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Albea e Perla: filhos bastardos do Palio nunca vendidos no Brasil

Projetado para ser um produto internacional, o Fiat Palio teve dois filhos fora do Brasil e que são verdadeiramente esquisitos

Fiat Albea [divulgação]
Fiat Albea [divulgação]

Dentre todos os carros que a Fiat já produziu no Brasil, o que mais tem o DNA tupiniquim é o Palio. O modelo foi projetado para mercados internacionais e produzido nos quatro cantos do mundo. Mas aqui mostrou sua verdadeira vocação e fincou raízes. Tanto que, sempre que ele mudava, era no Brasil a estreia.

Só que ao longo de seus 24 anos de carreira, o Fiat Palio traiu o Brasil duas vezes, tendo dois modelos derivados dele e que nunca foram oferecidos aqui: os sedãs Perla e Albea. E hoje, vamos destrinchar a história dos dois filhos bastardos do Fiat Palio e o motivo pelo qual eles nunca terem sido vendidos no nosso país.

Albea, o Sienão feio

O primeiro modelo derivado do Palio a trair os brasileiros foi o Albea. O modelo foi lançado em 2002 na Europa. Diferentemente do Siena, que não foi vendido no Velho Continente, o Albea tinha entre-eixos alongado. São 2,43 m contra 2,37 m do Siena, ou seja, um aumento de 6 cm. 

Fiat Albea [divulgação]
Fiat Albea [divulgação]
Essa espichada fica nítida ao olhar uma foto do Albea de lado. Como ele usava as mesmas portas do Palio, há uma distância enorme entre o final da porta traseira e a caixa de roda posterior – algo que não acontece no Siena. Outro ponto é o design, bem mais careta que o sedã vendido no Brasil.

O vidro traseiro era menos inclinado, seguindo o desenho da porta do Palio. Além disso, a tampa do porta-malas é mais baixa e comprida, fazendo com que ele parecesse um modelo maior. Como na época de seu lançamento a Fiat tinha acabado de matar o Marea na Europa e ainda não tinha o Linea, o Albea tentava fisgar o segmento de médios.

Ele também foi vendido na China, mas adotou o nome Fiat Siena ao invés de Albea. Sofreu apenas uma reestilização em 2005, quando adotou a mesma dianteira do Palio G3 brasileiro, mas sem as maçanetas tipo alça. Além disso, o Fiat Albea manteve o interior simplificado do Palio 2001. Ou seja, era um Frankenstein.

Perla, o remendo do remendo

Com certa independência em sua operação, a Fiat da China decidiu mudar radicalmente o Siena/Albea e lançar um novo modelo. Assim, surgiu em 2006 o Fiat Perla. O modelo trazia a mesma parte central do Albea, mas dianteira e traseira totalmente diferentes. Só que ele foi um fracasso gigantesco e só durou dois anos no mercado.

Fiat Palio
Fiat Perla [divulgação]
O visual daria indícios de como seria o estilo da terceira reestilização da família Palio. Tanto que, na época, muitos da imprensa nacional apostavam que ali estaria o estilo do novo Siena – algo que, felizmente, não aconteceu. Ele tinha grade frontal cromada e faróis enormes, além de uma traseira parecida com a dos Chevrolet Vectra e Malibu.

Na China, ele foi oferecido com o mesmo motor 1.4 Fire usado no Brasil, mas também contava com o 1.7 quatro cilindros aspirado bem parecido com o E-Torq que depois foi adotado por aqui. O interessante é que as versões 1.4 traziam transmissão CVT, algo nunca oferecida no Brasil para o Siena.

Qual desses dois modelos derivados do Palio é o mais exótico para você? Conte nos comentários.

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