Max Verstappen tem tudo para ser tricampeão mundial já na próxima corrida, no GP do Catar. Depois de vencer a corrida no Japão, e ver seu companheiro de equipe abandonar depois de diversas trapalhadas, o holandês precisa de três pontos para se tornar campeão na etapa catari, o que pode acontecer já durante a corrida Sprint, no sábado, dia 7 de outubro.

Com o título encaminhado, e sendo um dos mais jovens campeões da Fórmula 1, é inevitável que diversas pessoas já começem a elencar Max no hall dos maiores pilotos de todos os tempos. No entanto, embora ainda esteja longe dos recordes de vitória e pole de Hamilton, e ainda falte muito para igualar os sete títulos do inglês e de Schumacher, Verstappen tem algumas particularidades na carreira.

Para muitos brasileiros, Ayrton Senna é o maior piloto da história da categoria. No entanto, a carreira do brasileiro foi abreviada pelo acidente fatal no GP de Ímola de 1994, encerrando a trajetória do piloto aos 34 anos. Senna é meu piloto favorito, mas não consigo considerá-lo o maior de todos os tempos, principalmente por alguns aspectos.

Ayrton era extremamente veloz, sendo capaz de conseguir uma volta mágica para largar na pole. Entretanto, nem sempre isso se transformava em vitórias, já que o ritmo de corrida de seus carros nem sempre eram os melhores. Por isso, o brasileiro teve muito mais poles do que triunfos, tendo largado na frente do pelotão por 65 vezes, mas venceu 41 corridas.

Isto não é nenhum demérito, mas mostra que nem sempre o estilo de pilotagem agressivo de Senna conseguia transformar a pole em vitória. Sem contar que em sua época os carros quebravam mais facilmente, mas para efeito de comparação, Alain Prost, seu maior rival, teve 51 vitórias, sendo o recordista em triunfos até surgir um tal de Michael Schumacher.

Prost, o subestimado

Inclusive, é preciso dizer que Prost é muito subestimado no Brasil. Talvez por ter travado uma rivalidade sem igual com Senna, o francês é muitas vezes menosprezado por aqui. É bem verdade que ele não era bom com chuva, ao contrário de Ayrton, que era espetacular. Porém, Prost sabia poupar seu equipamento e estudava muito bem as provas, para conseguir vencê-las. Por isso que foi o recordista em triunfos por alguns anos.

Já Schumacher era um piloto que sabia como vencer uma corrida, mesmo não largando da pole. Ele até foi o recordista nesse quesito, com 68 poles (ou 69, já que fez a pole no GP de Mônaco em 2012, mas por conta de uma punição na prova anterior, perdeu cinco posições no grid).

Só que seu caso é o oposto de Senna, pois o alemão teve bem mais vitórias do que poles, com 91 triunfos. Isso mostra que Schumacher era um verdadeiro estrategista, além de ter uma equipe que sabia exatamente qual precisaria ser o ritmo do alemão para vencer a corrida.

Além desses nomes, Lewis Hamilton também precisa ser levado em consideração. Afinal, antes de Verstappen, foi ele o jovem piloto que causou uma verdadeira comoção no grid da Fórmula 1. Lewis é o atual recordista de poles, com 104, e vitórias, com 103, o que mostra que ele é uma espécie de junção de Schumacher com Senna: rápido em classificações e estrategista para vencer uma corrida.

Características de Verstappen

E como fica Verstappen nesta história? A vitória no último domingo foi a de número 48 da carreira do holandês. Com isso, ele já se aproxima de Prost (51) e Vettel, que ganhou 53 corridas. Max tem 29 poles, e por mais que neste ano ele tenha dominado neste aspecto, fazer a melhor volta na classificação não é bem a principal característica dele.

Dessa forma, o holandês começa a se aproximar do estilo de Schumacher: um vencedor de corridas. Acontece que sua obra ainda está sendo feita, mas ao que tudo indica, Max será sim um dos maiores de todos os tempos. Se chegará ao mesmo patamar de Schumacher e Hamilton, somente daqui há alguns anos será possível dizer. Porém, pelos números, estilo de pilotagem e habilidade na chuva, ele tem tudo para atingir este mesmo nível desses dois.