,5º evita que a dianteira raspe com facilidade em lombadas ou valetas, enquanto os freios a disco na dianteira têm 305 mm e os tambores no eixo traseiro possuem 254 mm, garantindo frenagens eficientes.
Caso algo dê errado, a Fiat Toro Endurance T270 vem equipada com controle eletrônico de estabilidade, seis airbags (frontal, lateral e de cortina), sinalização de parada de emergência (ESS) e assistente de partida em aclives.
O pacote ainda contempla isofix para fixação de bancos infantis e TC+ (controle de tração avançado), que ajuda a vencer obstáculos em terrenos irregulares transferindo a força para a roda que está em contato com o solo.
Veredicto
A configuração Endurance T270 é a porta de entrada para a Toro. Por R$ 146.990, ela oferece um pacote de série interessante, assim como uma condução esperta pelo casamento do propulsor 1.3 16V turbinado (T270) ao câmbio automático de seis marchas.
Ela pode ser mais cara que a também versão de trabalho Renault Oroch Pro (R$ 118.490), porém, entrega mais equipamentos e uma caçamba maior, o que é um fator decisivo de compra no segmento de caminhonetes.
Para quem deseja um utilitário sem firulas e não quer partir para um modelo médio, como a Ford Ranger, a Chevrolet S10 ou a Fiat Titano, a Toro é uma alternativa. Afinal, ela transmite versatilidade somada à condução de utilitário esportivo.
Qual a sua opinião sobre a Fiat Toro? Teria essa picape ou prefere os modelos compactos e médios? Escreva a sua opinião nos comentários!