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Limited Diesel é a versão definitiva do Jeep Commander | Avaliação

Até porque não vale pagar R$ 27.811 a mais por um Jeep Commander Overland frente ao Limited diesel só por causa de três itens a mais

Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]
Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]

SUV de sete lugares mais vendido do Brasil desde a virada do ano, o Jeep Commander não chegou para ser coadjuvante por aqui. Tomou de assalto o título que pertencia às vezes ao Toyota SW4, outras ao CAOA Chery Tiggo 8, com uma fórmula desenvolvida totalmente no Brasil. Mas existe o ‘creme de la creme’ do Commander: o Limited Diesel de R$ 267.209.

Há pouco tempo aqui no Auto+, o Commander Overland Flex passou pela avaliação completa a qual revelou que faltava muita força ao SUV. Ok, 185 cv não é pouco, mas o modelo é grande, pesado. Mas quando leva 7 pessoas, sofre muito. Faltava entender se isso acontecida com o diesel. E se a diferença de itens da Limited para a Overland valia a troca.

Quatro itens

De bate e pronto já digo: não compensa comprar o Commander Overland. A mais em relação à versão Limited ele tem apenas teto solar, rodas de liga-leve de 19 polegadas, sistema de som premium (que não faz diferença alguma na prática) e parte inferior dos para-choques e caixas de roda na cor da carroceria. Esses últimos, sinceramente, ficam melhor em preto mesmo.

Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]
Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]
A lista de itens de série da Jeep também diz que o porta-malas com abertura elétrica é item de série somente no Overland, mas a unidade avaliada contava com o equipamento. Coisas de carros de frota de imprensa. Ou seja, o único e verdadeiro item relevante que o Overland tem é o teto solar. Mas vale pagar R$ 27.811 a mais? Sendo honesto, não.

Até porque ele vem muito bem recheado: ar-condicionado digital de duas zonas, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, carregador de celular por indução, chave presencial, controle de tração e estabilidade, faróis full-LED com seta direcional, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, câmera de ré e direção elétrica.

Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]
Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]
Há ainda regalias eletrônicas como piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência, partida remota, auto hold, farol alto automático, bancos revestidos em couro com ajuste elétrico para o motorista e park assist. O legal é que o Jeep não tem opcionais. Ou seja, qualquer uma das sete cores externas e três internas dependem só da escolha do comprador.

Era só o que faltava

O Jeep Commander é pesado. Muito. São 1.885 kg na versão Limited diesel, enquanto a versão flex pesa 1.685 kg. E mesmo mais leve e mais potente, os 185 cv da versão flex não dão conta da gordura que o SUV tem. O diesel tem 15 cv a menos, mas o torque de 38,7 kgfm é que faz diferença.

Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]
Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]
Não é tão esperto quanto um Renegade 1.3 turbo ou até que o CAOA Chery Tiggo 8, mas o 2.0 quatro cilindros turbo diesel é suficiente para o Jeep Commander. Ele acelera sem vacilar e com fôlego. Não vai te grudar no banco ou fazer os passageiros da última fileira gritarem para você lá do fundão que você está indo rápido demais.

Contudo, entrar em rodovias e fazer retomadas, mesmo com todos os bancos ocupados, não será grande dificuldade para o Jeep. A força do diesel faz com que ele enfrente trechos off-road com certa tranquilidade, mas não é um Trailhawk, vale lembrar. O bom é o consumo: média de 14,2 km/l durante os testes com 70% de estrada no caminho.

Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]
Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]

Espírito da família

O peso extra (e põe extra nisso) tem razão de ser: o Commander é robusto. Tal qual todos os outros modelos da Stellantis com plataforma Small Wide 4×4 (Toro, Renegade e Compass), a solidez de rodagem e parrudez são nítidas. Passar por um buraco ou roletar uma lombada é algo que o Commander faz brincando.

O único problema é que os adereços para fazer a troca das rodas ficam um pouco soltos no porta-malas e quando um grande solavanco faz a cabine chacoalhar, quer seja por um buraco ou lombada passada mais forte, um grande som metálico é emitido na traseira. Culpa do macaco e da chave de roda pulando.

Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]
Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]
Bem calibrada, a direção é bastante leve nas manobras e assume peso ideal em altas velocidades, sendo essa uma das mais bem acertadas entre os modelos à venda no Brasil. Não é tão comunicativa quanto poderia, mas nada que atrapalhe a ideia de um SUV familiar com zero vocação esportiva.

Por falar nisso, a transmissão automática de nove marchas tem trocas extremamente suaves e quase imperceptíveis. Exceto em um momento. Estranhamente toda vez que o Commander troca de marcha em uma decida, dá um forte tranco como se fosse um câmbio Dualogic. E isso aconteceu toda vez em uma descida com o pé no acelerador.

Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]
Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]

Quase premium

O mais legal do Jeep Commander é seu interior sofisticado. A cabine tem suede no painel, bancos revestidos em couro com qualidade ótima, além de toques que fazem com o que o modelo pareça quase premium. A montagem é esmerada, com plásticos de qualidade em todos os cantos e muitas superfícies macias.

Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]
Jeep Commander Limited Diesel [Auto+ / João Brigato]
Totalmente digital, o painel de instrumentos é elegante e é fácil de mexer, mas apresenta um incômodo delay. Já a central multimídia, além de enorme, tem tela de excelente definição e é veloz. É uma grande referência até mesmo para as marcas de luxo em usabilidade e qualidade do display.

Espaço é farto, em especial na segunda fileira de bancos que conta com ajustes sobre trilhos e também da inclinação do encosto. O fundão tem ajuste de inclinação do banco e dispõe de bom espaço para as pernas, ainda que o joelho fique um tanto quanto alto. Ao menos, dá para por os pés debaixo dos bancos, ao contrário da maioria dos outros modelos 7 lugares.

Porta-malas leva bons 233 litros quando os sete lugares estão armados, tornando ali uma área verdadeiramente útil. Já com cinco passageiros, o espaço sobe para 661 litros. Vale ressaltar também a vastidão de porta-objetos, tanto na dianteira quanto na traseira. Há espaço para garrafas grandes e até um notebook debaixo do banco do passageiro.

Veredicto

Enquanto Toyota SW4 e Chevrolet Trailblazer estão lá na casa dos R$ 300 mil, o Jeep Commander Limited é a opção de sete lugares diesel mais barata do Brasil. E é justamente essa a versão mais interessante do SUV. Custa R$ 27.811 a menos que o Overland que tem apenas firulas (e teto solar) a mais.

Sem contar que o motor diesel é o certo para o SUV de sete lugares. Afinal, o flex anda de menos por conta do peso alto do Commander e, consequentemente, bebe demais. Refinado como se espera da faixa acima dos R$ 260 mil, ele é uma compra sem erro na categoria. Mas, se não precisa do diesel, olhe com carinho para o CAOA Chery Tiggo 8.

[Auto+ / João Brigato]
[Auto+ / João Brigato]

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