Fiat Argo é um velho conhecido que é bom de papo | Avaliação

O Fiat Argo é um velho conhecido dos brasileiros. Lançado em maio de 2017, ele conquistou uma parcela dos consumidores graças ao seu porte, à boa qualidade construtiva do habitáculo e à gama de motores, que incluía à época opções 1.0, 1.3 e 1.8, todas naturalmente aspiradas. Ao longo dos anos, ele ofereceu, além do câmbio manual, as caixas automatizada GSR (Gear Smart Ride) e automática de seis marchas.

Nascido sob o código de projeto X6H e utilizando a plataforma MP1, uma evolução da arquitetura do Punto, o Fiat Argo, mesmo sem ter recebido uma nova geração, continua atraente após sete anos no mercado.

Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), foram 66.717 unidades emplacadas no acumulado dos doze meses de 2023, enquanto neste ano já soma 56.052 unidades vendidas.

O Fiat Argo ainda dá samba?

Atualmente, a gama é composta pelas versões: Sem Nome 1.0 (a partir de R$ 85.990), Drive 1.0 (R$ 87.990), Endurance 1.3 (R$ 89.990), Trekking 1.3 (R$ 95.990) e Drive 1.3 AT (R$ 101.990).

O motor de quatro cilindros 1.8 naturalmente aspirado da família E.torQ, que equipava as versões HGT (High Gran Turismo) e Trekking, deixou de ser oferecido em dezembro de 2021 devido às exigências do Proconve L7, assim como a caixa automatizada GSR de cinco velocidades, em 2020.

O Fiat Argo recebeu atualizações ao longo dos anos para se manter competitivo, sendo a mais significativa um facelift em 2022, já como linha 2023. De resto, continua praticamente o mesmo carro desde o lançamento. Como diz o ditado: “em time que está ganhando, não se mexe”.

O design clean do Argo é comparável ao do rival Volkswagen Polo. Só que o compacto da Fiat, mede 3,99 m de comprimento, 1,72 m de largura, 1,50 m de altura e tem 2,52 m de entre-eixos. O porta-malas possui 300 litros, praticamente idêntico ao Polo, que mede 4,07 m de comprimento, 1,75 m de largura, 1,74 m de altura e 2,56 m de entre-eixos, e também oferece 300 litros no compartimento de cargas.

Um dos pontos altos do Fiat Argo é a habitabilidade, com uma posição de dirigir alta e cômoda. Os bancos poderiam ter abas laterais mais pronunciadas para melhor suporte nas curvas e conforto em longas viagens. Os comandos estão bem localizados, embora a coluna de direção seja ajustável apenas em altura.

Quem viaja atrás dispõem de um espaço razoável para as pernas e os joelhos por conta dos 2,52 m de entre-eixos, assim como para a cabeça devido a carroceria com 1,50 m de altura. Apesar disso, o quinto ocupante deverá conviver com o túnel central alto, que tira um pouco do conforto em viagens longas. Na segunda fileira de bancos há confortáveis encostos de cabeça para todos os ocupantes.

Essa configuração Drive 1.0 oferece um pacote interessante abaixo dos R$ 90.000, incluindo multimídia UConnect de sete polegadas com Apple CarPlay e Android Auto, entradas USB-A, volante multifuncional, ar-condicionado de uma zona, quadro de instrumentos com tela de 3,5 polegadas e luzes de circulação diurna (DRL).

Contudo, os retrovisores e vidros traseiros são manuais, com a opção de adicioná-los eletricamente no pacote Pack Drive Top (R$ 2.990), que soma ar-condicionado digital, sensor de estacionamento traseiro, chave presencial, luzes de neblina e calotas exclusivas. Completo, o Fiat Argo Drive 1.0 custa R$ 92.970 na cor metálica Cinza Silverstone (R$ 1.990 extras).

O Conto do Argo

O Fiat Argo substituiu o Palio e o Punto de uma vez, com o nome inspirado no mito grego de Jasão e os Argonautas, que viajavam na nau Argo, feita pelo semideus Argos sob orientação da deusa Athena. Após cumprir sua missão, Argo foi consagrado a Poseidon e transformado na constelação de Argo.

Independente da origem do nome, o Fiat Argo continua sendo uma opção interessante para quem busca um carro robusto, de manutenção simples e adequado às nossas ruas mal pavimentadas. Sob o capô, o motor Firefly 1.0 é um três cilindros naturalmente aspirado, trabalhando em conjunto com o câmbio manual de cinco marchas.

Ao volante

Ele oferece desempenho de acordo com a proposta para o dia a dia, com potência e torque adequados para o uso urbano e rodoviário. O câmbio manual apresenta engates macios e precisos, melhores que do Fiat 500 1.4 Cult, que às vezes enroscava a primeira ou a ré.

No Fiat Argo, isso não acontece, embora o curso da alavanca seja longo, especialmente na terceira e na quinta marcha. O pedal de embreagem tem um acionamento macio, contribuindo para a sensação de bem-estar.

Com um ponto baixo, basta retirar levemente o pé do pedal da embreagem para o carro começar a se movimentar contribuindo na hora de encarar os congestionamentos da cidade de São Paulo, sem cansar a perna esquerda.

Fiat Argo e a leveza de condução

A direção assistida eletricamente facilita as manobras em baixas velocidades, embora pudesse ser mais direta e conectada, o que ajudaria na experiência de condução. De todo modo, a dinâmica do compacto da Fiat sempre foi elogiável desde o lançamento.

As suspensões são bem calibradas para enfrentar as irregularidades das nossas vias, enquanto os freios usam discos ventilados na dianteira de 257 mm e tambores de 203 mm na traseira, o que assegura paradas seguras e sem sustos.

O conforto ao rodar agrada em cheio quem procura um carro honesto para realizar as tarefas cotidianas. Não à toa, ele é um dos carros preferidos para quem trabalha com o transporte de passageiros.

A boa calibração do conjunto de suspensões também é visível nas frenagens. Ao acionar com força o pedal do freio, o carro não mostra a tendência da dianteira mergulhar, nem a traseira erguer além do esperado nessa situação atípica.

Outra qualidade do Fiat Argo está na posição dos pedais de embreagem, freio e acelerador, com um bom espaçamento entre eles. Aliás, o desenho dos pedais de freio e do acelerador permite a realização do punta-tacco (manobra de acelerar e frear ao mesmo tempo antes de ingressar nas curvas) de forma simples e descomplicada.

Embora rode quieto na maior parte do tempo, dependendo da condição do asfalto, é possível escutar a suspensão trabalhando ou o ruído da água batendo nas caixas de rodas em dias chuvosos.

Ainda sobre o conforto acústico, acima das 3.500 rpm, o característico ruído metálico do propulsor de três cilindros invade a cabine, contudo, nada que pese contra ou desabone esse projeto. Novamente, estamos falando de um carro abaixo de R$ 90.000, portanto, temos que conviver com as limitações.

Contudo, a boa altura em relação ao solo de 154,7 mm, possibilita encarar valetas e lombadas mais pronunciadas sem bater o chão do carro com facilidade. As rodas de aço são escondidas por calotas e vestem pneus Pirelli Cinturato P1 com resistência de rolagem reduzida e perfil 60, o que ajuda na absorção de impacto das suspensões.

Em termos de segurança, estão disponíveis apenas os freios com ABS, duplo airbag frontal, Isofix para fixação de bancos infantis, monitoramento da pressão dos pneus, controle eletrônico de estabilidade e sinalização de parada de emergência.

Veredicto

Mesmo após sete anos no mercado, o Fiat Argo continua sendo uma escolha acertada, principalmente pela facilidade de manutenção e disponibilidade de peças no mercado de reposição, assim como liquidez de mercado.

Para quem prefere um câmbio automático, a versão Drive AT com motor 1.3 e câmbio continuamente variável de sete marchas simuladas é uma opção interessante, custando a partir de R$ R$ 101.990. Ou, para quem busca algo mais, o Fiat Pulse começa em R$ 105.990. A escolha depende do gosto e do orçamento do consumidor.

Você tem ou já teve um Argo? Escreva nos comentários a sua opinião sobre esse compacto da Fiat!

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