![Fiat Pulse Impetus [Auto+ / João Brigato] Fiat Pulse Impetus [Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2022/01/Fiat-Pulse-Impetus-12_edited-990x556.jpg)
Ao olhar pelo retrovisor para a história da Fiat no Brasil, dois modelos se destacam muito: Uno e Palio. A botinha ortopédica mudou o mercado e mostrou como um carro pequeno pode ser espaçoso e bom de dirigir. Já o Palio, acabou com o reinado do Gol e se tornou um dos carros mais queridos do país. E ao que tudo indica, o Pulse será o próximo a fazer sua marca.
Desde que o grupo FCA se formou, as revendas Fiat suplicam por um SUV. Mas a marca sempre achou melhor deixar isso para a Jeep com Renegade e Compass. Só que com a subida de preços dos SUVs compactos, ficou evidente que havia um degrau abaixo do Renegade como uma grande oportunidade para a Fiat. E aí que surgiu o Pulse.
Extensivamente baseado no Argo, ele pegou a fórmula da Honda com Fit e WR-V, mas a executou tão bem quanto a Volkswagen fez com Polo e Nivus. Fez mudanças de plataforma em relação ao hatch e mudou o máximo que poderia para não gastar demais. Parece um Argão? Até que sim, mas na hora de dirigir é evidentemente um carro totalmente diferente.
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Impulso impetuoso
O grande destaque do Fiat Pulse está debaixo do capô nas versões Drive, Audace e na Impetus testada de R$ 123.490. Ele é o 1.0 três cilindros turbo mais potente do Brasil com 130 cv. Em torque, no entanto, empata nos 20,4 kgfm com o 1.0 TSI da Volkswagen usado em Polo, Virtus, Nivus, T-Cross e, futuramente, no Gol SUV.
A conversa entre o motor turbinado e o câmbio CVT é bem afiada – tanto quanto a elogiada combinação do Renault Captur. Uma boa transmissão CVT é aquela que não enche o saco, como a grande maioria faz. E no Pulse, a Fiat fez um acerto perfeito. O câmbio responde rápido às acelerações e ajuda o motor a sempre entregar a melhor performance.
Apesar de patinar um pouco nas saídas, o câmbio não cria o efeito enceradeira que muitos CVTs fazem. Onde o motor sobe de giro demais, fica gritando e o carro não anda. No Pulse, as acelerações são fortes e lineares, com a rotação subindo como em um câmbio automático tradicional. Isso é evidente com as trocas simuladas quando o pé fica fundo no acelerador.
Não é um Argão
O que mais canso de ler nas redes sociais é que o Fiat Pulse é um Argo de salto. Sim, ele tem muitos elementos compartilhados como hatch compacto e de fato parece ser somente isso. Mas ao volante fica evidente como ele está um degrau a mais. O isolamento acústico melhor trabalhado começa a deixar claro.
Aponte para uma curva e ele vai agarrar no asfalto com ímpeto para deixar o Argo com inveja. Os pneus 205/50 R17 da versão Impetus também ajudam nessa tocada mais forte. Não chega no nível do elétrico 500, mas está um passo à frente do irmão hatch em termos de dinâmica. O que mostra o maior investimento no SUV compacto.
Para não atolar em pequenas aventuras fora de estrada, o Fiat Pulse traz o sistema TC+. O controle de tração trabalha enviando o máximo de força para a roda dianteira que está tracionada, evitando que o lado que não tem aderência desperdice força. É um recurso verdadeiramente útil e que tira o Pulse de muita enrascada.
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Sentidos aguçados
Mistura de sentimentos, a cabine do Fiat Pulse tem evoluções em relação ao Argo, mas algumas regressões. Começa pela falta de cuidado no alinhamento das peças: todo Pulse tem a tampa do porta-luvas desalinhada em relação ao painel. Isso sem contar os chicotes aparentes na dianteira e também no porta-malas.
A porta tem desenho elegante e bonito, mas qualidade aquém da apresentada no Argo e um pedaço mixuruca de tecido quando comparado ao irmão mais barato. Fora esses pontos mais táteis e um pouco visuais, o Fiat Pulse passa uma sensação boa na cabine. O couro usado no volante e nos bancos é de qualidade bem acima do padrão de marcas generalistas.
Central multimídia grande tem tela de ótima definição, sistema operacional fácil de mexer e é veloz. Tem Android Auto e Apple CarPlay sem fio, Alexa integrada, além de diversos aplicativos que podem ser baixados. O painel é também digital com uma tela de boa definição e com personalização. Só poderia ser maior como nos modelos da Jeep e ter menos delay.
Os comandos físicos para o ar-condicionado e algumas funções do rádio ajudam muito no dia-a-dia e parecem feitos para modelos mais caros – no caso para a irmã Toro. Já o botão vermelho Sport no volante parece exagerado, mas é uma quebra do marasmo de cinza e preto da cabine que traz um charme a mais.
Como no Argo, o espaço interno é satisfatório e bom para o porte do carro. Destaque ainda para o porta-malas de 370 litros que foi ampliado em relação ao hatch graças ao alargamento das caixas de roda. Mas a mudanças no método de medição feito pela Fiat deu alguns litros extras de maneira não tão justa.
Composto de cima
Com tudo que tem direito, a versão Impetus traz uma boa lista de itens de série. Fica devendo piloto automático adaptativo que já está presente em outros modelos da Stellantis, mas é presente frenagem autônoma de emergência e sistema de manutenção em faixa (que é mais tolerante e menos chato que o presente no Jeep Commander).
Há ainda itens como ar-condicionado digital de apenas uma zona, bancos revestidos em couro, faróis de LED com luz diurna e assistente de luz alta, câmera de ré, faróis de neblina, volante com regulagem de altura e profundidade (esse só presente no Impetus inexplicavelmente), chave presencial com partida remota e bancos revestidos em couro.
Veredicto
Na história da Fiat, o Uno foi responsável por revolucionar o segmento de hatches compactos. Já o Palio, mostrou que uma família completa de modelos faz peso no mercado e evoluiu o formato do Uno. Como a moda agora são os SUVs, o Pulse pode ser visto como o passo seguinte do que consagrou Uno e Palio.
E o mais legal: seu maior trunfo, o motor turbo e o câmbio CVT, vão ser usados também por Argo, Cronos, Citroën C3 e Peugoet 208 muito em breve.
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