Cayenne e-Hybrid: o esportivo do adulto moderno | Impressões 

Todos que gostam de carros, amam esportivos. Daqueles que fazem curvas absurdas, tem roncos maravilhosos e arrepiam a espinha a cada curva. Mas, na hora de ser adulto no mundo real, não dá para conviver com isso tudo. Mas existe o Porsche Cayenne e-Hybrid para saciar os lados racionais e emocionais na mesma dose.

Tudo bem que estamos falando de um carro cujos preços vão de R$ 770 mil a R$ 1,34 milhão em seis configurações diferentes. É um valor onde a racionalidade passa longe, só que o conjunto da obra do Porsche Cayenne híbrido leva para esse lado. Calma que vou explicar com detalhes.

Canhão sem sede

Ao combinar motor 3.0 V6 turbo a gasolina com um conjunto elétrico, a Porsche fez do Cayenne um verdadeiro canhão, mas que não bebe tanto. São 353 cv e 50,9 kgfm de torque só do V6, junto a 176 cv e 46,9 kgfm providos pelo motor elétrico na traseira. Ao todo, a versão S e-Hybrid conta com 519 cv e 76,4 kgfm. 

Ainda não colocamos as mãos no Cayenne Turbo e-Hybrid, que com absurdos 739 cv e 96,8 kgfm de torque se tornou o SUV mais potente da história da marca. Mas a versão intermediária S já empolga bastante. Além de ser a mais equilibrada em termos de potência, torque e ter o melhor consumo e autonomia elétrica.

O Cayenne não nega fôlego na hora de acelerar, recebendo o motorista com uma patada forte cuja força é dividida entre o V6 e o elétrico. Não é instantâneo como um carro 100% elétrico, mas tem a alma de um modelo a combustão. Só que o isolamento acústico é muito forte, tampando o som dos seis cilindros.

Mesmo chegando aos 100 km/h em 4,7 segundos e andando em velocidades impronunciáveis por muito tempo, o Cayenne S e-Hybrid devolveu consumo de 9,8 km/l no final dos 300 km de teste. A magia dessa combinação mecânica foi trazer o desempenho esperado de um Porsche, mas com consumo comedido.

Mesmo em modo totalmente elétrico, onde a versão S consegue rodar até 56 km com carga completa, ele continua a acelerar bem. Acaba que é a situação ideal para ambientes urbanos, onde o motor V6 descansa boa parte do tempo e mantém o elétrico trabalhando para economizar combustível.

É um Porsche enorme

Algo que sempre foi positivo no Cayenne é que ele mantém as características de condução verdadeiras de um Porsche, mesmo sendo enorme. Claro que o Macan é mais próximo de um 911 e um SUV de 4,93 m de comprimento, 1,98 m de largura e 1,69 m de altura não vai conseguir andar como um esportivo raiz.

Só que coloque tudo dentro de suas devidas proporções. O Cayenne é um carro familiar, pensado para levar mais do que só dois ocupantes e ainda entregar conforto. Mesmo assim, a Porsche conseguiu manter seu DNA vivo. Em altas velocidades, algo que ele gosta de atingir, o SUV se mantém extremamente sólido e firme.

Justamente pelo tamanho grande e posição de dirigir alta, além do silêncio à bordo bem grande, ele nunca parece estar tão rápido quanto de fato roda. É um carro que vai te dando confiança para dominar a faixa esquerda da rodovia, jogando farol alto na traseira de desavisados para abrir caminho.

Curvas mais fortes mantém a carroceria no lugar graças à suspensão pneumática. Ela foi atualizada com duas novas câmaras de ar (uma a menos do que antes) e agora duas válvulas. Como resultado, o SUV ficou mais firme e estável nos modos Sport e Sport Plus. Mas em Hybrid (equivalente ao modo normal), o conforto é forte.

Curioso é notar que as frenagens no modo mais confortável fazem com que a frente do Cayenne dê leves mergulhos – o que não ocorre nos acertos mais esportivos. Em compensação, ele filtra bem as imperfeições e se transforma em um (veloz) tapete mágico na rodovia.

Horizontalização

Parte da reestilização que o Porsche Cayenne recebeu recentemente, as versões e-Hybrid vem com o interior atualizado. A cabine agora tem painel de instrumentos totalmente digital de 16,2 polegadas com tela curva e sem cobertura tal qual o Taycan. Ela é acompanhada pela central multimídia de 12,3 polegadas e pela tela adicional de 10,9 polegadas.

A manopla de câmbio foi deslocada para o painel, trazendo um pequeno seletor de marcha tal qual o Taycan. Isso liberou espaço no console central para os comandos físicos de ar-condicionado e volume do rádio, além de novos porta-objetos e porta-copos. Com isso, temos uma cabine que lembra muito do Taycan, mas que traz mais modernidade.

O acabamento é impecável, com couro em todos os cantos e montagem sólida. O mesmo vale para o banco traseiro, que tem espaço de sobra e piso baixo, permitindo que, mesmo passageiros altos, tenham mais conforto para as pernas. No porta-malas, são 627 litros, mas atrapalhados pelo estepe, que fica amarrado acima do tampão.

Veredicto 

Se você é o tipo de pessoa que tem um Porsche 911 na garagem ou outro tipo de esportivo, é porque gosta de verdade de dirigir. Mas também sabe que a realidade cruel é que não dá para usar esses carros todos os dias de maneira digna. Para isso, existe o Cayenne e-Hybrid. Ele é um SUV com todos os atributos disso e um Porsche ao mesmo tempo.

É divertidíssimo de dirigir, ao mesmo tempo que mantém o DNA da marca e uma alta dose de economia de combustível. Deixe seu 911 na garagem para os finais de semana, enquanto o Cayenne resolve as situações do dia-a-dia e viagens com a família. Só que, jamais abrindo mão daquele efeito que te fez levar o primeiro Porsche para casa.

Você teria um Cayenne híbrido? Conte nos comentários.

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