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A moda do momento são os SUVs. E parece que quanto maior melhor. Mas nem todo mundo quer uma jamanta sob rodas, mas precisa levar sete pessoas. Antigamente a não ser que você apelasse para uma Chevrolet Spin ou um Fiat Doblò, o menor modelo de sete lugares à venda no Brasil era o VW Tiguan. Mas aí a Mercedes-Benz surgiu com o GLB.
Ele rapidamente se estabeleceu como um dos SUVs de sete lugares mais vendidos do Brasil. Atualmente só perde para o CAOA Chery Tiggo 8, líder da categoria, e para o Toyota SW4, que é um SUV grande. O trunfo do GLB é oferecer espaço para muita gente, com uma carroceria mais compacta e comedida. Mas isso é benefício ou o Mercedes esconde o jogo?
Sete perna alta
Na fita métrica, o Mercedes-Benz GLB tem 4,63 m de comprimento, 1,83 m de largura, 1,65 m de altura e entre-eixos de 2,82 m. Na prática, ele é menor que o irmão maior GLC, que só carrega cinco pessoas. O porte não fica muito distante de SUVs médios tradicionais, mas tem como vantagem carregar sete pessoas.
Mas nesse caso não há milagre. O espaço na terceira fileira é escasso, feito somente para crianças ou adultos de pequeno porte. Eu com meus 1,87 m de altura fiquei com o joelho extremamente alto e desconfortável. Nem uma viagem rápida seria possível ali. Já a segunda fileira de bancos é outra história.
A vastidão de área para as pernas é permitida pelos bancos corrediços e inclináveis individualmente. O GLB trata bem que se senta ali com direito a duas entradas USB e um teto solar exclusivo. Área para cabeça e ombros é bem servida e quem anda por ali não reclama.
Isso se repete para a primeira fileira de bancos, que tem ajuste elétrico para motorista e passageiro, com direito a três memórias na versão topo de linha Progressive testada (R$ 290.900). O banco é posicionado de maneira alta, fazendo com que o motorista tenha sensação de cadeirão.
Ele ainda traz um sistema chamado cinética dos bancos. Durante longas viagens ele faz pequenos ajustes no assento e no encosto para fazer com que o motorista se movimente e corrija a postura. Não há aquecimento ou resfriamento no GLB vendido no Brasil, infelizmente.
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Fórmula repetida
Visualmente, a cabine do GLB não é surpresa alguma. O modelo segue exatamente a mesma linha de design dos demais modelos da marca. Entrou em um Classe A ou um CLA? É praticamente a mesma coisa. Duas telas de 10,25 polegadas são instaladas lado a lado em uma placa preta para compor o principal destaque do painel.
Atrás do volante, o painel de instrumentos totalmente digital é configurável e personalizável. É possível mudar a cor dos instrumentos, e também o que é exibido na frente do motorista com mais de cinco opções para cada lado e também para a parte central. Tudo é controlado pelo lado esquerdo do volante.
Já as teclas do lado direito controlam a central multimídia. A Mercedes-Benz possui um dos melhores e mais intuitivos sistemas. Ele é rápido, com tela de excelente qualidade e intuitivo. Pena não ter Android Auto ou Apple CarPlay sem fio. Além disso, o espelhamento de celular não ocupa toda a tela, outro defeito bem nítido.
Em compensação, o GLB conta com uma espécie de Alexa integrada. O assistente da marca responde a todos os comandos ao dizer Hey Mercedes. São algumas funções específicas como mudar a temperatura do ar-condicionado, abrir o forro do teto solar ou até fazer ligações. É menos intuitivo que o sistema da BMW, mas já diverte os passageiros.
Serventia da tecnologia
Como esperado de um Mercedes-Benz, o GLB Progressive é recheadíssimo de itens de segurança e tecnologia. Ele conta com piloto automático adaptativo que funciona de maneira precisa e suave. Há ainda assistente de manutenção em faixa que permite ao SUV se dirigir quase que totalmente sozinho.
Oposto da Renault
Isso, entretanto, não interfere no prazer ao dirigir que o GLB proporciona. Ele conta com o mesmo motor 1.3 quatro cilindros turbo do Renault Captur. Contudo, aqui ele bebe apenas gasolina e entrega 163 cv e 25,5 kgfm de torque. No Captur, por conta do acerto da Renault e por ser flex, são 170 cv e 27,5 kgfm.
Parece até mesmo que o GLB tem um leve toque de AMG na tentativa de passar uma sensação esportiva. A questão é que esse SUV é familiar e tem uma proposta mais voltada ao conforto. Até mesmo a transmissão automatizada de dupla embreagem com sete marchas também é voltada para isso.
O GLB não é um SUV que vai dar trabalho para sedãs médios ou modelos com proposta verdadeiramente esportiva. Ele anda bem para o que se propõe, mas não impressiona. Não por acaso, faz de 0 a 100 km/h em 9,1 segundos: um bom tempo, ainda que não seja algo digno de estampar nos anúncios da Mercedes-Benz.
Pendendo mais para o lado firme, a direção é ágil e exige poucas voltas para ter uma resposta convincente. Já a suspensão trabalha na maciez para compensar a dureza dos pneus run-flat. O GLB faz curvas mais desengonçado (o que é ok para um SUV), ao mesmo tempo em que consegue filtrar bem as imperfeiçoes do solo – melhor que muitos outros Mercedes-Benz por aí.
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Veredicto
Na faixa dos SUVs médios, o Mercedes-Benz GLB é único. Audi, BMW, Land Rover e Volvo só oferecem modelos substancialmente maiores que ele para carregar sete pessoas. Ele ainda tem a vantagem de ser bem mais barato que o GLA, modelo que, em tese, deveria ser o SUV de entrada da Mercedes-Benz.
O visual pode não agradar a todos por ser quadrado demais e fora dos padrões da Mercedes, enquanto o interior já está um pouco cansado. Ainda assim, tem pacote de itens de série mais que generoso, boa condução voltada ao conforto e motor eficiente bem casado com o câmbio de dupla embreagem.
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