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Ela foi o carro mais vendido do país por quatro anos!

Fiat Strada Ultra passa do limite do preço? | Avaliação

Testamos a Fiat Strada Ultra, que tem motor turbo de 130 cv e câmbio automático. Ela custa R$ 144.990, mas vale a pena sua compra?

Fiat Strada Ultra branca, vista de frente e com mato ao fundo
Fiat Strada Ultra T200 CVT [Auto+/ Felipe Yamauchi]

A Fiat Strada conseguiu um feito raro: ser uma caminhonete e liderar o ranking geral de vendas de carros no Brasil durante quatro anos seguidos. No seu portfólio, existem diversas versões e a Ultra é uma das mais caras. Tem motor turbo flex, câmbio automático do tipo CVT e mais destaques. Mas, ela vale a pena? Ou ficou cara demais pelo que oferece?

Simples, mas atrativo

Em primeiro lugar, vamos falar do desenho. De todas as vezes que a Fiat mudou sua caminhonete compacta, a segunda geração é com certeza a que tem o desenho mais bem resolvido. Hoje, ela tem personalidade própria. Na versão Ultra, traz adereços exclusivos e se diferencia da variante Ranch.

Um dos principais destaques é a faixa vermelha na grade. Aliás, esta tem pintura escurecida que contrasta e dá um ar mais robusto em conjunto com o tom branco Banchisa, que é sólido. Ainda combinam para um visual mais off-road, as molduras dos faróis de neblina, o skid plate cinza no para-choque, as caixas de rodas salientadas na carroceria e mais itens.

Fiat Strada Ultra branca vista lateralmente e com detalhes escuros
Fiat Strada Ultra T200 CVT [Auto+/ Felipe Yamauchi]

Contudo, na lateral temos um ponto a se observar. Ainda que a Fiat Strada Ultra seja um modelo bastante cotado para andar nas vias mal-cuidadas, ter o degrau lateral não ajuda muito. Ela não é um carro tão alto para que precise desta peça e ela pode sujar sua vestimenta.

Já as rodas de liga leve de 16 polegadas escurecidas dão um charme para a caminhonete compacta. Sua linha de cintura é alta e o acesso a cabine é simples e as portas não são pesadas. Na traseira, a tampa da caçamba é leve e tem bom ângulo de abertura. A caçamba é revestida de um material escurecido e possui capa protetora. Tem ainda um degrau, para que o condutor consiga arrumar a carga com mais facilidade.

Tem um porém

Falando em medidas, a Fiat Strada Ultra possui 4,44 m de comprimento, 1,73 m de largura (sem os espelhos), 1,60 m de altura (com o rack de teto) e 2,73 m de entre-eixos. A altura em relação ao solo é de 18,5 cm. O ângulo de entrada é de 23° e o de saída é de 29°. A caçamba acomoda 844 litros ou 650 kg.

Caçamba revestida da Fiat Strada Ultra coberta com capa preta
Fiat Strada Ultra T200 CVT [Auto+/ Felipe Yamauchi]

Com essas medidas, ela se encaixa no porte compacto. Dois adultos convivem na dianteira, mas dão leves esbarrões. Porém, a segunda fileira é mais apertada. Mesmo com o banco regulado mais para frente, eu medindo 1,78 cm não fiquei tão confortável andando no assento de trás.

Ou seja, a Strada cabine dupla é mais indicada para um casal com um filho ou que leva seu bichinho de estimação. Para uma família de quatro pessoas, a melhor pedida é partir para a Fiat Toro. Ao menos a caçamba tem amplo espaço e dá para levar desde uma agulha até diversas malas com facilidade. O problema é que a carga pode sujar, já que entra um pouco de sujeira nos vãos entre a carroceria e a capa protetora.

Dá para conviver

É bem fácil de se acostumar com a Fiat Strada Ultra. Os bancos de couro abraçam bem os passageiros. Nas portas, existem superfícies revestidas de couro, dando um toque mais refinado. Mas, temos dois pontos a se atentar. Em primeiro lugar, o apoio de braço é colado no banco do motorista.

Ao abaixá-lo, você acaba esbarrando sempre o cotovelo nele. E com ele na posição abaixada, fica difícil acionar o freio de mão. Aliás, um carro de mais de R$ 144 mil já deveria trazer o freio de mão com acionamento eletrônico. Outro ponto a se observar é o acabamento. Dá para entender que a Strada é concebida como um carro barato.

Porém, o painel só tem plástico. Ao menos cada um tem uma textura diferente, não há rebarbas e o encaixe é correto. O volante é grande, revestido de couro e tem boa pegada, mas falta ajuste de profundidade. O ar-condicionado é digital e automático, funciona com facilidade e os comandos são intuitivos. Tem ainda carregador de celular por indução e porta-objetos com bom tamanho.

Todavia, os porta-copos na parte da frente não acomodam uma garrafa de um litro. Ela precisou ser colocada no porta-copo do banco de trás. Ainda nesse sentido, os passageiros do banco traseiro desfrutam apenas de uma entrada USB.

Tem vontade de andar

Um dos trunfos da Strada Ranch ou Ultra é o conjunto mecânico. Elas são as únicas versões da linha a trazerem o motor 1.0 T200. Ele é flex, turbo, rende 130 cv e 20,4 kgfm de torque. Além disso, funcionam em parceria com o câmbio automático do tipo CVT. Ele simula sete marchas.

A Fiat Strada Ultra tem vontade de andar. Qualquer pisada no acelerador ela já está disposta e não sofre. Mesmo tendo o câmbio do tipo CVT, o desempenho é animador e não é igual ao desempenho manso de carros japoneses como o Honda City, por exemplo. Ainda assim, o consumo não é prejudicado.

Com etanol no tanque e trajetos com mais paradas e subidas, ela marcou 7,6 km/l e sempre esteve com ar-condicionado ligado. É um número razoável e perto dos 8,3 km/l declarados pela marca italiana. Sua suspensão é elevada e a traseira tem eixo ômega e molas parabólicas longitudinais. Ou seja, ela está pronta para levar carga e também convive bem com as ruas pavorosas de São Paulo.

Detalhes que fazem a diferença

Você enfrenta lombadas, valetas e desníveis sem medo com a Strada Ultra. Fora que com a suspensão mais altinha, a posição de dirigir é elevada. Isso conta muitos pontos hoje, já que o público se apaixonou por esse modo de condução. E vale mencionar que a Strada tem borboletas para trocas das marchas, modo manual e sport de condução.

Fiat Strada Ultra branca, vista de lado e com mato ao fundo
Fiat Strada Ultra T200 CVT [Auto+/ Felipe Yamauchi]

Outro ponto a se elogiar é o tamanho dos retrovisores. Eles são grandes e ajudam bastante na visualização do mundo exterior. As janelas possuem tamanho amplo e a traseira mesmo com Santo Antonio, dá para enxergar quem vem atrás. Seus freios atendem de forma rápida e segura.

Biscoito nem tão recheado

De série, a Fiat Strada Ultra traz direção elétrica, protetores de cárter e de caçamba, sensores de estacionamento e de monitoramento de pressão dos pneus. Bancos em couro, ar-condicionado digital e automático são de fábrica. Faróis e iluminadores de neblina em LED, Isofix, quatro airbags, sensor de estacionamento traseiro e quatro vidros elétricos se destacam.

Farol e iluminador de neblina acesos da Fiat Strada Ultra branca
Fiat Strada Ultra T200 CVT [Auto+/ Felipe Yamauchi]

Tem ainda controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, recurso que alivia o peso da tampa da caçamba. Volante com regulagem de altura, retrovisores externos elétricos e ganchos para amarrar a carga na caçamba também são de série. Contudo, aqui começa outro ponto de alerta.

Tem, mas pode melhorar

Os para-sóis só possuem espelho e não iluminação individual. Mesmo em se tratando de um carro de R$ 144.990, a Fiat Strada Ultra não traz um item de condução semiautônoma ADAS. Ela não tem nem piloto automático convencional, que não aparece nem como opcional no configurador online da marca. Alerta de ponto cego, aviso de saída de faixa, frenagem autônoma já poderiam vir de série pelo preço que pede.

Assim, ela ficaria mais atrativa do que já é. Outro ponto de alerta é sobre seu painel de instrumentos. Tudo bem que ele é grande e concentra informações importantes como velocímetro analógico, conta-giros e o marcador do nível de combustível. Todavia, só há uma tela TFT de 3,5 polegadas com informações complementares e monocromática.

Painel de instrumentos ligado da Fiat Strada Ultra
Painel de instrumentos da Fiat Strada Ultra T200 CVT [Auto+/ Felipe Yamauchi]

Ela informa o consumo, a autonomia, detalhes sobre a música tocada, marcha engatada, velocímetro digital e outras informações. Mas, pelo preço cobrado e o mundo atual, o painel poderia ser digital como no SUV compacto Pulse. Em contrapartida, a central multimídia traz o avanço dos anos para a cabine.

Ela tem sete polegadas, é rápida e intuitiva e possui botões físicos para comandos. Além disso, pode ser desligada. Assim, não atrapalha o condutor. A conectividade por Apple CarPlay pode ser feita com ou sem fio. Boa resolução, a tela ajuda bastante nas manobras, graças à câmera de ré. Ela tem linhas que guiam e a imagem tem qualidade.

Central multimídia ligada da Fiat Strada Ultra com borda preta
Central multimídia da Fiat Strada Ultra T200 CVT [Auto+/ Felipe Yamauchi]

Veredicto

Vamos responder a pergunta do título. A Fiat Strada (no geral) virou a rainha do Brasil por ser um carro honesto. Ela possui versões destinadas ao trabalho, mas também ao lazer. Aqui, destacamos a variante Ultra. Ela combina um pacote de equipamentos razoável, desempenho mais que satisfatório, tem motor turbo e câmbio automático como destaques.

Além disso, ela possui uma posição mais alta de dirigir, o que hoje é praticamente um item indispensável nos carros novos. Vide o sucesso que os SUVs fazem por aqui. Entretanto, a Fiat precisa ter atenção em alguns detalhes na Strada Ultra. O acabamento interno e a ausência de itens de condução semiautônoma pesam contra a caminhonete pelo preço cobrado.

Vista de trás da Fiat Strada Ultra branca com detalhes escurecidos
Fiat Strada Ultra T200 CVT [Auto+/ Felipe Yamauchi]

Por fim, vale a pena comprar a Strada nessa versão? Sim. Caso o leitor do Auto+ use o modelo com mais uma ou duas pessoas, goste de caminhonetes ou usa para trabalho, a Strada Ultra pode ser uma boa compra. Mas, na própria Fiat, a Toro Endurance por um preço semelhante é mais atraente.

Você gosta da Fiat Strada? Teria ou tem uma versão dela na sua garagem? Conte nos comentários